quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Teresópolis / RJ


A Cidade

Teresópolis tem vários atrativos que podem tomar cerca de dois dias para que se possa conhecer tudo, excluindo deste período as visitas ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Para quem não vai para conhecer o parque, acho que a cidade combina mais com uma viagem para casal, talvez por causa do clima do local. Além dos outros atrativos, na cidade fica o condomínio Granja Comary, onde treina a seleção brasileira de futebol.


Como Chegar

A BR-116 (Rio-Bahia) passa pela cidade e é o melhor acesso. A estrada Petrópolis – Teresópolis é outra opção.
Desci a BR-116 desde Leopoldina-MG. O trecho Leopoldina – Além Paraíba tem trechos não pavimentados, e está em obras, muito cuidado. Pouco depois de cruzar a divisa Minas Gerais – Rio de Janeiro a estrada é privatizada, e a pista está perfeita. O valor do pedágio é R$3,00 para motos e R$6,00 para outros veículos.


Principais Distâncias

Rio de Janeiro: 96km
Petrópolis: 55km
Nova Friburgo: 71km
Além Paraíba: 94km
Belo Horizonte: 405km
São Paulo: 484km


A Viagem

Depois de acordar cedo, tomar um banho e colocar a bagagem na Intruder 125cc, parti as 06:55hs rumo a Teresópolis. Logo na saída, a apenas uns dois quilômetros de casa, um motociclista em uma Honda Twister me ultrapassa e faz sinal para parar. Fui logo encostando achando que parte da bagagem tinha caído ou coisa parecida. Ele, me vendo equipado e com bagagem encostou ao meu lado e disse:
_ E aí, vai para onde?
_ Para Teresópolis – respondi.
_ Estou indo para o Rio de Janeiro. Vamos viajar juntos?
_ Ué, beleza!

Isso era tudo o que eu não esperava, mas achei muito bom, afinal quando se viaja acompanhado tudo fica mais fácil. Encostamos alguns quilômetros a frente (já na BR-116) para um café que eu não aceitei pois tinha lanchado em casa antes de partir. O nome do cara é Juninho, muito gente boa. Me contou que fazia este trecho com alguma frequência, já que seus tios e namorada moravam em uma cidade depois do Rio. Ele me acompanhou durante todo o trecho de BR-116.

Depois de encontrar o Juninho fiquei mais tranquilo. Estava um pouco apreensivo antes da viagem devido ao péssimo estado da BR-116 de Leopoldina até Além Paraíba e também por não conhecer o trecho Além Paraíba – Teresópolis, neste caso sem saber se o trevo estaria sinalizado, pois sabia que depois a estrada era privatizada e estava em ótimas condições.

O resto da viagem foi sossegado. Eu ia na frente, já que minha intruder anda bem menos que a Twister do Juninho, e desta forma eu ditava o ritmo. Depois de poucos quilômetros voltei a ficar apreensivo, e fui assim até Teresópolis, pois percebi que ele ficava emparelhando a moto comigo, até mesmo nas curvas. Não gostei muito mas não tinha como falar com o cara pois não conhecia ele direito. Agir desta forma é muito perigoso em uma estrada que só tem uma pista, se aparecesse um buraco ou um carro na contra mão fazendo uma ultrapassagem eu não teria como escapar (e nem ele), e um acidente podia acabar acontecendo.

Continuamos tocando assim até o pedágio, já bem próximos do trevo de Teresópolis. Pagamos e depois combinamos o seguinte: íamos até o trevo de Teresópolis com o Juninho na frente, pois eu não conhecia o trevo e podia acabar vacilando. Lá faríamos nova parada para despedida e foto. Partimos de novo e depois de alguns poucos quilômetros aparece uma placa “Teresópolis – Acesso norte a 600m). Era lá que eu tinha que entrar, pois a pousada Recanto do Lord (albergue onde eu já tinha feito reserva) ficava na parte norte da cidade. Durante estes seiscentos metros eu buzinei e pisquei farol para o Juninho mas ele não viu e passou direto. Eu parei a moto e esperei mais de cinco minutos para ver se ele voltava, como ele não apareceu fui embora. Acabou que não rolou a foto, mas foi bacana pois ele mostrou que tinha o espírito motociclista quando me convidou do nada para a viagem. Mais alguns minutos e eu estava na porta da pousada.


Dados da viagem de ida
Kms rodados: 157,7
Consumo: 27,61 Km/l
Tempo Total: 02:45hs

Para voltar parti de Teresópolis as 12:40hs. Percorri todo o caminho com uma única parada para foto em frente a fábrica de cerveja Lokal, ainda no princípio da viagem. Fiz o mesmo roteiro da ida, BR-116 até Leopoldina e depois mais cerca de vinte quilômetros até Cataguases. Na volta a moto andou um pouco mais, já que voltei aos 145 metros de altitude de Cataguases contra 871 metros de Teresópolis.

