terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Cabo Polonio

Oitavo dia de viagem BH / Uruguai

Levantei as oito para me preparar para ir ao Cabo Polonio. Era um dos principais lugares que queria conhecer. Para esta vila de pescadores nao tem acesso com carros comuns, só estao autorizados uns carros "preparados" para andar na areia e que sao de umas agencias aqui do uruguai. A passagem custa R$12 (ida e volta).


Para pegar esse transporte vc precisa chegar ao ponto de partida, e fui até lá de moto. Montei no caminhao e cheguei lá as 09:00. O primeiro horario para voltar era as 14:00, ideal para mim, já que queria chegar a Punta Del Leste ainda hoje.

Cheguei no lugar, o caminhao deixa a gente em uma praca sem nada. Aí pensei: Cara FDP, em vez de deixar a gente no centro da vila. Mas o fato é que esse "nada" é o centro da vila!
Andei uns 50 metros e cheguei a praia, muito brava, mas a outra ao lado (o caminhao veio um trecho por ela) é mansa e boa para banho. Mas ainda nao queria banho, sai andando para o lado do farol que tem ali, muito bonito, mas ainda estava a uns 400 metros.


Fui andando e parando nas pedras para admirar e também para ver se nao tinha algum lobo ou leao marinho, os dois aparecem por aqui em certa epoca do ano. Depois de andar um pedaco e passar pela entrada do farol, vejo os lobos e leoes lá na ponta, em uma área onde era proibido chegar mais perto. Mas mesmo assim foi muito legal ve-los ali andando desengoncados, nadando e pulando na agua. Fiquei mais de meia hora observando.

Depois fui ao farol, paguei cerca de R$1,50 para subir. Sao mais de 100 degraus e é muito apertado lá dentro. Cheguei lá em cima e aquele vento louco. Como tenho medo de altura fiquei grudado no muro, um belo cagao. Tirei uma fotos, vi os lobos lá de coma e desci rapidinho.


Andei entre as cabanas, todas bem rusticas e depois fui a um lugar almocar a uns 10 metros da água. Comi de novo um bife com papas, que é o nosso pure de batata. Se vc escolher qualquer coisa que nao seja uma Pizza no cardapio, entao automaticamente é um bife com algum acompanhamento ou em um sanduba.

Fui a praia mansa e deitei numa pedra e dormi, um cochilo delicioso. Só posso dizer que Cabo Polonio é muito 10!
Voltei ao Albergue em Valizas, fiz minhas malas, esperei uma chuva inesperada que caiu acabar e fui embora. Neste momento estou no albergue de Punta Del Leste, mas ele fica afastado da cidade e nao fui ao centro. Amanha conto como é esse lugar.



Beijos e abracos
Thiago (rulius)

Valizas

Sétimo dia de viagem BH / Uruguai

Segunda feira, sai cedo de Punta Del Diablo de volta ao Chuy (uns 40km) para fazer saque no banco, cambiar moeda e ver o tectec da moto no mecanico. Tudo resolvido somente as 12:30 voltei a Punta del diablo, no caminho minha nafta (gasolina) entrou na reserva. Cheguei em Punta del Diablo, peguei as tralhas e enquanto arrumava as coisas na moto bati um papo rapido com uma menina do albergue em ingles. Ela perguntou algo sobre a moto, foi um papo superficial qualquer, de uns 2 minutos. Mas o interessante é que quando nos despedimos eu disse que era do Brasil e ela era do Mexico, olha só. Temos uma língua mais parecida mas nao conseguimos nos entender e temos de falar ingles. É lamentável.




Voltei 20km para abastecer a moto em La Coronilla, aproveitei para almocar no mesmo lugar que comi o Chivito. Desta vez pedi o Napolitado, Bife a Milanesa com Musasrela e Fritas (nao é muito diferente do Chivito, nao é?). A senhora uruguaia que atende, muito atenciosa e mandando um portunhol tao ruim quanto o meu para me ajudar a entender o cardapio, me oferece um refrigerante de uma fruta chamada Pomelo, de acordo com ela era um refrigerante ¨muy lindo!¨. Como nunca tinha tomado um refrigerante lindo resolvi provar. É péssimo, gosto horrível e parece água suja. Até agora nao sei que fruta é essa, mas deve ser uma fruta citrica, talvez uma laranja lima.


Aí sim, finalmente, segui viagem. Dei uma olhadinha em um lugar chamado Aguas Dulces e fui para a Barra de Valizas, um lugar tipo Punta del Diablo, mas menor, e que é o lugarejo, ou pueblo como eles dizem, mais perto do Cabo Polonio, que estava doido para conhecer. Esse albergue é bem melhor que o de Punta del Diablo, só 8 camas por quarto (4 beliches), custou R$17,50.

