segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Buenos Aires - Programas diurnos



Muita gente que vai a Buenos Aires só tem uma certeza: vai assistir a um show de Tango. Boa idéia. Tango é o que não falta por lá. Mas e mais cedo? Vai fazer o que? Abaixo seguem algumas opções, todas bastante turísticas, mas apesar disso, envolvendo a cultura local de alguma maneira, o que faz com que estes programas se justifiquem.

1) Feira de San Telmo

No bairro de mesmo nome, acontece aos domingos. O "centrinho" da feira, que fica na praça, é o ponto mais bacana, onde estão concentradas as barracas de antiguidades, vocação do bairro (aliás, caso você vá caminhando para a feira, fatalmente vai encontrar algumas dessas lojas pelas ruas do bairro, existem várias).

Mas a feira se expande por várias ruas próximas a praça, porém as barracas mudam o foco e passam a vender pequenas lembranças como bonequinhos dançando tango, caixas de madeira para chá, pequenos artigos de couro, camisas e outras centenas de bugigangas. Ótimo para quem gosta de voltar com lembranças pra todo mundo.

Voltando a praça, que é o miolo da feira, aproveite para almoçar por ali, tomar uma cerveja Quilmes (que não tem nada de mais mas faz parte do programa) e aproveitar o dia.

Outra coisa que acontece nos arredores da praça são casais "autônomos" dançando tango por ali. É uma das melhores partes. Esses shows de rua não tem nada do glamour ou beleza e organização das grandes (e caras) casas de tango da cidade, mas ganham de lavada em uma coisa: são mais autênticos, sem coreografias e cabreolices para turista ver (na verdade eles dançam para turista ver, mas é diferente, assista e comprove). Ou seja, o tango da feira é decadente, mas é muito bacana. Ignore o figurino caído dos dançarinos e divirta-se com a cara de galã de antigamente do senhor que estiver dançando, da "barriguinha" da dançarina e de todo o resto. Eu gostei mais desse tango que do show que assisti a noite no café Tortoni.

2) Bairro La Boca

Visitar o bairro La Boca é programa para pelo menos meio dia, e você pode precisar de mais tempo. Conhecer a calle Caminito, comprar algumas porcarias por lá e sentar-se com a patroa em um dos bares em um dia de sol. Assistir aos showzinhos de tango tomando uma cerveja gelada e ficar relaxado. Depois, comer alguma coisa e seguir para o estádio La Bombonera (do Boca Juniors). Basta andar um pouquinho e chegou. Pergunte como chegar para alguém na feira.



No estádio é possível conhecer o museu do boca, com fotos, filmes, taças e uniformes, depois fazer uma visita guiada ao estádio, onde você poderá conhecer todas as arquibancadas, sala de imprensa e pisar no gramado do estádio, fora a aula que é interessantissima (para quem tem algum interesse por futebol, claro).


O metrô não chega até La Boca, mas de táxi não fica caro. Vai com fé!

3) Compras na rua Flórida

Fiz isso um dia. A Flórida é uma longa rua, de quarteirões fechados. Centenas de camelôs e lojas sem a menor graça. Fora umas poucas lojas de bugigangas, nada de produtos tipicos. É programa pra quem quer comprar roupa comum, de shopping. O ponto alto foi a livraria Ateneo, que não é aquela Ateneo famosa (é uma filial), mas já quebra o galho.

Resumo: programa muito chato, só vale para quem quer comprar mesmo, e olhe lá...

Mas se você vai querer conhecer a casa rosada, estará pertinho da calle Flórida.

4) Colonia del Sacramento, no Uruguai

Opção de passeio mais longo, inclusive recomendo dormir uma noite em Colônia, se houver tempo. Para chegar lá é preciso atravessar o rio da Prata de Ferry Boat.

Colônia é uma cidade colonial e, apesar de estar em território uruguaio, foi fundada pelos portugueses, por isso você vai notar alguma semelhança com nossas cidades históricas. Eles (uruguaios) comparam com Paraty, mas não posso afirmar que seja semelhante por não conhecer a cidade brasileira.






