sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Amsterdam - Parte 2

Início de noite em Amsterdam.

Não deixe de ler o post Amsterdam - Parte 1 antes de prosseguir.

Bairro da luz vermelha

Acho que a maioria dos brasileiros que vai a Amsterdam segue para a cidade interessada em ver o bairro da luz vermelha ou aproveitar a liberdade de poder entrar em um coffeeshop e fumar "o que quiser" com toda a tranquilidade.

Não foram estes os motivos que me levaram até lá, mas não podia deixar de conhecer o bairro. Chegamos até ele meio sem querer, estávamos andando pelo centro, decidimos conhecer uma igreja, a Oude Kerk (coberta pelo Museum Kaart) e ao sair, surpresa: algumas vitrines na porta da igreja com moças bondosas se exibindo nas famosas vitrines. Você reza e já pode voltar a pecar a vinte metros dali. Detalhe: além do tipo holandês padrão, existem profissionais com outro perfil: gordinhas, morenas, coroas e outras que visivelmente não são nativas do país.

O bairro da luz vermelha.

Se continuar se embrenhando no bairro, outras vitrines vão surgindo a beira dos canais. A região do Erotic Museum parece ser o epicentro da prostituição, com vitrines por todos os lados. Se você é homem e tem a intenção de experimentar os serviços e quer saber quanto é, vi uma moça sensacional passando o preço para um cara: E$50. Me falaram que é tabelado. Não sei se é mesmo, mas essa de E$50 era de primeira linha, então acho que disso não passa.

Para quem vai visitar o bairro acompanhado da esposa ou namorada e preferir caminhar por lá de manhã, vai encontrar um bairro mais tranquilo. Se não chegar muito cedo, parte das moças já estarão em suas vitrines lendo uma revista e esperando algum cliente com fuso horário desregulado.

Caso prefira ir a noite, vai ver o bairro fervilhando de gente, na maior parte das vezes bandos de homens. Não ficamos até muito tarde, mas nas primeiras horas da noite andamos por lá sossegados, não é um lugar que passa uma impressão de insegurança. Claro que você vai ver uns adolescentes ou adolescentes tardios gritando como se nunca tivessem visto mulher pelada na vida, mas é só.

Quanto aos coffeshops, podem ser encontrados por toda a cidade. Mas no bairro da luz vermelha eles aparecem aos montes. Não posso dizer muito, já que não frequentei. Mas eles tem uma variedade que extrapola a maconha: narguilê e balinhas de coca do Perú, por exemplo. De maconha, tem dezenas de produtos: balas e pirulitos, bolinhos tipo cupcake, etc. Só não vá (se for homem) ficar doido demais e torrar todo o seu dinheiro nas tias.

Este bairro se mistura com o centro de Amsterdam, que nao é grande. Faça o seguinte: reserve um dia para conhecer os dois de uma só vez. Só não perca tempo com o ridículo Sex Museum, que só tem bobagens e fotos de mulher pelada do século passado.


Casa de Anne Frank

A casa de Anne Frank permite ao visitante conhecer um pouco da perseguição sofrida pelos judeus durante a segunda guerra mundial. Foi lá, no chamado "anexo secreto" que oito judeus, quatro da família Frank e outros quatro amigos, se esconderam dos nazistas de 6 de julho de 1942 até 4 de agosto de 1944. Neste longo tempo, não puderam sair do esconderijo, e deviam manter as cortinas fechadas e evitar barulhos que levantassem suspeitas nos vizinhos.

Dos oito judeus, apenas Otto, o pai de Anne Frank, sobreviveu. Foi ele quem apoiou a criação do museu casa de Anne Frank e publicou o diário da filha, que foi guardado por uma das mulheres que os auxiliaram de fora do esconderijo. Os judeus, antes de serem descobertos, acompanhavam por rádio o avanço dos aliados contra os nazistas. Infelizmente, a ajuda não chegou a tempo para a maioria deles.