Voltando a Valizas, como já eram umas 15:00 deixei o Cabo Polonio para amanha e fui pegar uma praia. Estava bem vazia (tambem Valizas deve ter uns 600 habitantes). Nadei, fiquei de boa lá, ensebando umas duas horas. Depois caminhei até o fim da praia e vi no caminho um lobo marinho morto. Uma pena, mas entendi como um bom presságio para o Cabo Polonio: Os lobos marinhos estao por ali.


Terminei o meu passeio escalando uma duna de uns 20 metros no fim da praia de valizas e batendo umas fotos da arquitetura local. Foi um otimo dia.

Voltando ao albergue o Eduardo, uruguaio dono do estabelecimento, perguntou se eu queria entrar em um rachao de churrasco que ele ia fazer. O preco era 80 pesos uruguaios (quase R$8). Topei, tava mesmo querendo provar o churrasco uruguaio. Nunca vi tanta fartura por R$8. Comi demais e sobrou um pouco da minha parte ainda. Comi um pedaco de costela (que aqui chama chorizo) que ocupava o meu prato inteiro e uma linguica, alem da salada, e tinha direito a outra costela ainda! Quase passei mal de tanto comer, mas tinha que limpar o prato senao ficava mal. Antes que pensem que enchi demais o prato nao é nada disso ele é que colocava no prato, só tinha pedaco de costela deste tamanho.

E assim terminou esse excelente dia.

OBS: Estou pagando tudo em pesos uruguaios, falo em reais para vcs terem mais nocao quanto foi.
OBS2: Piazza, na verdade o Chivito (pronuncia: tchivito) é a carne, o pao ou fritas e salada é o acompanhamento.

Beijos e abracos
Thiago (rulius)

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Punta del Diablo

Sexto dia de viagem BH / Uruguai

Acordei na espelunca que nem direito a café da manhá eu tive e vazei para o forte San Miguel. Ele é muito bacana gostei demais. Pequeno mas muito conservado e com ponte levadica e tudo. A privada é a maior doidera. é um buraco que joga a "merda" do outro lado do muro, lá fora, por isso fica no alto. Se um sujeito inimigo ficar lá embaixo de tocaia no buraco ele dava um tiro na bunda da galera! Uma coisa muito sinistra!!!


Mas nesse forte funciona também o museu militar uruguaio, é bem legal. Vários uniformes, utensílios e explicacoes, além de uma foto do forte antes da restauracao e outras coisas. Tem também um certificado enviado pelo Brasil pela participacao uruguaia na guerra contra o Paraguai. É muita cara de pau, o Brasil obriga o Uruguai a participar, ajudando um cara a dar o golpe no entao governo, no final da guerra Brasil e Argentina roubam terras do Paraguai, o Uruguai nao leva nada e ganha uma carta. O Brasil fodeu o Paraguai para a Inglaterra, se individou e acha bonito.

Quanto a viagem, depois fui ao Forte e Parque Santa Teresa, muito maior que o San Miguel mas na minha opiniao sem o mesmo charme. Almocei em La Coronilla e dei um pulo no mar, o primeiro no Uruguai. Agora estou aqui em Punta del Diablo, num albergue horroroso, quarto para umas 25 pessoas, mas pelo menos o pessoal é gente boa e custa R$15.


A hora do almoco, janta, etc é uma piada. O garcom me dá o cardapio e fica esperando. Aí eu fico olhando o cardapio e a cara dele, já que nao conheco nenhum prato. Vou arriscando. Hoje comi um chivito, perguntei ao garcom: "isso é carne?". E ele "si, con salada y fritas!". Aí topei. Veio uma pilha de batata frita tipo mcdonalds, bem seca, com o alface e tomate em cima. Pensei, acho que o cara nem sabe o que e carne, mas depois que comi umas batatas o bife apareceu embaixo, com um ovo frito e uma fatia de presunto e outra de mussarela.


Agora vou ver a feira de artesanato aqui e depois andar um pouco na praia, aqui anoitece as 20:15, mais ou menos. Aqui meu telefone nao funciona mais, mas amanha vou voltar ao Chui para sacar dinheiro e mostrar um tectec que está dando na moto ao mecânico, aí dou mais uma ligada para todos, deixem os celulares ligados amanha cedo!

Beijos e Abracos
Thiago (rulius)

Chuy

Quinto dia de viagem BH / Uruguai

Finalmente estou do Uruguai. Os teclados aqui nao tem cedilha e acentos, entao a partir de agora parte da acentuacao já era, o teclado ao invés do c cedilha tem um ñ, já que eles tem palavras com essa letra.

Voltando a viagem, nesse dia saí cedo, depois de um café até razoavel. Fui direto até a praia do cassino, a maior do Brasil e do mundo, tem mais de 200km. Andei 40km na areia para tirar a foto abaixo, a frente desse navio encalhado, que jà sabia que estava por ali.


