domingo, 15 de dezembro de 2013

Os Jardins de Paris

Jardin des Tuileries e Louvre ao fundo

Além de atração da cidade, os jardins na região mais turística de Paris são um oásis no meio desta metrópole bonita e cheia de atrativos, mas ainda assim lotada de gente, carros e todos os problemas que as grandes cidades têm. Então, a sugestão é montar roteiros por região, onde você possa conhecer estes jardins entre outros atrativos, descansando um pouco no meio do dia e tornando o seu passeio mais agradável.

Os jardins citados neste artigo (Jardin des Tuileries e Jardin du Luxembourg) não cobram entrada.


Jardin des Tuileries

Certamente você vai passar em frente a este jardim durante suas férias em Paris. Sua localização é privilegiada: está a beira do Rio Sena, em frente ao Louvre


Jardin des Tuileries e Louvre ao fundo

. Do outro lado do rio, o museu D'Orsay, e em uma de suas extremidades, o museu de L'Orangerie (caso vá visitar museus, prefira os outros dois, o Orangerie é bem inferior). Quem vem do Arco do Triunfo em direção ao Louvre, também encontra este grande e bonito jardim antes de alcançar o museu.

Já no jardim, o negócio e encontrar uma das concorridas cadeiras disponível, achar um lugar aprazível e ficar vendo o tempo passar, vendo os patos nadando em uma de suas fontes ou sentindo o cheiro de flores em suas passagens.

Quando quiser se movimentar um pouco, veja as esculturas espalhadas pelo parque, ou vá até uma das lanchonetes/restaurante e faça uma boquinha. O negócio é ir sem pressa e relaxar um pouco para que as férias não sejam no ritmo um tanto acelerado da cidade.

Uma opção bacana para conhecer este jardim é visitar um dos museus citados acima. Ambos permitem sair e voltar com o mesmo ingresso (desde que seja no mesmo dia). Então, você pode explorar o museu por algumas horas, descansar e comer no jardim e voltar para o segundo tempo. Ou se vc prefere visitar os museus de uma maneira mais "objetiva", conhecer um museu, descansar no jardim e encarar outro, ou seguir caminhando pela avenida Champs-Élisées até o Arco do Triunfo.


Jardin du Luxembourg

Jardin du Luxembourg
Em uma região não tão central quanto a do Jandin des Tuileries, mas ainda assim bastante turística, o jardon du Luxembourg está localizado na região do Quartier Latin e Invalides. Existem atrações nas redondezas, mas nenhuma está tão colada no parque. De qualquer maneira, o metrô de Paris te leva a todo lugar e você pode chegar até lá saltando na estação Luxembourg.

O jardim tem as mesmas cadeiras espalhadas pelos canteiros e ao redor do lago. No fundo, ajudando a compor o cenário, está o palácio do Luxemburgo. Saindo do epicentro do parque, existem trilhas de caminhada e um carrossel antigo ainda em funcionamento.

Para os mochileiros, existem lojas de mochilas e tênis para viajantes em lojas no boulevard Saint Germain, perto dali. Para os artistas, uma das melhores lojas de material artístico da cidade está neste mesmo boulevard, a Rougier Plé.

Não deixe de aproveitar pelo menos um dos jardins depois de alguns dias de pernada intensa pela cidade. Parar em um lugar assim não é perder tempo, e sim sentir um pouco mais o ar da cidade. Se possível, visite-os em dia de sol, quando ficam muito mais bonitos.


Outros Jardins

Existem atrações em Paris que contam com jardins maravilhosos, como o museu Rodin, que tem um belo jardim com esculturas do artista espalhadas por todos os lados. Um pouco mais afastados existem os grandes bosques da cidade, o Bois de Boulogne (com 845 hectares) e Bois de Vincennes com seu castelo. Talvez sejam opção para quem vai ficar mais tempo na cidade.

E em Versailles, o enorme jardim do palácio com suas fontes, canais e flores. Este, em dia de sol, é imperdível. Após se estressar com as hordas de turístas no castelo, revigore-se no jardim.

Abraços
Thiago Rulius

domingo, 8 de dezembro de 2013

Museu D'Orsay

Panorâmica do museu D'Orsay

Um close nos dois primeiros pisos do Museu
Não pude conhecer todos os museus de Paris que gostaria nos oito dias qe passei por lá. Primeiro porque a cidade tem dezenas deles, e segundo pelas outras atrações da cidade, como igrejas, jardins e bairros que merecem uma boa pernada (como Montmartre), além das cidade nos arredores, como Versailles e Auvers-sur-oise. Então, o negócio é priorizar o que se quer conhecer./

Muita gente coloca como obrigatório em Paris subir no "terraço" do Arco do Triunfo, subir a Torre Eiffel e conhecer o Louvre. Destes só fui ao Louvre, já que mirante de cidade não me atrai como os de natureza (que adoro). Quanto ao Louvre, é ótimo, mas prefiro o D'Orsay.

Acho que quem tem tempo e interesse não deve deixar de conhecer os dois museus, talvez aproveitando que os dois funcionam a noite (Louvre: quartas e sextas - D'Orsay: quinta). É uma oportunidade de otimizar o tempo de viagem, mas faça programas mais leves nestes dias que ficarão puxados. Se não costuma ir a museus, pode acreditar: é uma visita que vale a pena, mas cansa.
A fachada mo museu
Agora falando do motivo da minha preferência pelo Orsay: Como o meu foco era conhecer pinturas, ese museu traz uma coleção mais próxima ao nosso tempo, com seu acervo impressionista, pós impressionista e também acadêmico do século XIX. Vários dos artistas que aparecem na coleção do Louvre, como Delacroix e Daubigny, por exemplo, também estão no Orsay. Já o Louvre tem um grande acervo do renascimento e de pinturas européias em geral, mas mais antigas, onde são comuns os retratos e as temáticas mais focadas em situações históricas e religiosas, enquanto no Orsay temos com mais frequencia temas do cotidiano. Mas se o seu foco não são pinturas e sim artefatos e antiguidades, então o seu museu é mesmo o Louvre.