O grande programa em Colônia é caminhar pelas suas ruas sem pressa, reparando em cada porta, placa, carro antigo e nas fachadas das antigas casas. A cidade é muito sossegada e é um prazer ficar por ali, sem pressa. Escolha um restaurante aconchegante e passe um ótimo dia. Tome um café, suba o farol para uma vista panorâmica, vá até a beira do rio e relaxe...


É tudo muito perto, mas se a preguiça estiver muito forte você pode alugar um scooter.

Para ler o meu post de Colonia escrito em 2007, clique aqui.

Bom proveito!
Thiago Rulius

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Foz do Iguaçu e arredores




Os vôos domésticos tem ficado mais em conta a cada dia, e no caso de foz não foi diferente. Consegui comprar o trecho BH/FOZ por R$79 no primeiro semestre do ano, e um parente que também viajou conosco pagou R$49 pelo mesmo trecho alguns dias depois (cia. Webjet). Nada mal, já que em 2008 eu fiz uma cotação para seguir até lá e o trecho custava R$400.

Tinhamos um objetivo: correr a meia maratona de Foz, e programamos o nosso tempo na cidade considerando este programa. Para saber mais sobre esta corrida, clique aqui.

Ficamos três dias completos por lá (já desconsiderando a noite da chegada e a manhã da saída). Mas três dias são suficientes? Depende do que você quer fazer.

Uma divisão simplificada seria cada um dos três dias para um dos países com suas atrações: Paraguai para compras, Argentina para o parque Iguazu e Brasil para o parque de Foz do Iguaçu. Simples assim. Agora os detalhes de cada um dos países:

Paraguai

Se quer comprar muito, o melhor é chegar cedo, pois depois das 14:00 algumas lojas começam a fechar as portas. Segundo alguns paraguaios, o motivo é que eles abrem muito cedo, início da madrugada, para vender para os sacoleiros que querem atravessar a fronteira com a receita federal ainda fechada. Não sei se é verdade, mas pude comprovar que várias lojas da galeria Minha Índia, por exemplo, já estavam fechadas (aproveitando, uma loja de som no fundo desta galeria tentou me roubar, evitem esta loja. Ela fica no térreo em frente a uma loja de relógios. O resto da galeria está ok).

Os Shoppings mais bacanas, com produtos de procedência (e por isso um pouco mais caros) parecem ficar abertos até mais tarde, pois nestes nada mudou com o fim da tarde. Estes são o Shopping Monalisa - que é uma grande loja de departamentos de vários andares, estilo a "falecida" Mesbla - e o shopping logo após a travessia da ponte do lado esquerdo (sentido Brasil-Paraguai).

Falando da ponte, eu atravessei a pé e achei bastante tranquilo, não me senti ameaçado ou acuado pelos demais transeuntes. Dá pra atravessar assim numa boa, e pegar um táxi do outro lado na volta ao Brasil. Mas cada um vê as coisas de um jeito, e tenho certeza que teria gente que ia morrer de medo de atravessar. Para quem é muito inseguro, e que acaba atraindo todos os meliantes por não conseguir disfarçar, de repente pode ser melhor atravessar de outra maneira mesmo.

Se for fazer muitas compras, certamente em algum momento você estará varado de fome, e o lugar é horroroso. Então, uma sugestão de lugar arrumado para lanchar é dentro da loja Monalisa. Lá eles tem uma lanchonete e um restaurante muito arrumados e confiáveis (em relação aos alimentos). Aproveite para tomar uma cerveja paraguaia Baviera, é bem melhor que a nossa água de batata SKOL.

Alguns preços (podendo variar um pouco entre as lojas e de acordo com a cotação do dólar): Vinho Santa Carolina: R$5, Som para carro Pioneer: R$130, Camisa da seleção Paraguaia: R$95, Perfume Gabriela Sabatini pequeno: R$50.