Almocei também no Cassino, uma comida até gostosa, com um churrasco no jeito, os gaúchos dominam a técnica. Cheguei ao Chuí no fim da tarde. Foi um alìvio chegar, já estava acabado e estressado com tanta estrada. As estradas deste dia foram boas e vazias.

Atravessei a reserva do taim, onde vi Jacaré, Flamingo e Capivaras (infelizmente algumas mortas a beira da estrada) e cheguei a fronteira em Chuy, cidade já no Uruguai. Nao passei direto pois queria comprar sonrisal, trocar reais por pesos uruguaios e dar uma limpada na corrente da moto, cheia de areia de praia. Além disso o forte san miguel, que quero visitar, está perto do Chuy.

O que divide as cidades de Chui (Brasil) e Chuy (Uruguay) é só o canteiro central de uma rua. Entao fica aquela doidera: uma avenida com canteiro central mas que o transito flui nas duas maos dos dois lados. Uma maluquice.

Fiquei já em um hotel uruguaio, a maior espelunca do mundo e ainda morri em R$38. Furaram meu olho, mas rodei e nao vi outro hotel na cidade (o pior é que tinha), troquei o dinheiro, vi umas coisas no free-shop mas nao comprei nada e levei a moto ao mecânico (uruguaio). A corrente ficou um brinco. Os mecânicos muito gente boa, conversamos muito e me deram umas dicas. Perguntei a melhor cerveja e eles todos disseram ser a Patrícia, melhor que a outra, Pilsen. Nisso um deles fala: "olha lá uma Patricia". Eu olho lá fora e uma mulher passando. Caímos na maior gargalhada. Despedi da galera e fui jantar. Tomei uma Patrícia, que até desceu legal (tem 1 litro, como a finada Tecate) e comi uma Tortilla Española, que conhecia mais ou menos de carrancas (essa é diferente). A cerveja custou R$6, caro demais.


Aproveitando, quero agradecer as mensagens de apoio de todos, sao muito importantes nos momentos deprê que rolam de vez em quando, viajar sozinho tem um problema, o emocional fica meio oscilante! Já estou com saudade de todos!

Beijos e abracos
Thiago (rulius)

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Camaquã

Quarto dia de Viagem BH / Uruguai

Oi Pessoal!
Como disse ontem, não estava muito bem, então desisti de sair cedo para me recuperar, e ia aproveitar a manhã para conhecer algo de torres e trocar o óleo da moto.
Tomei um café até razoavel, já que o hotel era muito melhor que os anteriores e fui conhecer o parque da guarita, onde ficam duas das três torres da cidade. Só posso dizer uma coisa: O LUGAR É MUITO DOIDO!!!!! Como o dia estava feio, as fotos estão mais ou menos, mas acho que dá para ter uma idéia. Queria colocar fotos maiores, mas esse blog não deixa, infelizmente. Além dessas fotos que estão aí embaixo (e outras) eu também aproveitei e fui nadar. Foi revigorante depois de todos esses dias de muito desgaste físico.


Troquei o óleo da moto e fui embora. Os caras da yamaha de Torres babaram na conservação da magrela! Eram 12:30 e o sol tinha aparecido. Tava uma beleza o tempo. Desta vez fui pera rodovia do mar (acho que é esse o nome) e evitei a estrada escrota que estava ontem e que liga Floripa a Porto Alegre. O asfalto desta estrada é perfeito, e o que é melhor, Onibus e Caminhões são proibidos de trafegar. Eu ia querer mais o quê??


Rodei nesta estrada até o fim, cerca de 90 km a frente. Aí peguei a Freeway até Porto Alegre. Muito boa também, com três faixas de cada lado. Paguei um pedágio que achei justo, R$1,45 para motos, se não me engano. Ia ficar em Porto Alegre, mas estava cedo e estava me sentindo bem, mesmo sob uma garoa segui em frente pensando em ficar em Guaíba ou até depois. Paguei outro pedágio de quase R$3 e segui. O terceiro pedágio moto não pagava e fui embora (esse ninguém devia pagar, é pista simples).



Minha dor de barriga voltou, parei na beira da estrada, o banheiro era horrível. Segui mais uns 5km e parei em outro lugar, passei um fax e tomei um Sonrisal, e terminei os 40km até aqui onde estou, em uma cidade que chama Camaquã e que aparentemente não tem nada. Estou no hotel mais caro da cidade, decidi ficar aqui porque está a trÊs quarteirões da BR, tem garagem, restaurante e internet. Vou jantar daqui a pouco, não aguento mais ficar sem arroz com feijão. Meu estômago tem reclamado e é melhor prevenir.
Acho difícil não chegar ao Chuí amanhã, faltam uns 400km (já rodei 2.015km). Só não sei se atravesso a fronteira, acho que não.