Pintura de Millet, o ídolo de Van Gogh

Conhecendo o Museu

Pintura de Bouguereau
O Orsay foi criado em uma estação de trem a beira do rio Sena. Como a estação não comportava mais os trens modernos (que cresceram em comprimento) estava abandonada e corria o risco de ser demolida. Com a criação do museu a estação foi salva e transformada neste museu espetacular e muito acolhedor.

Como toda atração de Paris, possivelmente você enfrentará uma fila na bilheteria, então não chegue muito tarde, e não fique achando que vai conhecer o museu em uma hora. Três horas é um tempo mais realista, ou o dia inteiro se você é tarado por arte.

Logo ao entrar você passa por uma livraria onde é possível comprar suvenires e livros do museu (existe outra loja maior junto a galeria dos impressionistas, no piso 5). Passando pela livraria encontrará uma escada central. Descendo por ela, estará na ala central das esculturas, o corredor principal do maior dos pisos do museu (piso 0). Seguindo pela ala central vão surgindo portas dos dois lados, onde as pinturas estão agrupadas por artista, escola ou região. Você vai encontrar, entre outros, Courbet, Manet, Daumier, Degas, Ingres, Delacroix e Bouguereau.

Se não quiser descer a escadaria que dá acesso a ala central das esculturas, existe uma escada a direita que dá acesso ao piso 2. Este piso tem como circulação o terraço das esculturas, e em suas salas é possível ver Van Gogh, Gauguin, os pontilhistas Seurat e Signac, entre outras coleções.

Pintura de Renoir
Por último, no piso 5, está a galeria dos impressionistas, onde estão as obras que atraem a maioria dos visitantes do museu. Renoir, Monet, Manet e Cezanne estão por todo lado, e também os impressionistas que não atingiram o mesmo sucesso, como Pissarro, Sisley, Caillebotte e outros. As obras impressionistas da coleção do doutor Gachet de Auvers-sur-oise também estão lá.

O que você não pode perder

Bom mesmo é ver tudo, mas se o tempo é curto posso tentar recomendar o que considerarem o mínimo.

1) A pintura acadêmica das salas 1, 2 e 3 do piso 0. As telas de Bouguereau são impressionistas.
2) Escola de barbizon nas salas 4 e 6.
3) A origem do mundo, de Courbet, na sala 20.
4) Van Gogh (inclui a tela Noite Estrelada) e Gauguin nas salas 70, 71 e 72.
5) Toda a galeria dos impressionistas.

Outras informações

Ingressos a E$ 9 (somente acervo permanente), E$12 (incluindo também as exposições temporárias).
Horário: 9:30 as 18:00
Livraria: 9:30 a 18:30, quintas até 21:30
Audioguias em Espanhol, Inglês, Italiano, Alemão, Português, Japonês Chinês e Russo.
Café (piso 0), Restaurantes (piso 2 e 5).
Site do Museu: www.musee-orsay.fr

Noite Estrelada, de Van Gogh
* As fotos das obras foram retiradas da internet. O museu D'Orsay não permite fotos em suas instalações, exceto em uma espécie de mirante nos andares superiores.

Abraços
Thiago Rulius

domingo, 24 de novembro de 2013

Museu do Louvre

O museu do Louvre a noite
 Para quem ainda não sabe, é impossível conhecer o Louvre em uma só visita. O lugar é enorme. Só o saguão abaixo da pirâmide de vidro onde estão as bilheterias e o acesso principal aos três grandes setores do Louvre já é maior que muito museu por aí.

Uma parede só de Rembrandt

Uma prática recomendada por guias e viajantes e que assino embaixo é definir o que se quer ver, de preferência antes da visita, e focar naquelas obras. O próprio mapa do museu (retirado gratuitamente e disponível em português) já aponta a localização de várias das grandes obras de arte expostas, que podem ser usadas como guia para quem não definiu seu roteiro de antemão.


Fique atento a tudo para não perder telas como esta.
Usando como exemplo a minha visita: eu queria ver as obras dos artistas Rembrandt e Vermeer na ala de pinturas holandesas. Minha esposa queria ver Leonardo da Vinci, Veronese e Caravaggio entre as pinturas italianas. Com isso, já tínhamos nosso roteiro definido, e ainda vimos (de uma maneira mais rápida do que eu gostaria) algumas pinturas francesas e tomamos um café. Nossa visita durou cerca de cinco horas. Vimos muito, mas mesmo fazendo as coisas lembrando de vez em quando do relógio, não vimos trinta por cento do museu.



Que tal uma aula de arte no Louvre
Se o seu roteiro é muito extenso e você aguentar passar doze horas por lá, visite o Louvre as quartas ou sextas-feiras, quando ele fica aberto até as 22hs. Se, por outro lado, você pretende fazer uma visita rápida, de umas três horas, você pode visitar o museu no fim da tarde destes mesmos dias, aproveitando as horas anteriores para conhecer as atrações mais próximas, como a igreja de Notre Dame e o Jardim des Tuilleries, este logo em frente.


Mas é no Louvre mesmo que você quer ir?


