domingo, 24 de novembro de 2013

Museu do Louvre

O museu do Louvre a noite
 Para quem ainda não sabe, é impossível conhecer o Louvre em uma só visita. O lugar é enorme. Só o saguão abaixo da pirâmide de vidro onde estão as bilheterias e o acesso principal aos três grandes setores do Louvre já é maior que muito museu por aí.

Uma parede só de Rembrandt

Uma prática recomendada por guias e viajantes e que assino embaixo é definir o que se quer ver, de preferência antes da visita, e focar naquelas obras. O próprio mapa do museu (retirado gratuitamente e disponível em português) já aponta a localização de várias das grandes obras de arte expostas, que podem ser usadas como guia para quem não definiu seu roteiro de antemão.


Fique atento a tudo para não perder telas como esta.
Usando como exemplo a minha visita: eu queria ver as obras dos artistas Rembrandt e Vermeer na ala de pinturas holandesas. Minha esposa queria ver Leonardo da Vinci, Veronese e Caravaggio entre as pinturas italianas. Com isso, já tínhamos nosso roteiro definido, e ainda vimos (de uma maneira mais rápida do que eu gostaria) algumas pinturas francesas e tomamos um café. Nossa visita durou cerca de cinco horas. Vimos muito, mas mesmo fazendo as coisas lembrando de vez em quando do relógio, não vimos trinta por cento do museu.



Que tal uma aula de arte no Louvre
Se o seu roteiro é muito extenso e você aguentar passar doze horas por lá, visite o Louvre as quartas ou sextas-feiras, quando ele fica aberto até as 22hs. Se, por outro lado, você pretende fazer uma visita rápida, de umas três horas, você pode visitar o museu no fim da tarde destes mesmos dias, aproveitando as horas anteriores para conhecer as atrações mais próximas, como a igreja de Notre Dame e o Jardim des Tuilleries, este logo em frente.


Mas é no Louvre mesmo que você quer ir?


As pinturas sobem pelas paredes do Louvre
Importante dizer que a história da arte está dividida cronologicamente entre três dos museus de Paris. O Louvre é quem tem o maior acervo e cobre cronologicamente o maior período. Vai desde o início dos tempos até meados do século XIX. Se você quer ver antiguidades de civilizações antigas (como grega,  egípcia e orientais), pinturas do renascimento ou dos antigos mestres holandeses, este é o seu museu. O museu D’Orsay, do outro lado do rio Sena, assume logo após e segue até os primeiros anos do século XX. Lá estão todos os impressionistas, como Monet, Pissarro e Renoir, além de pós impressionistas como Van Gogh, Seurat e Gauguin. Várias esculturas estão espalhadas por este aconchegante museu, entre elas algumas obras de Rodin. Ainda no Orsay, é possível ver muito da famosa escola de Barbizon, com pinturas de Daubigny e Millet, ídolo de Van Gogh, entre outros. Pinturas da escola de Barbizon e de Delacroix e Courbet podem ser vistas tanto no Orsay quanto no Louvre, pois estes artistas produziram no período de fronteira dos dois museus. Por último, após os primeiros anos do século XX, o museu que assume é o Pompidou, onde você poderá ver Picasso, Matisse, Toulousse-Lautrec e outros.


O Louvre de dia
Um obstáculo para entrar no Louvre sem tempo é a compra de ingresso, já que você pode perder um tempo precioso nas filas se chegar no horário de maior movimento. Uma solução é comprar os ingressos em uma das livrarias FNAC (que vendem ingresoss para várias atrações de Paris). No caso do Louvre, é cobrado uma taxa de conveniência de dois euros. Caso lhe pareça um mau negócio, pense bem. É melhor pagar dois euros ou perder uma hora em Paris em uma fila?
Com o ingresso comprado anteriormente, você pode simplesmente ignorar a fila do lado de fora da pirâmide e seguir direto para a portaria. Depois de entrar na pirâmide e descer as escadas, também não precisará ir a bilheteria. Procure o mapa gratuito do museu (disponível em português) e veja por onde pretende começar sua visita.


