terça-feira, 29 de agosto de 2006

Parque Estadual da Serra do Brigadeiro / MG


O Parque


O parque estadual da Serra do Brigadeiro (MG), apesar de existir a muitos anos, foi aberto a visitação recentemente, em 2005. Foi criado para proteger um trecho de cerca de 13.000 ha de mata atlântica, juntamente com sua fauna, flora e as diversas nascentes de água do local. Tem vários picos beirando os 2.000 metros de altitude. O maior deles é o pico do Soares, com 1.985 metros.


Como o parque ainda não está completamente estruturado, a escalada dos picos ainda não foi liberada aos visitantes, e o parque conta apenas com um novo e bonito centro de visitantes e biblioteca, além das duas portarias (Portaria 1 – Cidade de Araponga e Portaria 2 – Cidade de Fervedouro). O restante da estrutura é voltado a pesquisadores e pessoal autorizado pelo IEF, entidade que administra o parque. Mas as aparentes desvantagens citadas acima também trazem benefícios: O contato com a natureza é maior, e o parque fica muito tranquilo em fins de semana comuns. Fiquei por mais de uma hora em uma bela cachoeira completamente só, enquanto fotografava e começava a escrever este texto.


O entorno do parque tem vários atrativos interessantes. Boas cachoeiras, escaladas de picos de até 1860 metros de altitude e um belo trecho de floresta. Se as visitas no parque ainda são limitadas, as visitas ao entorno do parque são a solução.


Como chegar





A partir de Belo Horizonte seguir pela BR-040 sentido Rio de Janeiro, entrar no trevo para Itabirito e seguir na rodovia dos bandeirantes até Ponte Nova, depois Viçosa, Canaã e Araponga. Para quem vem do Rio de Janeiro a BR-116 (Rio-Bahia) pode ser utilizada diretamente até Fervedouro, neste caso o caminho mais curto. Detalhe importante: O acesso a portaria 2 (Fervedouro) é dificultado pelo trecho de 36 kms de estradas de terra, contra apenas 6 kms para quem chega por Araponga (portaria 1).





Hospedagem


Miragem Hotel (Miradouro-MG). Está longe do parque (cerca de 60 km) mas fica a margem da BR-116 (Rio-Bahia) e pode ser um interessante ponto de apoio para quem chega a noite e prefere encarar a estrada de terra pela manhã ou que vai vencer o trecho de terra no fim de tarde e deixar para chegar em casa no outro dia. O preço da estadia é baixo. (32) 3753-1216


Pousada Serra D'água (Araponga-MG). Uma boa pousada. Fica a apenas 5 kms da portaria de número 1. Não fica na cidade e sim no entorno do parque. Em seu terreno existem trilhas leves ou pesadas (estas dando acesso aos picos da Serra das Cabeças, acima de 1.800m de altitude e com uma vista de tirar o fôlego). Pequenas cachoeiras também podem ser acessadas a partir da sede. Serve almoço e tem serviço de guias (ambos pagos). Não deixe de se informar com o Sr. Ronaldo, dono da pousada. Ele conhece toda a região e pode fornecer boas dicas. (31) 9965-0565


Na estrada de terra de acesso a portaria 2, a cerca de 10 kms existe um pequeno distrito de Fervedouro chamado Bom Jesus da Madeira. Recebi a informação de que lá também existe uma opção de hospedagem, mas não consegui confirmar esta informação.



A Viagem




Parti de Cataguases (MG) as 06:30hs. Como segui pelo caminho de Viçosa, peguei somente estradas secundárias e muito tranquilas, apenas um pequeno trecho de BR, mas que estava vazia e me permitiu uma melhor média no tempo final de viagem. Levei 03:40hs para percorrer apenas 165 km. Isso porque andei um longo trecho sob neblina (cerca de 90 kms) e nunca tinha passado por estas estradas, tendo de ”maneirar” um pouco mais. Outro detalhe que toma tempo é atravessar as cidades pelo caminho (no meu roteiro: Miraí, Guiricema, São Miguel do Anta e Canaã). O asfalto no início do roteiro não era grande coisa, mas a partir do trevo de Coimbra melhorou bastante, e nos kms finais, entre Viçosa e Araponga o asfalto é novo e a pista tem várias curvas muito boas para se fazer de moto. O melhor trecho de meu roteiro.