Detalhe importante: O limite de compras para quem atravessa fronteira por via terrestre é de US$300, e não US$500 como de avião. Porém, vários produtos podem passar como itens de consumo pessoais. Informe-se!

Outra coisa: Vá preparado para ver pobreza, sujeira e crianças pequenas trabalhando. É uma realidade muito triste.

Argentina


Tem uma travessia de fronteira mais complicada que o Paraguai. Os argentinos são bem mais rigorosos, mas se você não tem nenhuma irregularidade, não há problema. Leve a sua carteira de identidade original e emitida a menos de 10 anos, faça os tramites e pronto: nenhum problema. Caso não tenha pesos, é hora de trocar. Logo após a aduana existe uma casa de câmbio, com cotações bem mais favoráveis que das casas de câmbio de aeroporto. Você precisa ter no mínimo os pesos para entrada no parque, e para comer será necessário mais algum dinheiro ou cartão de crédito internacional.

O parque argentino tem muitos atrativos e passarelas, e precisa de mais tempo para ser visitado que o parque brasileiro. Se não bastasse isso, também fica mais longe e sempre se perde um tempinho na viagem e na travessia de fronteira. Portanto, este é o dia de acordar cedo.

 Ao chegar ao parque argentino, você pode embarcar no trem para a estação cataratas (ou descer a pé, em uma curta trilha de 600 metros). De lá, você tem acesso aos circuitos inferior e superior, com longas passarelas, passeio que vale muito a pena. OBS: Os Quatis ficam rodeando os turistas atrás de alimento. Tome cuidado, pois eles são capazes de atacar a sacola por uma fruta, por exemplo. E se tentar tomar dele nesta hora pode sobrar pra você.


Circuito Inferior (Paseo inferior): Extensão total das trilhas: 1400 metros. Acesso a isla San Martin, que tem outros 700 metros de trilhas. Acesso a restaurante e lanchonete. Trilha para ver as cataratas por baixo. Uma das trilhas se aproxima bastante do salto Bossetti. É a melhor oportunidade para ficar molhado no parque.

Circuito Superior (paseo Superior): Extensão das trilhas: 650 metros (1300 metros ida e volta). Vista da parte de cima das cataratas. Não rende fotos tão bonitas, mas é legal para visão panorâmica (não tão boa quanto a do parque brasileiro) e de cima das quedas.

Dependendo da hora pode ser o momento de almoçar ou fazer um lanche. As duas opções ficam aí, próximas à estação de trem cataratas. Nós optamos por almoçar e aproveitar a oportunidade de provar uma boa carne argentina (além do que o lanche fica aproximadamente a metade do preço do almoço). Caso você esteja fazendo o passeio sem guia, não deixe de chorar um desconto (logo que chegar) e dizer isso ao garçom ou quem lhe receber na porta. Nós conseguimos desconto nos dois restaurantes por este motivo (nos parques da Argentina e do Brasil). Dependendo do numero de pessoas, esse desconto pode pagar o vinho, que sai muito barato neste restaurante. Na hora de servir, além de escolher os cortes que te agradarem, experimente a morcilla (nosso chouriço): o deles é bem diferente, mais cremoso, muito bom mesmo. Se quiser também provar um refrigerante (gaseosa) diferente, peça de sabor Pomelo, que me disseram a alguns anos atrás ser a nossa Toranja. Para quem é do sul esta dica não conta, pois este refrigerante, da marca Paso de los toros, é vendido por lá. Da primeira vez que tomei não gostei, mas das outras vezes que visitei a Argentina tive de provar novamente e passei a gostar do sabor e daquela cara de água suja que ele tem.

Após o almoço é hora de voltar ao trem, embarque para a estação Garganta. Chegando lá, siga pela passarela até esta que é a maior das quedas do Iguaçu. Repare que praticamente toda a passarela segue sobre o rio. Nesta hora a gente tem noção do volume de água que passa por ali. Fique atento no caminho, pois é possível ver várias aves no caminho, como tucanos, por exemplo. Quando fomos a visibilidade estava bastante prejudicada pelo tempo, além do vapor de água muito forte que as quedas produzem. Mas não deixe de conhecer esta passarela também.