Dados da viagem de volta
Kms rodados: 168 (a partir do mirante Vista Soberba, mais longe que o acesso norte)
Consumo: Não foi marcado
Tempo Total: 02:30hs
Quilômetragem total: 423,5 km (incluindo percurso para visita as atrações)

Custo da viagem:

R$45,00 – Combustível
R$15,00 – Hospedagem
R$10,00 – Almoço
R$06,00 – Pedágios
R$06,00 – Acesso ao Parque Nacional Serra dos Órgãos
R$82,00 – Custo Total


Atrativos

A cidade de Teresópolis tem vários atrativos, mesmo sem considerar o Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Fontes, cascatas e mirantes estão por todos os lados. Para quem se interessar, uma feira na Avenida principal da cidade vende roupas, comida e artesanato (principalmente roupas).
Assim que chegar dê uma passada na Secretaria de Turismo (a beira da BR-116 e de frente para o mirante Vista Soberba). Lá você consegue um mapa da cidade com as atrações indicadas. Apesar da maioria das atrações ser bem sinalizada, o mapa é indispensável.
Informações detalhadas das atrações:



Lago do Iacy: Um lago pequeno mas em lugar agradável. Pode ser uma interessante opção de fim de tarde, quando não resta muito tempo para escurecer. Aproveite para conhecer a fonte Judith, que está próxima.

Fonte Judith: A maior das duas fontes da cidade. Fica um pouco antes da entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Pode ser vista da Reta (Avenida principal da cidade, que em cada trecho tem um nome). Esta é a atração mais fácil de achar. Fica muito próxima a Feirarte, pode parar a moto ou carro na feira e visitar as duas atrações. Tanto esta fonte quanto a Fonte Amélia vão muito bem após uma caminhada, para aproveitar melhor suas águas.
Feirarte: Muita roupa de inverno a venda. Tem também um pouco de artesanato. Tem alguns mini-shopping ao seu lado, o que faz do local um “point” de compras. De acordo com informações locais são cerca de setecentos expositores.

CBF: Localizado no bairro Granja Comary, o melhor a ver é o lago dentro do condomínio, já que cinco ou seis campos de futebol sem ninguém jogando não são grande atrativo.



Mirante Vista Soberba: Localizado na BR-116, tem uma vista fantástica do Pico Dedo de Deus, o mais famoso do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Se o tempo estiver bom, pode-se avistar a baía de Guanabara. Imperdível.

Cascata dos Amores: Um dos piores atrativos. Está mal cuidado, com muito lixo na cascata e um volume baixo de água (possivelmente devido ao inverso). Prefira outro atrativo.



Fonte Amélia: Menor porém mais aconchegante, vazia e bonita que a Fonte Judith. Vale a pena conhecer. Uma boa idéia é conferir na volta do Parque Nacional.

Cascata do Imbuí: Para mim não é cascata, e sim uma bela cachoeira. Ninguém confirmou, mas deve ser muito poluída, pois sua água tem um cheiro horrível. Não fosse isso seria um belo atrativo. Tem uma espécie de ponto de observação para visualização de outro ângulo.

Atrativos que não visitei: Orquidário Aranda (venda de orquideas), Pedra da Tartaruga, Mulher de Pedra e Rio dos Frades (queria ter visitado este rio, recebi boas informações desta atração, inclusive de uma cachoeira, mas não tive tempo para a visita).


Parque Nacional Serra dos Órgãos



O Parque Nacional da Serra dos Órgãos tem três portarias: Em Teresópolis, Guapimirim (9 kms abaixo do Mirante Vista Soberba, na saída de Teresópolis) e em Petrópolis. O passeio mais conhecido é o trekking para a Pedra do Sino, mais alta do parque com 2.263 metros de altitude, e a travessia Petrópolis – Teresópolis. Para o acesso a trilha da Pedra do Sino e Travessia é cobrada taxa de R$12,00 do visitante. Esta mesma trilha dá acesso as cachoeiras Véu da Noiva e das Andorinhas.



Pagando apenas R$3,00, preço do ingresso normal, o visitante tem acesso as trilhas da Primavera, Suspensa e Mozart-Catão, esta última terminando em um mirante com bela vista da cidade.