As pinturas sobem pelas paredes do Louvre
Importante dizer que a história da arte está dividida cronologicamente entre três dos museus de Paris. O Louvre é quem tem o maior acervo e cobre cronologicamente o maior período. Vai desde o início dos tempos até meados do século XIX. Se você quer ver antiguidades de civilizações antigas (como grega,  egípcia e orientais), pinturas do renascimento ou dos antigos mestres holandeses, este é o seu museu. O museu D’Orsay, do outro lado do rio Sena, assume logo após e segue até os primeiros anos do século XX. Lá estão todos os impressionistas, como Monet, Pissarro e Renoir, além de pós impressionistas como Van Gogh, Seurat e Gauguin. Várias esculturas estão espalhadas por este aconchegante museu, entre elas algumas obras de Rodin. Ainda no Orsay, é possível ver muito da famosa escola de Barbizon, com pinturas de Daubigny e Millet, ídolo de Van Gogh, entre outros. Pinturas da escola de Barbizon e de Delacroix e Courbet podem ser vistas tanto no Orsay quanto no Louvre, pois estes artistas produziram no período de fronteira dos dois museus. Por último, após os primeiros anos do século XX, o museu que assume é o Pompidou, onde você poderá ver Picasso, Matisse, Toulousse-Lautrec e outros.


O Louvre de dia
Um obstáculo para entrar no Louvre sem tempo é a compra de ingresso, já que você pode perder um tempo precioso nas filas se chegar no horário de maior movimento. Uma solução é comprar os ingressos em uma das livrarias FNAC (que vendem ingresoss para várias atrações de Paris). No caso do Louvre, é cobrado uma taxa de conveniência de dois euros. Caso lhe pareça um mau negócio, pense bem. É melhor pagar dois euros ou perder uma hora em Paris em uma fila?
Com o ingresso comprado anteriormente, você pode simplesmente ignorar a fila do lado de fora da pirâmide e seguir direto para a portaria. Depois de entrar na pirâmide e descer as escadas, também não precisará ir a bilheteria. Procure o mapa gratuito do museu (disponível em português) e veja por onde pretende começar sua visita.


Como o Louvre funciona

Existem três grandes seções além da seção publica onde estão as bilheterias: Richelieu, Denon e Sully. Cada uma delas tem acesso diferente a partir da área das bilheterias, sob a pirâmide. Escolha por onde entrar de acordo com o que deseja ver no museu, e lembre-se de manter o seu ingresso, com você, pois no Louvre é permitido sair e entrar quantas vezes quiser durante o dia, e o simples fato de retornar ao saguão para um café faz com que você tenha de apresentar novamente seu ingresso para acessar novamente uma das três seções citadas acima. Cada uma das seções está dividida em quatro andares: Mezanino (-1), Térreo (0), Primeiro Andar (1) e Segundo Andar(2).
A rendeira, de Vermeer
No Mezanino, onde está o saguão sob a pirâmide, além de café, restaurante e outros serviços, além das bilheterias, a área de exposição é menor. É dedicada a antiguidades exóticas (gregas, egípcias, romanas, etruscas e islâmicas), além de um setor de esculturas e outro da história do Louvre. No térreo, continuam os setores de antiguidades e esculturas, com a adesão das antiguidades orientais. O primeiro andar ainda tem antiguidades expostas na ala Sully, enquanto a ala Richelieu expõe exclusivamente objetos de arte e a ala Denon expõe pinturas italianas, espanholas, além de algumas pinturas francesas (estas em grande formato) além de um setor de artes gráficas. Por último, o segundo andar exibe artes gráficas em um pequeno setor da ala Sully, além de centenas de pinturas francesas, alemãs, holandesas e belgas.

Uma pintura de Ingres



Por falta de tempo, tive de simplesmente ignorar todos os setores de antiguidades e esculturas, restringindo nossa visita aos setores de pinturas, além de uma rápida olhada no setor do Louvre medieval. Começamos nossa visita do ultimo andar, admirando as pinturas holandesa, belga e alemã dos séculos XIV a XVIII. Ponto alto são as duas pinturas de Vermeer, entre elas A rendeira, uma tela minúscula, mas ainda assim impressionante. Também estava procurando as pinturas de Rembrant, que está na sala 31 e tem uma parede exclusiva para ele. Depois, visitamos parte do setor de pinturas francesas, já na ala Sully, onde gostamos muito do setor que engloba as salas 69-73. Lá estão expostas as pinturas da escola de barbizon, com Millet (o ídolo de Van Gogh), Daubigny e Rousseau, entre outros. Para nossa surpresa encontramos neste setor a sala C, com pinturas impressionistas de Degas, Renoir, Pissarro e outros, o que só esperávamos ver no museu D’Orsay. 

Gatinha pintada por Da Vinci
No setor de pinturas italianas (já no primeiro andar), percorremos o longo corredor onde estas estão expostas, interrompendo este trajeto apenas para acessar a grande sala onde estão a Monalisa de Da Vinci e As bodas de Caná, de Veronese. Impossível admirar a Gioconda como ela merece, já que a sala permanece sempre lotada e cheia de avisos para cuidar de seus pertences devido ao risco de roubo. Não bastasse isso, existe um cordão de segurança que não permite ver a obra a uma distância que se possa notar os detalhes. Melhor encontrar  outras pinturas de Da Vinci no corredor composto pelas salas 5, 8 e 12, onde outro quadro do pintor e cientista está exposto e praticamente ignorado. A mocinha retratada por ele neste corredor é muito mais simpática, acredite.

Outras informações

  • Serviços: Loja de souvenir , café, restaurante, livraria, auditório, fraldário, vestiário, audioguia (indisponível  em português), guichê de informações, empréstimo de cadeira de rodas.
  • Entrada: E$12 (exposição permanente), E$13 (exposições temporárias) ou E$16 (ingresso para ambos), válidos por um dia inteiro (mantenha-o com você para poder sair e entrar novamente).
  • Fechado as terças-feiras
  • Funcionamento: 09 as 18hs, exceto quartas e sextas-feiras, até 21h45. OBS: Não há horário noturno em feriados.