Alguns amigos que visitaram o museu sentiram um clima pesado no anexo, que foi mantido por Otto até se tornar museu. Apesar de não ter me sentido assim, a visita é mesmo triste, especialmente devido ao final tão triste. Mas acho que vale a pena conhecer.

E para quem se interessar em ler o diário, ele pode ser comprado na loja do museu. Existe tradução para o Português.

Este museu aceita o Museum Kaart. Para quem não tem, o preço é E$9.
Site oficial: http://www.annefrank.org/en/

Se achar o passeio muito pesado, faça um passeio de barco pelos canais (veja abaixo) ou alugue um pedalinho. Ambos os serviços podem ser contratados logo em frente ao museu Anne Frank.


Passeio de barco nos canais

O passeio de barco é uma opção bacana para quem não tem muito tempo em Amsterdam, ou que apenas quer conhecer a cidade a partir dos canais.

Com a empresa que contratamos, é possível embarcar em vários pontos da cidade, como o Museu Anne Frank, O Hermitage Museu, a feira de Flores, entre outros. Porém, é necessário se informar no ponto de embarque sobre os roteiros que os barcos fazem, pois existe mais de um. Os pontos de embarque citados acima (Anne Frank e Hermitage) atendem a ambos os roteiros.

Optamos por fazer um passeio de uma hora e quinze minutos (uma volta completa até o ponto de partida, sem desembarcar), por E$15. Porém, é possível comprar um ticket de um dia, e desembarcar para conhecer cada uma das regiões onde o desembarque é permitido, continuando com o passeio nos barcos que vierem depois. O ticket de um dia custa um pouco mais, E$20.

Veja mais detalhes em www.seeamsterdam.nl


Museu Rembrandt

Um dos atrativos de Amsterdam  que mais me atraía era justamente o museu do Rembrandt, o maior dos pintores holandeses, batendo mesmo Van Gogh e Vermeer.

Este museu foi montado na casa em que Rembrandt viveu entre os anos 1639 e 1656. Todo o ambiente foi preservado e o museu foi restaurado, mostrando não somente as peculiaridades da profissão e do modo de trabalho do pintor, mas também curiosidades das casas da época e da forma que viviam os holandeses mais abastados.

Não deixe de pegar o audioguia na recepção do museu, pois ele enriquece muito a visita. A primeira coisa que chama a atenção são as curtas camas dentro de armários, onde todos dormiam com as pernas penduradas para fora. De acordo com explicação do audioguia, as pessoas acreditavam que deviam dormir apenas escorados e não deitados, para que o sangue não subisse para o cérebro, o que poderia matá-los.

É isso mesmo. Eles dormiam nos armários.
A casa está mobiliada, e os aposentos relacionados ao trabalho de Rembrandt são fascinantes: o ateliê do artista (possível de ser reconhecido em parte de suas obras), o aposento com suas coleções de bustos de gesso, estampas e objetos exóticos, como animais empalhados e fósseis. A sala de impressão artesanal (onde um funcionário faz demonstrações a intervalos regulares), e o quarto onde Rembrandt dormia com a esposa Saskia, que morreu jovem e está enterrada sob a Oude Kerk (é possível ver o túmulo no assoalho da igreja).
O ateliê de Rembrandt.

As impressões realizadas como demonstração podem ser adquiridas pelos visitantes.

É um museu menos concorrido e mais tranquilo de visitar. É coberto pelo MuseumKaart. Para quem não tem o cartão, o ingresso custa E$12,50.

Site oficial: http://www.rembrandthuis.nl/

Arredores do museu Rembrandt:

Aproveite que já está no bairro e explore a região. Vá até a Rembradt Plein, uma praça repleta de bares e restaurantes, muito boa para almoçar ou curtir um fim de tarde. No meio da praça, esculturas reproduzindo os personagens da Ronda Noturna, possivelmente o quadro mais famoso do pintor e que está exposto no Rijksmuseum. Você pode tirar uma foto entre estas estátuas.