Um detalhe: As placas do parque (que começam a aparecer a partir de Viçosa) no começo tem a inscrição “Parque Estadual da Serra do Brigadeiro”. A partir de um certo ponto, vem apenas com a sigla “PESB”. No começo não entendi que eram o mesmo lugar, e tive de perguntar algumas vezes para acertar o caminho. Fique atento.


Para quem chega por Araponga, tanto esta cidade quanto Canaã tem posto de gasolina. Abasteci em Canaã, o posto estava com uma cara muito boa, e ainda tinha uma oficina de motos no fundo.


Na volta optei pelo caminho oposto. Atravessei o parque e saí pela portaria 2, percorrendo os cerca de 36 kms de terra até a BR-116 (Rio-Bahia). Os piores trechos para quem está de moto são os próximos ao parque, mas deu para manter sempre uma velocidade entre 30 e 40 km/h. Depois a estrada fica mais larga e batida, e não causa maiores preocupações. Ao chegar ao asfalto em Fervedouro, mais 115 kms até Cataguases.


Desta vez fui direto com apenas uma parada para abastecer em Miradouro, já que não sabia quanto a minha moto tinha bebido nas minhas “andanças” pela terra. Estava com medo de escurecer e foi o que aconteceu. A partir de Miraí rodei a noite até em casa (30 kms). Fiz a volta em 03:20hs. Total de viagem: 340 kms.



A Moto




A intruder 125cc se comportou bem durante toda a viagem. Claro, quem tem pressa não fica muito satisfeito, mas para quem quer viajar com conforto e apreciando a paisagem ela atende perfeitamente. Como eu saí de apenas 145m de altitude e subi para mais de 1000m, em alguns trechos mais íngremes tive de reduzir bastante, mas deu para superar. A moto acabou sendo muito valente nas estradas de terra, e fiquei muito satisfeito com isso. O consumo ficou na base dos 27 km/l no asfalto e 23km/l na terra, uma média comum para uma moto de 125cc.



Um outro detalhe muito legal é que não se vê moto suzuki nestas cidades pequenas, então uma moto como essa é novidade para quase todo mundo. Quando um funcionário do parque me perguntou quantas cilindradas e eu disse que era 125cc ele quase caiu para trás. Quando falei que ela era mais barata que a titan 150cc ele quase caiu para trás outra vez. Onde eu parava o primeiro assunto era a moto. Além de deixar a gente muito feliz, isso também ajuda na aproximação com outras pessoas, o que é ótimo em qualquer viagem.


sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Cachoeira Grande - Entorno da Serra do Cipó / MG


Cachoeira Grande (110km de BH). Fica no entorno do Parque da Serra do Cipó. A cachoeira é muito bonita e tem um bom poço para banho. Entrar debaixo da queda é moleza, na mais fraca dá para ficar de pé, pois tem uma plataforma a cerca de 1,5m de profundidade que facilita demais.

Achei muito caro o valor de entrada (já que é propriedade particular): R$10 por pessoa. Se um pai de família vai com três filhos e esposa morre em R$50. Mas o lugar é muito bom, e para quem se importa (eu não) tem vestiário, banheiro, restaurante e estacionamento, tudo a uns 100m da cachoeira.

Fomos em três intruder 125cc. A viagem foi sossegada e as motos andaram mais ou menos no mesmo ritmo. Porém uma delas é modelo 2007 (que tem novo carburador) e só não deu pau na minha e na de outro amigo porque a kilometragem ainda está baixa.

Para chegar lá, pegue a saída para Lagoa Santa e depois vá para a serra do cipó (é só a partir de Lagoa Santa seguir sempre a MG-10). Quando passar uma espécie de portal com a inscrição "Você está na Estrada Real" siga até o quebra-mola e logo após (e antes da ponte) pegue a estrada de terra a direita. Não se preocupe, o trecho é curto e fácil.