Abraços
Thiago Rulius

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Paris: Montmartre, um bairro de artistas


Basílica do Sacre-Coeur
Montmartre foi, desde muito tempo, um bairro artístico. No fim do século XIX, o bairro era frequentado por vários artistas reconhecidos hoje mundialmente, como Renoir, Van Gogh, Toulouse-Lautrec, Degas e muitos outros. Ainda assim, impressiona encontrar a Place du Tertre, principal praça do bairro, lotada de pintores e desenhistas tentando lhe vender um trabalho ou fazer seu retrato (pintura, não confundir com fotografia) ali, no meio da rua. Apesar da praça ficar lotada no meio do dia, é um lugar muito peculiar, autêntico e interessantíssimo para quem tem algum interesse por arte. Eu queria voltar com um retrato para casa, e não perdi a chance. Mas, caso você queira fazer o mesmo, não vá contratando qualquer um dos desenhistas. Observe-os trabalhando e escolha aquele que lhe agradar em estilo e que tenha técnica suficiente para fazer um desenho onde você se reconheça, o que nem sempre ocorre. Mas lembre-se que o desenho não é fotografia, e que parte do trabalho que você vai levar para casa é a forma de expressão do artista. O preço parte de oito e pode ultrapassar cinquenta euros. De todas as quinquilharias que trouxe de minha viagem, o retrato feito em Montmartre foi o mais bacana.

Posando para um retrato.
Os artistas da Place du Tertre

Lanchinho de rua em Montmartre.

Além da Place du Tertre, Montmartre tem a segunda igreja mais visitada de Paris, a Sacre-Coeur, belissíma por dentro mas principalmente por fora, com suas cúpulas podendo ser vistas a certa distância, já que Montmartre fica na única colina de Paris e está em nível acima do resto da cidade. Da frente a igreja é possível ter uma vista panorâmica da cidade nos dias que o tempo está aberto. Após visitar a igreja, você pode descansar um pouco nos gramados e escadaria logo em frente ou no pequeno parque meio escondido atrás da igreja, um bom lugar para fazer um lanche (que você deve comprar no meio do movimento do bairro ou levar do supermercado) e aproveitar para tirar boas fotos da igreja.

Rua Lepic: Galerias, moinhos e cafés.
Mas não restrinja o passeio apenas ao lado tumultuado do bairro. Caminhar um pouco pela área menos turística pode ser muito bom para sentir a atmosfera do lugar. Uma opção é começar o passeio pela rua Lepic, onde Van Gogh morou. Depois da confusão das primeiras quadras, a cara da rua vai mudando. Os turistas ficam mais escassos e o passeio fica bem sossegado. Após o primeiro morro, esta rua faz algo como um "U" afastando-se e depois voltando para o lado mais turístico do bairro. Antes de voltar ao amontoado de turistas, porém, você passará por dois moinhos de vento (sendo um deles o moinho onde funcionava o baile do moinho de la galette, imortalizado em uma tela de Renoir), alguns cafés e restaurantes intercalados com pequenos ateliês e galerias de arte muito interessantes. Me chamou a atenção o ateliê de um artista português que faz retratos compostos exclusivamente de coisas como corpos, legumes, livros, etc. Ao lado, você vê um ateliê onde o artista só pinta gatos. Para quem quer levar algo bem original para casa, vale a pena dar uma olhada.

As duas princiais igrejas de Montmartre, lado a lado.

Para quem quer ainda conhecer algum museu no bairro, existem várias opções nas redondezes, como o Museu de Montmartre (www.museedemontmartre.fr), Dali espace Montmartre (www.daliparis.com) e Museu de la vie Romantique (www.vie-romantique.paris.fr). Este último em Pigalle, bairro vizinho, mas com visita grátis ao acervo permanente.

Sacre-Coeur a partir do bairro Pigalle
Ainda em Pigalle, próximo a esta estação de metrô estava ocorrendo uma feira de antiguidades (domingo). Uma opção legal para complementar o passeio. A extremidade da feira se localizava na rue des Martyrs.

Por último, Montmartre está lotada de lojinhas de souvenir. Se você quer trazer miudezas para um monte de gente, reserve um tempo para as compras que lá é o lugar.




Cuidado com os espertalhões

Assim como as mocinhas (mudas?) que te cercam na região do Louvre pedindo dinheiro ou os vendedores de chaveiros de Torre Eiffel de Versailles e toda Paris, em Montmartre também tem um punhado de espertalhões na base das escadarias de acesso a basílica do Sacre-Coeur, que já chegam tentando lhe empurrar uma pulseira, uma lembrança, etc. Não tivemos nenhum problema, mas ouvimos relatos de tentativas de furtos ou extorsão. Então, para evitar esse tipo de situação, se lhe oferecerem qualquer coisa, agradeça com um mercy e um sorriso e siga em frente. Se insistirem, continue dizendo mercy e pule fora. Desde que você não tenha demonstrado interesse pelo que estão vendendo, eles desistem em um instante.

Como chegar

A melhor estação de metrô é a Absesses (lhe deixa no meio da colina), mas a estação Pigalle também atende, apenas será necessário subir um pouco mais. Como o bairro é extremamente turístico, recomendo chegar cedo. Mas se não conseguir, não desanime ao ver os ônibus de excursão desovando turistas as dezenas por ali. Essa chegada em massa de pessoas, junto as lojas de souvenires e artigos baratos espalhadas por todo lado, além dos edifícios nem sempre bem conervados podem dar uma primeira impressão ruim, mas insista. Encare as ladeiras de pedra calçada com disposição, pois Montmartre merece.