A uma quadra do museu-atelier de Rembrandt está a feira da Waterlooplein, com suas antiguidades, roupas, cds e livros usados.


Hermitage Museum

O Hermitage de Amsterdam é uma espécie de extensão do grande museu Hermitage Russo, e recebe deste as belas exposições temporárias que exibe. Enquanto estávamos por lá, tivemos a oportunidade de ver uma belissima mostra dos artistas Gauguin, Denis e Bonnard.

O museu é muito bonito, bem montado, e permite a entrada com o MuseumKaart. Preço para quem não tem o cartão: E$15.

Vale a pena visitar, se a exposição em cartaz no momento da visita a Amsterdam lhe interessar. Consulte o calendário em: http://www.hermitage.nl/en/


E as bicicletas??

É inacreditável, mas não alugamos bicicletas em Amsterdam. Não por preguiça. Para quem está acostumado a uma boa pernada, Amsterdam também é um lugar legal para caminhar. Plana, não tem trânsito pesado, e as atrações não estão tão distantes. Então, saíamos do bairro Pijp e íamos a pé até o centro ou Niewmarkt numa boa. Pode parecer perda de tempo para alguns, mas pelo menos uma vez não acho que seja. Vejo como uma oportunidade para descobrir a cidade.


No mais, avalie se as atrações da cidade lhe interessam. Para quem gosta de museus, feiras e passar uma tarde inteira descansando em um parque, a cidade exige mais tempo. Para quem que apenas ver o bairro da luz vermelha, visitar a Heineken experiente e nada mais, pode ser que um fim de semana seja o suficiente. No meu caso, fiquei oito dias e precisava de um pouco mais.

Abraços
Thiago Rulius.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Amsterdam - Parte 1

Um dos canais de Amsterdam. Caminhar na cidade é puro prazer.

Chegamos a Amsterdam pela Centraal Station, a estação ferroviária da cidade. Tão grande e cheia quanto as estações (gare) de Paris, o que não era para se entusiasmar. Do lado de fora, uma certa confusão nos pontos de tram, que são os bondes responsáveis por levar e trazer todo mundo aquela estação que possivelmente é a mais importante da Holanda.

Apesar de sempre fazer um planejamento da viagem, não sabia qual tram devia pegar para chegar ao hotel. O quiosque de informações turísticas estava fechado, funcionava apenas uma máquina onde era possível comprar um mapa da cidade por um euro (o mapa é bom). Compramos na tentavida de descobrir nele qual era o nosso bonde. Enquanto tentava olhar o mapa no meio de uma ventania ferrada e já pensava em pegar um táxi, vimos um escritório da companhia que administra os trams e fomos até lá. Conseguimos então descobrir que o nosso tram era o número 25, onde deveríamos pegá-lo, e onde descer.

Sarphatipark, no bairro Pijp. Pequeno, bonito e fora da rota turística.
Foi só embarcar e tudo mudou. O tram estava muito tranquilo, e assim que percorreu umas poucas centenas de metros, a cara do lugar mudou. Ali mesmo, antes de desembarcar, já notamos a diferença no ritmo da cidade em relação a Paris. As ruas bem mais tranquilas, e as bicicletas mostrando muito claramente qual era o principal meio de transporte na cidade. Desembarcamos em frente ao Sarphatipark no bairro Pijp e caminhamos uma pequena distância até o nosso hotel, simples mas aconchegante.