Bom, fico por aqui. Vou tentar dar notícias novamente amanhã.
Beijos e Abraços. Thiago (rulius)

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Torres

Terceiro dia da viagem BH/Uruguai (22/02)

Hoje foi foda! Ainda em Morretes, durante a noite, o barreado (comida tipica que provei) voltou com força as 3 da manhã e passei mal o resto da noite. Não consegui acordar cedo e só fui sair da pousada as 8:30. O bom foi que com isso o comércio abriu e eu aproveitei para comprar um novo parafuso para o bagageiro (tinha perdido o primeiro) e lubrificar a corrente.
Como saí atrasado tive de andar bem para cumprir a "meta do dia" e chegar aqui em Torres, no Rio Grande do Sul. A Estrada a partir de floripa está um lixo, toda em obras e pista simples. Atrasou muito a viagem, e os últimos 50km foram debaixo de chuva.
A melhor parte do dia foi ver o mar e seguir com ele do meu lado esquerdo por vários Kilômetros. Isso é bom demais! Pena que não pude parar porque já estava atrasado e meio desanimado pela noite trágica.
Já rodei mais de 1.600km, mas estou acabado. Meu traseiro "já era", não consigo mais sentar na moto, a TDM judia mesmo quando a distância é longa, o banco é muito duro.
Aproveitando que estou muito acabado vou trocar o óleo da moto amanhã cedo e visitar uma das "torres" da cidade. Não vou mais até Rio Grande amanhã, desisti. Vou andar só de tarde e vou mais perto, para me recuperar fisicamente. Devo ir a Canela ou Mostardas, estou em duvida quanto ao caminho.
Estou desistindo de passar em Foz na volta (como já tinha sugerido o Derrick), aquele caminho é mais longo em 400km e já percebi que não aguento esse ritmo por muito tempo, ou seja, a volta atrasaria. Vou substituir pelo parque do caracol em canela ou o salto (cachoeira) que tem em Farroupilha e não me lembro o nome.
Só de curiosidade, já rodei cerca de 25% da distância total.
Hoje não tive como descarregar fotos, no próximo post mando mais algumas.

Beijos e AbraçosThiago (rulius)

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Morretes

Segundo dia da Viagem BH / Uruguai (21/02)

Saí cedo do hotel, o café foi muito fraco e saí para a estrada o quanto antes.
O dia estava limpo outra vez, sem chuva, e pude fazer uma média muito boa. Atravessei São Paulo sem errar o caminho e nem acreditei, era uma das etapas que estava com mais medo nessa viagem.
Ao passar por Registro dei um pulo na yamaha de lá para dar uma conferida na moto. Tudo beleza. Foi muito bom passar ali porque a yamaha de lá está apenas a três quarteirões da BR-116 (regis bittencourt).
Vi pela primeira vez uma placa com a distância de Montevideo, capital do Uruguai. Achei muito louco!


Antes de chegar a Curitiba entrei para a Serra da Graciosa. Essa estrada é muito antiga e bonita, fica no meio de um trecho de mata atlântica. Uma parte da estrada é de calçamento, coisa que nunca vi em estrada mas que dá um clima. Além disso a estrada é cheia de mirantes, fontes e bicas.
Estava muito nublado e depois começou a chover, as fotos não ficaram muito boas.



Agora estou aqui em Morretes-PR, comi um barreado, comida tipica daqui, vale a pena e foi muito barato. O hotel que estou também é bem melhor que o anterior, e foi o mesmo preço. Fora que me emprestaram a internet, que estou usando agora.
Nos falamos de novo de Torres, no Rio Grande do Sul.
Beijos e AbraçosThiago (rulius)

Pouso Alegre


Primeiro dia da viagem BH / Uruguai (20/02)

Acabei saindo atrasado de casa. 13:30. Se tivesse saído mais cedo poderia ter passado reto por Pouso Alegre e ido mais longe. Mas tudo beleza. Dormi no hotel Cometa, bem antigão e cheio de pernilongo. Trouxe um repelente que achava que nem ia usar a viagem inteira, acabei usando no primeiro dia.

No meio da noite alguém tentou abrir a porta do quarto, perguntei quem era e não respondeu, fiquei achando que podia ser alguem tentando me roubar e custei a dormir. O corredor do hotel me lembrava o maleta, lá em BH. Além disso o sino da igreja ao lado tocava a cada 30 minutos e rolou música de carnaval a noite inteira, até umas 3 da manhã. Foi meio foda, mas tudo bem. Eu que quis economizar no hotel mesmo...


Fora isso a moto foi beleza, e na estrada só sol, dia perfeito para viajar.