Aproveite e conheça as trilhas da portaria Guapimirim, já que o ingresso comprado na portaria Teresópolis pode ser usado (guarde o ingresso e cupom fiscal). A partir desta portaria pode-se acessar mais algumas trilhas, além dos poços Verde e da Preguiça.
O pico mais famoso do parque é o Dedo de Deus, com 1.692 metros de altitude.
Dica: Se você tem a intenção de conhecer o Parque, visite-o antes das outras atrações da cidade, e deixe-as para os outros horários (manhã, antes do parqui abrir e fim de tarde por exemplo). Assim vc aproveita melhor o seu tempo e não corre o risco de ficar sem conhecer parte do parque (pois muitas atrações estão distantes e devem ser conhecidas de uma só vez se o tempo é curto).


Opção de Hospedagem


Fiquei no Albergue da Juventude Recanto do Lord, no bairro dos artistas. Como ele é afiliado a International Hostelling, quem tem carteira de alberguista ainda ganha um desconto. O Albergue tem uma bela vista da cidade, e fica localizado próximo ao acesso norte (bom para quem quer conhecer os atrativos na estrada para Nova Friburgo ou Petrópolis. Não deixe de conversar com a Carol ou a Ângela (proprietária). Pegando maiores informações você não erra o caminho e aproveita melhor o tempo.


O café da manhã é básico, mas como a hospedagem tem bom preço fica tudo certo.

Contato do Albergue: (21) 2742-5586 Site: http://www.teresopolishostel.com.br/

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Grutas do Maquiné e Rei do Mato / MG


Não era uma idéia antiga esta de visitar as grutas aqui nas proximidades de Belo Horizonte. Só resolvi por este roteiro devido ao tempo feio e frio do fim de semana, que deixava as visitas a cachoeiras pouco atrativas. Mas analisando o passeio agora, depois de ocorrido, afirmo que é uma opção diferenciada e muito interessante.
Já tinha visitado uma gruta a cerca de dez anos atrás, mas esta não era preparada para o turismo, estava totalmente preservada e era simplesmente infestada de morcegos, que passavam muito próximos de nós na escuridão. Podíamos ver apenas os vultos, mas dava para sentir as fracas correntes de ar de sua passagem.



Voltando as "grutas turísticas", as três principais nesta região são a gruta do Maquiné em Cordisburgo, gruta da Lapinha em Lagoa Santa e gruta Rei do Mato em Sete Lagoas.

Como o caminho para a gruta da Lapinha era outro, seguimos em direção as outras grutas para possibilitar a visita de duas em um único dia. O plano era ir primeiro a Maquiné e depois visitar a Rei do Mato na volta, quando já estaríamos mais cansados de rodar e querendo uma pausa.



O acesso as grutas de Maquiné e Rei do Mato é feito pela BR-040, sentido Belo Horizonte - Brasília. Cordisburgo está a cerca de 120km de BH, com mais 5km até Máquiné (nesta estradinha vi um Tucano, foi muito legal). A gruta Rei do Mato está na beira da estrada, mas no sentido Brasília - BH (de BH a gruta Rei do Mato são cerca de 66km). Todo o percurso é asfaltado.
Se possível visite as duas grutas. Na minha opinião os passeios são complementares: A gruta Rei do Mato é mais bonita, mais preservada e tem algumas pinturas rupestres como "brinde", além de ficar mais vazia. A gruta do Maquiné tem salões mais amplos e a parte liberada para acesso de turistas tem três vezes o tamanha liberado da Rei do Mato.

A gruta do Maquiné tem pontos negativos: Uma loja de souvenir praticamente dentro da gruta (não sei quem teve essa idéia errada), mangueiras e caixas de força aparecendo também tiram um pouco do clima do lugar. O serviço de guias da gruta Rei do Mato também é melhor. NÃO COMPREM NA LOJA DENTRO DA GRUTA DO MAQUINÉ. SE INIGUÉM COMPRAR DE REPENTE ELA SE MUDA PARA MAIS LONGE.

As fotos não ficam muito boas lá dentro com máquinas fotográficas comuns, sem recursos como tempo de exposição. Procure fotografar os lugares iluminados sem utilizar o flash. Foi assim que consegui os melhores resultados. Comprar postais nas lojas (do lado de fora) pode ser uma solução.



Para quem se interesse, existe o museu do Guimarães Rosa em Cordisburgo. Eu não visitei, mas não deixa de ser mais uma opção. Informe-se no centro de informações de Cordisburgo, na avenida principal.

Quanto as motos, a viagem foi tranquila, já que boa parte do trecho é duplicado (até Sete Lagoas). A estrada para Cordisburgo é de pista simples, mas o movimento é fraco. Apenas os cerca de 25km de BR-040 não duplicados merecem um pouco mais de atenção.



Para abastecimento, na BR-040 tem vários postos de combustível, e em Cordisburgo também tem um, então não precisa se preocupar. Para quem também pretende ir de Suzuki, em caso de emergências existe uma concessionária em Sete Lagoas, a apenas uns 3 km da gruta Rei do Mato.


Thiago (rulius)