Após deixar as malas no hotel, apenas fizemos um curto passeio no Sarphatipark e logo a noite chegou (havíamos deixado Paris no início da tarde). Fomos até a esquina comer em uma pizzaria. Nos chamou a atenção o atendimento extremamente cordial dos holandeses, muito diferente das caras amarradas em Paris. Entramos no clima jovial daquele bar/pizzaria/pub, tomamos alguns chopps e finalmente comemos uma pizza. Detalhe: Quando pedimos um prato para dividir a pizza, estranharam. Lá, cada cliente pedia uma pizza inteira. Ficamos impressionados, a pizza devia ter cerca de 35cm de diâmetro! Comemos e fomos dormir, com uma grande expectativa para os dias seguintes. Amsterdam tinha nos deixado a melhor das impressões.


As atrações do bairro Pijp

No dia seguinte, primeiro dia inteiro em Amsterdam, queríamos descansar das correrias de Paris. Agora com café da manhã incluso na diária do hotel, acordamos mais tarde, comemos e fomos correr no Sarphatipark, a cerca de duzentos metros do nosso hotel. É um parque muito bonito apesar de pequeno (ocupa uma quadra grande). O parque é muito sossegado, pois de vários pontos não se vê a rua, e como o trânsito em Amsterdam é muito tranquilo, normalmente também não se ouvem os "barulhos da cidade" com muita frequência. É um parque com árvores frondosas, lago, chafariz e ampla área gramada, cortada por trilhas de cascalho com banquinhos pintados de verde espalhados por estes caminhos. O parque é muito bonito e nos atendeu muito bem na nossa corrida matinal, pois possui também uma espécie de academia a céu aberto onde pudemos fazer alguns alongamentos. O parque estava muito tranquilo, pois além do horário e da temperatura, não é um local que está na rota turística.

Peixes frescos na Albert Cuypmarkt

Após voltar ao hotel para um banho, saímos para conhecer a Albert Cuypmarkt, uma grande feira livre do bairro de Pijp, e até onde sei a maior feira de Amsterdam. Gosto muito de visitar as feira dos países que estou visitando, é sempre uma grande oportunidade de ver um pouco da cultura local, e na Albert Cuypmarkt não foi diferente.

Flores na Albert Cuypmarkt
É uma feira sem temática definida, pois vende de tudo: Frutas e legumes, peixes frescos, castanhas, ervas, roupas, malas, acessórios para bicicletas, bijouterias, sucos, queijos, carteiras e bolsas, flores, entre outros. Pensando apenas nas compras, é uma feira muito mais voltada para os locais, mas pode ser interessante para o turista que quer comprar roupas baratas, comida e miudezas. Acabei comprando camisa e calça "exóticas", além de algumas cuecas, que eram de ótima qualidade e muito baratas (5 cuecas por E$10). Com isso resolvi o problema de "reciclagem das cuecas" que estava para começar.

Também fizemos uma boquinha por lá. Tomamos suco natural por E$1,50 o copo. Uma caixa grande de morangos custou E$2. Assim como no Brasil, os de cima eram maravilhosos e os do fundo estavam estragados. Como almoço compramos bandeijas de papel com contra-asa de frango, ou coxinha da asa, como dizem alguns. Uma bandeija com 5 unidades custava E$2,50. Uma delícia. Gostamos muito da feira, a vontade de levar queijos para o hotel era enorme, mas assim como em Paris não tinhamos frigobar no quarto, e acabamos postergando a compra. Recomendo a feira para quem tem bastante tempo na cidade, mas não é algo que se possa chamar de atração turística.

No fim da tarde, fomos caminhar a beira do canal que marca o fim do bairro Pijp, onde estávamos hospedados. Caminhamos pela Ruysdaelkade, sem destino definido, apenas relaxando. Como nestas caminhadas sem rumo muitas vezes descobrimos um cantinho bacana da cidade, acabamos encontrando a pequena galeria de arte Tiller Galerie e depois, surpreendentemente, encontramos algumas das famosas vitrines com as famosas "moças bondosas" se exibindo para aqueles que passavam por ali apenas de roupa íntima. Algumas mandando beijinho, outras lixando as unhas ou lendo uma revista, despreocupadas. Minha esposa encarava com uma certa desconfiança o meu interesse em conhecer estas vitrines, e este encontro casual serviu para que ela visse como era interessante esta peculiaridade do país. Ficamos os dois olhando com interesse aquelas vitrines convivendo ao lado de outros comércios mais tradicionais, e também as profissionais que se exibiam ali. Acho que para quem quer conhecer estas cabines por dentro, este cantinho do bairro Pijp pode ser uma opção legal para fazer isso com mais discrição. E para quem tem namoradas que não querem conhecer o bairro da luz vermelha, uma passadinha sem querer por esta parte da cidade pode fazer milagres.