Bom passeio.
Thiago Rulius.

domingo, 20 de outubro de 2013

Versailles

Palácio de Versailles e parte de seu jardim
 
Ninguém me falou, mas acho impossível que outra atração nos arredores de Paris seja mais visitada que Versailles. Certamente não pela cidade, que existe a sombra do seu glorioso palácio, este sim o centro das atenções.

Assim que chegamos lá, após um curto trajeto de trem (que nem dá para chamar de viagem), chamou atenção a quantidade de turistas se aglomerando a frente do castelo. Mesmo assim, tinha uma ótima expectativa, especialmente depois de conhecer o palácio do Catete e seu jardim no Rio de Janeiro. As proporções são completamente diferentes, mas o nosso palácio merece, e muito, uma visita. Claro que Versailles vai muito além do Catete. Apenas o trecho do palácio que visitamos, que imagino não seja 20% do seu tamanho total, já deve ser maior que o palácio brasileiro.

Logo na entrada, uma longa fila, que pudemos pular por já ter comprado os ingressos anteriormente, no guichê de informações turísticas que fica entre a estação de trem e o castelo, vendido com uma sobretaxa de dois euros.

Adornos do palácio




Lá dentro, o “caminho feliz” é visitar o palácio em primeiro lugar (até mesmo porque seu horário de visitas é encerrado antes do jardim). Foi o que fizemos. Pegamos os audioguias (grátis, ou com preço embutido no valor de entrada) e começamos a explorar os aposentos do palácio.

Quarto da rainha Maria Antonieta
Apesar de termos seguido para lá em uma quinta-feira, dia que não é dos mais batidos e que supostamente o lugar não está tão cheio, parecia não caber mais ninguém ali. Mesmo com toda a beleza do castelo, fica bastante difícil, para não dizer impossível, sentir a sua atmosfera.  A todo momento passavam aquelas excursões onde o guia vai a frente levando sua varinha com uma fitinha colorida a ponta, seguida por um grupo de turistas com os dedinhos nervosos, disparando fotos de qualquer coisa que apareça a sua frente. Cheguei a ver uma turista, após ouvir a explicação do seu guia, apenas levantar o braço com a máquina fotográfica para disparar a foto de um aposento que ela sequer entrou e nem conseguia ver o que tinha, já que era baixinha e tinha dezenas de pessoas a sua frente.

Mas mesmo com todo o antoclímax do lugar, existem aposentos extremamente interessantes, como os quartos do rei e da rainha, e as salas para realizar cada uma das suas obrigações: a sala onde o rei recebia seus súditos, a sala onde jantavam (com um espaço com várias cadeiras, estilo sala de aula, para que alguns bajuladores pudessem vê-los jantar), o quarto da rainha com sua passagem secreta (usada por Maria Antonieta para tentar escapar da guilhotina, o que não adiantou), entre outros. A sala dos espelhos também é muito bonita e enorme, neste cômodo deu para imaginar como seria um baile naqueles tempos (comece retirando a metade dos turistas e imagine os demais com roupas de época que já é um começo).

A famosa sala dos espelhos de Versailles
 
No mais, repare os papéis ou forros de paredes, pinturas, esculturas e móveis de época espalhados pelos aposentos (mesmo que parte da mobília não seja original, já que muitas peças sumiram ou foram destruídas durante a revolução francesa). Para quem repara nos detalhes, é uma festa. E não deixe de pegar seu audioguia, que enriquece bastante a visita.

Panorâmica do jardim de Versailles

Quanto aos jardins, estes são maravilhosos. Na região mais próxima ao palácio, estão os jardins mais contemplativos e tradicionais, com canteiros de flores, caminhos e árvores com efeitos de topiaria. Mais afastados, o grande lago (que se vê do palácio) onde se pode alugar barcos e remar por ali, além dos bosques e das outras atrações (Grand Trianon, Petit Trianon e Domínio de Maria Antonieta). Não visitei estes outros atrativos, que são pagos a parte, e apesar de não tê-los conhecido, posso afirmar que, se você quer conhecer com calma os jardins de Versailles, só compre o ingresso full (que dá acesso a estas atrações) se tiver chegado cedo, pois do contrário vai faltar tempo para conhecer tudo. O lugar é enorme.

Vista do castelo a partir de seu jardim


Para quem não quer (ou não pode) andar demais, é possível alugar um carrinho, mas o preço é alto (trinta euros, se não me engano).

Minha opinião é que o lugar vale a visita, especialmente o jardim, que por ser tão grande, não se nota a quantidade de turistas. No caso do palácio, não posso negar que é muito bonito, mas gostaria de ter conhecido outros (como Fontainebleau) que também são turísticos, mas muito menos visitados que Versailles, para fazer um comparativo. A quantidade de gente dentro do castelo reduz o prazer da visita. Acreditem ou não, e podem me chamar de doido, mas meu prazer em conhecer o sossegado palácio do Catete foi maior (mas não estou dizendo que seja mais bonito, não confundam).

Uma bela galeria do palácio

Outras informações

Como chegar: Pegue o trem RER C5 na estação Invalides de metrô (compre o ticket nas máquinas automáticas, opção Ile de France). Compre o bilhete de volta ainda em Paris ou assim que chegar, pois no horário de partida a estação vira um inferno, com filas enormes para comprar a passagem. Ao descer da estação, basta andar algumas poucas centenas de metros (é bem perto). Siga para a direita e depois esquerda, ou siga o fluxo de pessoas.

Preços
  • 15 euros para palácio e jardins (17 com sobretaxa do escritório de turismo).
  • Para o passaporte (acesso também ao Grand Trianon, Petit Trianon e Dominios de Maria Antonieta, o preço varia de acordo com o dia da semana, indo de 19,50 a 26,50.
OBS: As livrarias FNAC vendem ingressos para vários museus e outros atrativos turísticos de Paris. É possível que vendam entradas para Versailles também. Estude esta possibilidade para todas as atrações mais concorridas. Mesmo pagando um pequeno acréscimo, a economia de tempo pode significar a visita a mais uma atração no mesmo dia.