Como o Louvre funciona

Existem três grandes seções além da seção publica onde estão as bilheterias: Richelieu, Denon e Sully. Cada uma delas tem acesso diferente a partir da área das bilheterias, sob a pirâmide. Escolha por onde entrar de acordo com o que deseja ver no museu, e lembre-se de manter o seu ingresso, com você, pois no Louvre é permitido sair e entrar quantas vezes quiser durante o dia, e o simples fato de retornar ao saguão para um café faz com que você tenha de apresentar novamente seu ingresso para acessar novamente uma das três seções citadas acima. Cada uma das seções está dividida em quatro andares: Mezanino (-1), Térreo (0), Primeiro Andar (1) e Segundo Andar(2).
A rendeira, de Vermeer
No Mezanino, onde está o saguão sob a pirâmide, além de café, restaurante e outros serviços, além das bilheterias, a área de exposição é menor. É dedicada a antiguidades exóticas (gregas, egípcias, romanas, etruscas e islâmicas), além de um setor de esculturas e outro da história do Louvre. No térreo, continuam os setores de antiguidades e esculturas, com a adesão das antiguidades orientais. O primeiro andar ainda tem antiguidades expostas na ala Sully, enquanto a ala Richelieu expõe exclusivamente objetos de arte e a ala Denon expõe pinturas italianas, espanholas, além de algumas pinturas francesas (estas em grande formato) além de um setor de artes gráficas. Por último, o segundo andar exibe artes gráficas em um pequeno setor da ala Sully, além de centenas de pinturas francesas, alemãs, holandesas e belgas.

Uma pintura de Ingres



Por falta de tempo, tive de simplesmente ignorar todos os setores de antiguidades e esculturas, restringindo nossa visita aos setores de pinturas, além de uma rápida olhada no setor do Louvre medieval. Começamos nossa visita do ultimo andar, admirando as pinturas holandesa, belga e alemã dos séculos XIV a XVIII. Ponto alto são as duas pinturas de Vermeer, entre elas A rendeira, uma tela minúscula, mas ainda assim impressionante. Também estava procurando as pinturas de Rembrant, que está na sala 31 e tem uma parede exclusiva para ele. Depois, visitamos parte do setor de pinturas francesas, já na ala Sully, onde gostamos muito do setor que engloba as salas 69-73. Lá estão expostas as pinturas da escola de barbizon, com Millet (o ídolo de Van Gogh), Daubigny e Rousseau, entre outros. Para nossa surpresa encontramos neste setor a sala C, com pinturas impressionistas de Degas, Renoir, Pissarro e outros, o que só esperávamos ver no museu D’Orsay. 

Gatinha pintada por Da Vinci
No setor de pinturas italianas (já no primeiro andar), percorremos o longo corredor onde estas estão expostas, interrompendo este trajeto apenas para acessar a grande sala onde estão a Monalisa de Da Vinci e As bodas de Caná, de Veronese. Impossível admirar a Gioconda como ela merece, já que a sala permanece sempre lotada e cheia de avisos para cuidar de seus pertences devido ao risco de roubo. Não bastasse isso, existe um cordão de segurança que não permite ver a obra a uma distância que se possa notar os detalhes. Melhor encontrar  outras pinturas de Da Vinci no corredor composto pelas salas 5, 8 e 12, onde outro quadro do pintor e cientista está exposto e praticamente ignorado. A mocinha retratada por ele neste corredor é muito mais simpática, acredite.

Outras informações

  • Serviços: Loja de souvenir , café, restaurante, livraria, auditório, fraldário, vestiário, audioguia (indisponível  em português), guichê de informações, empréstimo de cadeira de rodas.
  • Entrada: E$12 (exposição permanente), E$13 (exposições temporárias) ou E$16 (ingresso para ambos), válidos por um dia inteiro (mantenha-o com você para poder sair e entrar novamente).
  • Fechado as terças-feiras
  • Funcionamento: 09 as 18hs, exceto quartas e sextas-feiras, até 21h45. OBS: Não há horário noturno em feriados.

Abraços
Thiago Rulius