Museumplein

Fim de tarde na Museumplein
Era dia de começar a conhecer a Museumplein, espécie de praça onde se concentram os maiores museus de Amsterdam. Como não fica muito longe do Pijp e o dia estava ensolarado, seguimos caminhando para lá.

Dos três museus da Museumplein, o mais famoso no Brasil sem dúvida é o museu Van Gogh, mas ainda estão por lá o Rijksmuseum, que cobre a arte dos países baixos desde a idade média com mais de oito mil trabalhos expostos em oitenta salas, e o Stedelijk museum, voltado para arte moderna e contemporânea. 

Antes de conhecer os museus, é importante dizer que aqueles turistas que tem a intenção de conhecer muitos museus na cidade devem considerar a compra do Museumkaart, um cartão que permite passe livre a dezenas de museus em toda a Holanda no período de um ano. Mas basta visitar meia duzia de museus que aceitam o Museumkaart e o dinheiro investido (E$54,90) será recuperado. Outra informação importante é que o Museumkaart permite furar a fila e entrar diretamente em alguns museus, como é o caso no museu Van Gogh, e isso se reflete em economia de tempo, o que pode garantir a visita a uma outra atração na cidade, ou passar mais uma hora caminhando a beira de um canal (ou andando dentro de um deles de pedalinho, quem sabe).


Rijksmuseum

Rijksmuseum a partir da Museumplein
Em nosso primeiro dia de Museumplein conhecemos o Rijksmuseum, que é como se fosse o Louvre da Holanda. Apesar de ser enorme e impossível de se conhecer inteiro em um único dia, ainda assim é menor e mais aconchegante que o Louvre. Ainda assim, decidimos adotar a mesma estratégia usada nos museus visitados na França: conhecer o que era de nosso maior interesse e ignorar o resto. Passamos no guichê de informações e pegamos um guia de visitação em português antes de seguir em frente.

Rijksmuseum. Imperdível para quem gosta de arte.
A coleção do Rijksmuseum é variada e certamente interessará a todo tipo de público. Não será difícil encontrar o setor escolhido para visitação, pois as coleções são divididas de maneira cronológica, com exceção das interessantissímas coleções especiais, que estão todas concentradas no térreo (piso zero). Fazem parte desta coleção várias maquetes de navios maravilhosas, além de armas e armaduras, jóias, roupas de época, instrumentos musicais e as famosas porcelanas de Delft.

No piso dois, a chamada galeria de honra também é imperdível. Nela se concentram as principais obras primas da pintura holandesa de todos os tempos, incluindo pinturas de Rembrandt, Vermeer, Hals, Ruysdael e outros. Ao fim da galeria, alguns dos mais importantes quadros de milícia já pintados, incluindo a Ronda Noturna, de Rembrandt. É um setor que você se sente perdido, sem saber para onde olhar no meio de tantas obras primas.

Metade do piso um apresenta as obras do século XIX, com coleções belíssimas da chamada escola de Haia, com suas paisagens em sua maioria escuras mas muito belas, e alguns poucos quadros de Van Gogh, que domina o museu Van Gogh, logo ao lado.

Café do Rijksmuseum. Essencial para passar o dia todo por lá.
Diria que quase todo o museu merece ser visitado. Considero de menor interesse apenas o piso três, onde estão as obras a partir do ano de 1900. Estas, no meu ponto de vista, não se comparam as obras expostas nos pisos inferiores.