Abraços
Thiago Rulius

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Auvers-sur-Oise

A igreja de Auvers

A pequena cidade de Auvers-sur-Oise tinha tudo para ser desconhecida de todos, a exceção de seus cerca de seis mil habitantes. Deve ter sido assim até o fim do século XIX, quando a cidade passou a abrigar pintores franceses que depois seriam reconhecidos no mundo artístico, como Charles Daubigny, Camile Pissarro e Paul Cezanne. Não bastassem estes nomes, a cidade ganhou até mesmo certa notoriedade por ter abrigado o pintor Vincent Van Gogh em seus últimos dias de vida.

Estátua de Van Gogh
Van Gogh chegou a Auvers após deixar o hospício próximo a Saint-Remy, no sul da França. Na nova cidade, poderia ser atendido pelo médico Paul Gachet, residente em Auvers e que havia tratado anteriormente de Pissarro (que o indicou ao irmão de Van Gogh, Théo) e Cezanne. Gachet também era pintor amador e colecionador de arte, o que criaria um vínculo maior entre paciente e médico. Além do mais, vivendo ali, Van Gogh estava bastante próximo de seu irmão Théo, que poderia socorrer em caso de necessidade.

Hoje o turismo em Auvers-sur-Oise gira basicamente em torno de Van Gogh e dos outros pintores que viveram na cidade. Mas nem só por isso ela merece uma visita, pois qualquer turista que vá ficar exclusivamente em Paris pode encontrar ali uma pequena prova da vida em uma pequena cidade da França, com suas casas centenárias e canteiros floridos.

Canteiro de flores em Auvers
Apesar de muito perto de Paris (cerca de 35km), Auvers tem uma avenida principal relativamente movimentada e demais ruas completamente sossegadas. É uma cidade gostosa para uma caminhada descompromissada, com suas casas antigas de pedra e paisagens seculares. Um detalhe interessante do passeio em Auvers é que várias das paisagens da cidade foram pintadas pelos artistas citados acima. Quando o local ainda existe, é possível ver uma placa no local aproximado onde a obra teria sido realizada, e nesta placa está uma reprodução da pintura, para comparação com a paisagem original. Caso queira fazer um passeio buscando estas placas, basta comprar um mapa (por 1 euro) no balcão de informações turísticas da cidade, com a localização de cada uma destas pinturas.

O castelo de Auvers
Auberge Ravoux, hoje Maison Van Gogh
Mas a cidade é especialmente interessante para os fãs de Van Gogh (meu caso): É possível visitar a igreja de Auvers, pintada por ele e que atrai pintores que montam ali seus cavaletes para fazer novas versões e interpretações do local. Está aberta para visitação a pequena pensão onde ele morou (hoje Maison Van Gogh), assim como os tumulos dos Irmãos Théo e Vincent Van Gogh no cemitério da cidade. No parque Van Gogh há uma estátua feita pelo escultor Zadkine, na avenida principal, e ainda é possível visitar a casa do doutor Gachet. Tive a oportunidade de visitar o castelo, a igreja e o cemitério apenas (era terça feira e descobri apenas na cidade que as demais atrações funcionavam apenas de quarta a domingo). Ainda assim, foi uma viagem emocionante e bastante comovente para mim, que sou um fã do pintor. Gostaria de ter montado ali um cavalete e passado toda a tarde pintando a famosa igreja, ou pelo menos ter um pouco mais de tempo para fazer um esboço a lápis.

Rua em Auvers
De qualquer maneira, seja você um fã de pintura ou não, a cidade de Auvers tem um certo charme e considero uma visita interessante, e pode ser feita como day trip a partir de Paris numa boa. Para chegar lá, vá até a gare (estação) St. Lazare e compre um bilhete para Auvers-sur-Oise. O trem o levará até Pontoise, onde deve ser feita uma baldeação para Auvers, sem necessidade de comprar novo bilhete. Existe um trem direto da Gare du Nord, porém este não é diário, então será necessário verificar que dias ele segue para lá caso queira usar esta opção. Ao chegar em Auvers, já compre a passagem de volta, pois a bilheteria fecha cedo e a passagem serve para qualquer viagem no dia.

Tumulos dos irmãos Van Gogh - Tragédia em familia

Para quem quer levar uma lembrança, a banca de informações turísticas vende souvenirs relacionados a Van Gogh, como posters, canecas, canetas e outros. Alguns deles importados inclusive do museu Van Gogh, em Amsterdam.


Outras atrações da cidade são a casa e o atelier de Daubigny, que também estavam fechados na terça-feira, e o castelo de Auvers.



Abraços.
Thiago Rulius.

domingo, 16 de junho de 2013

Rio de Janeiro - Cultura e praia

Vista do Pão de Açucar. A visibilidade não estava das melhores

Finalmente voltei ao Rio. Tinha ido até a cidade uma unica vez, em uma excursão bate e volta, de ônibus, para assistir a Plebe Rude na terceira edição do Rock in Rio. Daquela viagem eu trouxe a experiência de ir a um show com publico próximo a duzentas mil pessoas e uma hepatite que me deixou de molho no carvanal daquele ano. Mas do Rio mesmo, eu não trouxe nada. Só que agora finalmente pude conhecer um pouco da mais famosa das nossas cidades.

Seriam apenas três dias, e queria, na medida do possível, dividir o tempo entre cultura e praia, e o dia da chegada ficou para a cultura. Depois de deixar as malas no hotel, seguimos de metrô até a estação candelária. Desembarcamos praticamente na porta do MNBA, ou Museu Nacional de Belas Artes, para onde fomos logo após almoçar no famoso e meia-boca bar amarelinho, que também fica ali.