Caso queira voltar ao parque no dia seguinte, é possível carimbar a entrada do primeiro dia para ter de pagar apenas meia-entrada no segundo. Informe-se!

Ao sair do parque no fim de tarde, é possível conhecer a cidade de Puerto Iguazu (o que não fiz), e fazer compras no freeshop junto a fronteira. Este freeshop é como estes de aeroporto que todo mundo conhece, e é dos grandes. Para quem se interessa, fica a dica. Eu dei uma volta para olhar uns vinhos, mas estavam mais caros que no Paraguai e não levei nada. Pra ser sincero, freeshop não é a minha.

Resumo de informações:
  • Ônibus de Puerto Iguazu a cada 20 minutos, a partir das 07:10.
  • Trem a cada 30 minutos no parque.
  • Paseo garganta del diablo: Trilha de 1100 metros (total 2200 metros).
  • Paseo inferior: Trilha de 1400 metros (total, ida e volta por caminhos diferentes).
  • Isla San Martin: Acesso a partir do Paseo inferior. Trilha de 700 metros (total).
  • Paseo superior: Trilha de 650 metros (1300 total).
  • Sendero Macuco: 7km ida e volta.
  • Sendero Verde: 15 minutos de trilha. Liga as estações de trem central e cataratas.
  • Estações de trem: Central (centro de visitantes), Cataratas (paseo inferior e superior) e Garganta (Paseo garganta del diablo).

Brasil


O passeio ao Parque Nacional do Iguaçu, no Brasil, pode ser realizado em tempo menor que a visita ao parque argentino. Em todo o parque brasileiro, temos apenas 1200 metros de passarelas com mirantes para as cataratas, que podem ser percorridos, mesmo sem pressa, em pouco tempo. Além disso, o acesso ao lado brasileiro é mais fácil, com ônibus direto do centro de foz e sem complicação com as travessias de fronteiras e câmbio de moeda.

A partir do centro de visitantes sai um ônibus gratuito em curtos intervalos (se não me engano 20 minutos), que param nas seguintes estações e paradas:
  • Estação centro de visitantes (na entrada do parque).
  • Parada administração
  • Parada trilha do poço preto (trilha de 9km)
  • Parada Macuco Safári (Macuco Safári e trilha das bananeiras (1,6km). No fim da trilha das bananeiras passeios de barco ou bote na parte alta do rio.
  • Parada trilha das cataratas (1200 metros de passarelas com vista para as cataratas e campo de desafios, com arvorismo, escalada, rapel e rafting).
  • Estação espaço porto canoas (restaurante, loja de souvenir).


O restaurante no Brasil também é muito bom, mas assim como no lado argentino cobra caro, sem ter a vantagem de oferecer uma comida diferente como do lado de lá. O preço do buffet é fixo no esquema do “coma até explodir”. A dica do desconto citada no lado argentino vale aqui também: se estiver sem guia chore um desconto antes de acabar de chegar.

No mais, aproveite as fotos panorâmicas do lado brasileiro, que ficam simplesmente maravilhosas.

Funcionamento do parque:
  • Bilheterias: 09:00 as 17:00 hs
  • Estacionamento: 07:30 as 19:00
  • Ônibus: Ultima saída da estação Porto Canoas as 18:30

Para quem ainda tem tempo, existem outros programas para se fazer por lá, como visitar o parque das aves, a usina de Itaipu e  o marco das três fronteiras.

Sites relacionados:

http://www.cataratasdoiguacu.com.br/ (parque brasileiro)
http://iguazuargentina.com (parque argentino)
www.comprasnoparaguai.com.br (site bagunçado sobre compras no Paraguai)

Quer votar em Foz como uma das novas maravilhas do mundo? Acesse www.votecataratas.com.

Abraços.
Thiago Rulius