Porém, para conhecer tudo pode ser necessário mais de um dia, o que pode não ser possível para quem não tem muito tempo na cidade.

O museu tem uma ótima loja no térreo, com livros, posteres e souvenires variados além de café. Chegue cedo e ao sair, se der tempo, descanse e tome um pouco de sol na Museumplein ou no Vondelpark.


Museu Van Gogh

Amendoeiras em flor. Pintado para o filho de seu irmão Théo.
No dia planejado para conhecer Zaanse Schans o dia amanheceu muito nublado e decidimos adiantar a visita ao museu Van Gogh. Não chegamos muito cedo ao museu e pela primeira vez na Holanda encontramos uma fila realmente grande. Nossa alegria é que havíamos comprado o Museumkaart em nossa visita ao Rijksmuseum, e com ele pudemos não só entrar sem pagar, mas entrando diretamente sem sequer enfrentar a fila! Deixamos nossas coisas no guarda-volumes e em poucos minutos já estávamos vivendo a experiência de conhecer boa parte da obra deste grande artista que só foi reconhecido após sua morte.

Telas de Van Gogh. Explosão de cores.

O acervo é muito grande e cobre todas as fases da carreira de Van Gogh. As pinturas mais escuras da fase holandesa, as pinturas acadêmicas da Antuérpia, a mudança no contato com os impressionistas e pós-impressionistas em Paris e a explosão de cores em Arles, Saint-Remy e Auvers-sur-Oise. Várias obras primas do artista estão expostas no museu como Os comedores de batatas, Íris, Amendoeiras em flor e um dos quadros de girassóis. Outros pintores que tiveram contato mais próximo com Van Gogh tem obras em seu acervo, como Paul Gauguin, Émile Bernard, John Peter Russel (que pintou um belissímo retrato de Van Gogh), entre outros. Também compõem o acervo do museu as cartas de Van Gogh a seu irmão Théo e amigos. Algumas estão expostas e são interessantes por mostrar esboços de desenhos maiores ou pinturas.
Um dos desenhos de Van Gogh

A coleção de desenhos tem um setor exclusivo e mostram a evolução técnica do artista. Ainda é possível ver um pouco do trabalho de restauração e conservação das obras pelo museu, e no subsolo é exibido um vídeo de aproximados vinte minutos sobre o artista. Também no subsolo funciona a livraria do museu, com algumas (poucas) opções de livros em Português. A loja com centenas de quinquilharias fascinantes fica próxima a saída. Os rendimentos da livraria e loja são utilizados para compra de novas obras para compor o acervo do museu (segundo informações divulgadas por eles).

Acho que uma medida que devia ser tomada por todos os grandes museus do Brasil era abrir lojas como as que encontramos nos museus de Paris e Amsterdam. Impressionante como vendem produtos tão variados e super disputados pelos visitantes. Gostaria de ver lojas como estas no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, por exemplo, que tem telas simplesmente espetaculares e nao exploram este potencial.

Retrato do pintor por John Peter Russell

Outro exemplo: nestes museus eles vendem cópias das telas mais atrativas por cerca de E$13. No nosso museu Inimá de Paula, em BH, temos apenas uma unica opção de gravura (serigrafia), e o pior: ao custo de R$300 a cópia.


Vondelpark

Fim de tarde no Vondelpark
Saindo do museu Van Gogh, comemos um sanduíche na Museumplein, que também tem lojinha de camisetas alternativas e uma loja de souvenires ligados aos museus. Depois de cinco horas no museu Van Gogh, já era fim de tarde, mas como o tempo havia melhorado fomos conhecer o Vondelpark, que fica perto dali.