Museu Nacional de Belas Artes
Estava ansioso para ver pessoalmente a impressionante coleção de obras do século XIX, com pinturas de Belmiro de Almeida, Vitor Meirelles e Rodolfo Amoedo. Algumas telas darão ao visitante a sensação de já serem velhas conhecidas, e não por acaso. Telas como Primeira missa no Brasil (Vitor Meirelles) e Batalha no Avaí (Pedro Américo) costumam, ou costumavam, ilustrar nossos livros de história. No caso da batalha do Avaí, o tamanho da tela é impressionante: 11x6m. Se você é um aficionado por pintura e escultura, programe meio dia para conhecer este museu, com as galerias dos séculos XIX, XX e XXI. E acredite: o tempo será curto.

Teatro Municipal
Ao lado do museu, visitamos o Teatro Municipal. O lugar é muito bonito, e parte das explicações dos guias tem algum interesse histórico. O prédio foi restaurado não faz muito tempo, e a maioria dos ambientes mostrados estão bem conservados. Existem pinturas e vitrais belissímos no interior do edifício, além das escadarias e esculturas. Um passeio muito interessante, mas que não dá acesso a todo o prédio, e por ser uma visita guiada, não lhe permite explorar o prédio no seu próprio tempo, o que é sempre muito chato. Para quem tem esta possibilidade, melhor seria conhecer o teatro indo a um espetáculo. Mas se não for possível, esta visita guiada quebra o galho. Se você pretende assistir a um espetáculo por lá, melhor reservar com antecedência.

Para fechar o dia, um café na tradicional Confeitaria Colombo. Lugar bonito e aconchegante, mas não muito barato e nem muito gostoso. Vale mais pelo ambiente que pela comida. Se voltar para lá me contento só com um café e mais nada.

Vista do Pão de Açucar
No dia seguinte fomos para a zona sul, lado oposto ao centro para quem está no Flamengo. Seguimos de onibus para a Urca, onde subiríamos o famoso bondinho do pão de açucar. Mais turístico, impossível, mas já que não iria até o Cristo devido a baixa visibilidade (mesmo com o dia relativamente ensolarado) não queria perder o segundo mirante da cidade. Não me arrependo. A vista é muito bonita mesmo do morro da Urca, onde o bonde faz sua primeira parada. Também vale andar por aqui antes de subir até a estação mais alta: o espaço é maior que no pão de açucar e com locais com cadeiras e mesas para descanso e contemplação. Depois de aproveitar o morro da urca, é hora de subir para o ponto mais alto do passeio e aproveitar a vista. Para quem quiser mais, dá para fazer uma caminhada que eles chamam "bosque", também no pão de açucar. O início da trilha fica bem próxima ao local de embarque do bondinho.

Subir o pão de açucar é um passeio bacana, apesar de caro (veja detalhes técnicos no fim do artigo). Mas vale a pena, pelo menos uma vez. E deixo uma dica: chegue cedo, porque com o passar das horas as filas aumentam muito, e o lugar fica tão cheio que vai ser dificil sair em uma foto sozinho, além do tempo perdido esperando a sua vez de subir.

Um pouco de praia


Praia de Ipanema
Resolvemos então descansar em uma das praias do Rio. Deixamos o Pão de açucar próximo ao meio dia e seguimos para as praias da zona sul. Existem onibus diretos a partir dali. Passamos direto por Copacabana e descemos em Ipanema. A idéia era pegar uma tarde de praia e depois voltar parte do caminho pelas praias em direção ao Flamengo, onde estávamos hospedados.

Ficamos na barraca do Uruguai. Por conhecer o Uruguai, achei que seria legal ficar na barraca e ver se tinham algo tipico para nos servir (e acabei comendo uma espécia de choripán - pão com linguiça, cebola e molho chimichurri). Ficamos por lá, alugamos cadeiras e guarda-sol, o que rola fácil em qualquer barraca por ali. Passamos uma tarde agradável na praia, que estava relativamente cheia mas sem tumulto. Foi uma tarde agradável e uma ótima idéia para descanso, o que é sempre bom no meio de uma viagem onde as vezes ficamos procurando conhecer coisas demais e acabos nos estressando.

No fim da tarde saímos caminhando para uma rápida olhada na lagoa Rodrigo de Freitas (não me impressionou) e terminamos a caminhada comendo uma moqueca no restaurante Peixe-Vivo em Copacabana, já de noite. Depois da comilança fora de hora, desistimos de conhecer a Lapa, o programa noturno que estava planejado para aquela noite e que ficou para a próxima viagem.

Ultimo dia: Cultura e praia.


Praia de Copacabana
Como não deu para ver Copacabana no dia anterior, voltamos para lá no domingo de manhã. pegamos o metrô no Flamengo e chegamos a praia passando ao lado do Copacabana Palace. Uma curta caminhada e repetimos a estratégia do dia anterior. Cadeiras e guarda-sol alugados e mais algumas horas de ócio dos bons. As maiores diferenças das vizinhas Ipanema e Copacabana: Preços (Copacabana é mais barato, ou a barraca do Uruguai é que era cara demais) e o mar (que pareceu mais perigoso em Copacabana).

Palácio do Catete

Os jardins do palácio do Catete
A tarde, nossa ultima parada antes de voltar para casa. Palácio do Catete, onde moraram vários presidentes da república e onde se matou Getulio Vargas. Gostei mais deste passeio que da visita ao Teatro Municipal. Ambos os prédios são ricamente decorados, mas o palácio do Catete lhe permite explorar sem pressa, observando todos os detalhes: Maçanetas de formas elaboradas, pinturas e esculturas espalhados por todo o palácio, mobiliário de época e jardins maravilhosos, com pontes, lagos, coreto. Imperdível. Quanto ao quarto onde Getulio Vargas se matou, masmo que ache esse tipo de coisa meio lúgubre, vá sem medo. Não achei que o clima pesou tanto quanto outros lugares que visitei onde tragédias ocorreram no passado.

Então é isso: Se o Rio está perto de você, um período curto dá para conhecer muita coisa, e nem precisa correr tanto assim. Programe lugares próximos em um mesmo dia para não perder tempo com deslocamentos, pegue uma praia para relaxar e quando puder, volte para conhecer o que ficou para trás.

Abraços
Thiago Rulius

Informações


Museu Nacional de Belas Artes
Entrada: R$8 (inteira) ou R$4 (meia). Ou R$8 para famílias de até 4 pessoas.

Teatro Municipal: R$10 (inteira) ou R$5(meia) para visita guiada.
Agenda: http://www.theatromunicipal.rj.gov.br/

Confeitaria Colombo:
Salgados a partir de R$5,50.
Pastel de Belém: R$7,00.
Café expresso: R$4,50.

Pão de açucar:
Preços: R$53 (inteira) e R$26 (meia - somente para estudantes do RJ e idosos).

Praia de Ipanema (barraca do Uruguai):
Pão com linguiça: R$9
Cerveja e Coco: R$5
Cadeiras: R$5
Guarda-sol: R$10, mas deixaram por R$5.

Praia de Copacabana (barraca a esquerda do Copacabana Palace e em frente ao posto Salva Vidas):
Cerveja e Coco: R$4
Cadeiras: R$3
Guarda-sol: R$3

Palácio do Catete
Acesso pelo metrô, estação Catete.
Grátis aos domingos.

domingo, 21 de abril de 2013

Parque Estadual do Itacolomi

Chegando ao pico do Itacolomi
Um belo parque com uma trilha que segue por trechos de Mata Atlântica e Campos rupestres rumo ao pico do Itacolomi. Bom para quem quer apenas passar um dia (ou fim de semana) em contato com a natureza, há menos de duas horas de Belo Horizonte e colado na histórica Ouro Preto.

Ficamos um fim de semana por lá, acampando. Apesar de ficar tão perto de casa (pouco mais de 100km de BH) e da antiga vontade de subir até o pico do Itacolomi, ainda não conhecia o parque.

Centro de visitantes

O acesso não podia ser mais fácil: A entrada do parque está a poucos metros da MG-262, e pode ser vista desta estrada. Fica pouco depois do trevo para Lavras Novas (para quem vem no sentido BH - Mariana). Até este trevo a sinalização é deficiente (ou inexistente), mas logo depois as placas aparecem e não deixam duvidas do acesso ao parque.


Visual da trilha de acesso ao pico do Itacolomi

Para quem pretende subir o pico, principal atrativo do parque, é necessário chegar ao centro de visitantes - distante 5km da portaria por estrada de terra - pouco antes das 09:00, horário de partida deste passeio que é feito com o acompanhamento de guia ao custo de R$10 por pessoa. Se chegar cedo, aproveite para conhecer o centro de visitantes, que tem algum material interativo, como um aparelho para reproduzir os sons de alguns animais e uma maquete com as diversas atrações do parque e região.

Trilha rumo ao pico do Itacolomi
No dia que fizemos o passeio, fomos levados pelos guias em um carro do parque até o inicio da trilha (2km do centro de visitantes). A subida é feita em um tempo médio de uma hora e trinta minutos, variando de acordo com o preparo fisico de quem está subindo. Não deixem de levar garrafas de água e lanche para o parque, pois não estão a venda por lá e serão necessários durante o passeio. A subida até o pico é muito bonita, com trechos de mata atlântica e campos rupestres (que estavam floridos em alguns trechos quando passamos por lá). A vista por todo o trajeto é super bacana, podendo-se ver a sede do parque e seus lagos, o distrito de Lavras Novas, a cidade de Ouro Preto e a pedra do caraça. O pico do Itacolomi só se revela no fim da trilha, irreconhecível visto por trás, que é onde a trilha acaba. Não e possível ao turista comum subir até o topo da pedra, mas segundo me disseram existem vias de escalada por lá. Para quem é profissional neste esporte e quiser tentar a subida, é uma boa idéia contatar o pessoal do parque para maiores informações.
Lagoa da Capela - Para um banho após a trilha!

A descida, apesar de forçar um pouco os joelhos, é mais rápida. De volta a sede do parque, ainda é possível dar um mergulho na lagoa da capela antes de ir embora (você pode vestir sua roupa de banho no banheiro do centro de visitantes).

Para quem puder dormir por lá, o camping é muito bom, com banheiros estruturados e área de convivência super bem montada. Muito próximo fica uma área de convivência muito bem estruturada, com um lugar reservado para fogueira (se informe com os funcionários do parque). Nós dormimos por lá e gostamos muito. Apesar das duas cachoeiras citadas no centro de visitantes ainda não estarem disponíveis para visitação, existem outras trilhas mais curtas que podem ser feitas, além da possibilidade de visitar o museu do chá, a capela de São José e a casa bandeirista no dia seguinte, além da possibilidade de assistir ao pôr do sol no mirante do morro do cachorro.

Recomendo uma visita ao parque, talvez integrada com uma visita a cidade de Ouro Preto.

Se quiser fazer um passeio diferente em Ouro Preto experimente visitar as galerias de arte e ateliês da cidade. Você também pode visitá-la durante o Fórum das Letras, evento de literatura que rola por lá. Veja as resenhas deste evento em 2011 e 2012. Se quiser explorar um pouco mais a região, visite distritos como Glaura, ou a Chapada de Lavras Novas, com seus menos de 100 habitantes.


Abraços.
Thiago Rulius