O Vondelpark tem uma beleza parecida com o do nosso pequeno vizinho Sarphatipark, mas com muito mais cenários, já que deve ser umas dez vezes maior. Claro, por ser um parque que oferece mais, estava bem mais cheio. De qualquer jeito, é um parque lindo e que merecia ao menos uma tarde inteira, com um piquenique incluído. Caminhamos por boa parte do parque e sentamos em um gramado aproveitando os últimos minutos de sol antes de encerrar o dia.

Vondelpark, merecidamente o mais famoso parque de Amsterdam
Em breve: próximos posts de Amsterdam com bairro da luz vermelha, outros museus, e a vila-cenário de Zaanse Schans.

Abraços
Thiago Rulius

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Dicas de Paris

Revista Pariscope: Guia cultural a E$0,50.

  • Tome muito cuidado com os furtos nos pontos turísticos mais procurados e no metrô, onde podem tentar lhe furtar algo. Não precisa deixar de ir, mas não facilite. Até mesmo dentro do Louvre existem placas de advertência próximas a Monalisa. Tentaram tirar algo da mochila da minha esposa enquanto ela comprada bilhetes no metrô.
  • Para visitar as atrações mais procuradas que exigem ingresso, existe a opção de compra antecipada nas livrarias FNAC. Você paga a taxa de comodidade, mas não enfrenta filas, o que pode significar visitar mais uma atração, por exemplo.
  • Se está acompanhado compre um lote de dez bilhetes de metrô. Assim você economiza algum dinheiro (pois o preço unitário cai) e não precisa ter sempre moedas a mão para comprar novos tickets em cada estação. Importante: em uma das estações que utilizamos havia apenas máquina para compra de tickets com moeda, sem opção de dinheiro ou cartão. Se não estivéssemos prevenidos íamos passar aperto.
  • Se pretende seguir de Paris para Amsterdam de trem, comece a buscar seu bilhete com boa antecedência no site da companhia thallys. Assim que abriram para venda comprei cada um dos bilhetes por E$30 mas eles podem ultrapassar os E$100 para quem deixa para última hora.
  • O dia que for a Versailles compre ainda em Paris o bilhete de volta, ou na pior das hipóteses assim que chegar em Versailles. Como todos vão embora no mesmo horário, a estação de metrô da cidade fica com filas enormes e muito lentas na hora de voltar a Paris.
  • Para descobrir a agenda cultural da semana em Paris, procure em bancas de revistas ou nas livrarias FNAC as revistas Pariscope ou L'officiel des Spectacles. Assim vc descobre tudo o que vai acontecer nos próximos dias, incluindo exposições, shows, cinema, concertos, etc. Também apresentam opções nas cidades da região metropolitana. Cada uma das revistas custa E$0,50. 
  • Comer bem exige entender o cardápio, então vai bem aprender um pouco de francês ou andar com um dicionário de bolso. Uma comida que me agradou por lá foi a coxa de pato (cannard). Comemos no Le Saint Germain: fica no Boulevard Saint Germain esquina com Rue du Bac (em frente a estação de metrô rue du Bac). Fica relativamente perto do museu D'Orsay.
  • Aproveite o dia que os museus ficam abertos até mais tarde para visitá-los, otimizando assim o tempo de viagem. O Louvre vai até mais tarde as quartas e sextas-feiras, enquanto o D'Orsay funciona cm horário extendido as quintas-feiras. Verifique os horários dos museus que pretende visitar.
  • Se quiser comprar material artístico, conheci duas grandes lojas que deixam qualquer um doido. A Geant des Beaux Arts (http://www.geant-beaux-arts.fr/), na rue de La Roquette e próxima ao Cemitério do Père-Lachaise e a Rougier & Plé (http://www.rougier-ple.fr/magasin/rougier-ple-paris-6.r.html), no Boulevard Saint Germain. A primeira é mais barata, mas fica mais longe e é uma verdadeira guerra: bagunçada e com poucos atendentes. Ambas as lojas tem outros endereços (veja links).
Abraços,
Thiago Rulius.