sábado, 8 de novembro de 2008

Puna

Olá pessoal. Postagem super atrasada, mas vamos lá.

Vou chamar este "capítulo" de Puna, que é como chamam a região de altitude por aqui, já que o passeio foi uma excursão com uma mistura de lugares, em vários momentos beirando ou ultrapassando os 4.000 metros.

Saímos cedo de Salta, me buscaram em um novo albergue que consegui, muito bom. A Argentina está lotada de albergues, e muitas vezes vale a pena ficar nesses que não são da Hostelling International. São mais baratos e na maioria das vezes são tão bons quanto.

A van da excursão atrasou um pouco e me buscou as 08:00. Saímos e pararam a van para que todos pudéssemos comprar folhas de coca para a altitude num bar ainda em Salta!!! Não comprei, já tinha subido uma vez e passei muito bem, fora que dá um bafo o negócio. Só não levei em conta que estava muito gripado desta vez.

Começamos a subida pela estrada, muito bonita, que leva a San Antonio de los Cobres, que está a cerca de 3800 metros de altitude. O caminho é legal, alguns trechos também do estilo "Estrada na Bolivia". Fizemos uma parada em um boteco para usar o banheiro e tomar um chá de coca. Esse eu não recusei, até desceu beleza. O banheiro quando entrei fiquei até em dúvida se tinha entendido direito o caminho, lugar muito esquisito. Fazer no mato é mais negócio. Olhem a foto:


Conheci também as ruínas de Tastil, que estão em bom estado e, dizem, originais (sem restauração). Estão melhores de as de Coctaca. Nao sei se porque desta vez estava cheio de gente ao redor, várias vans e turistas batendo fotos, mas achei Coctaca mais bacana pelo isolamento: ruínas e ruinas para você explorar sozinho.Fotos de Tastil:




Depois continuamos, vimos algumas dezenas de lhamas pelo caminho soltas, foi muito legal. Chega uma certa altura, acima de 3500 metros de acordo com a guia, que nem os Cardones (cactos) aparecem mais, apenas uns tufos de mato ressecado, um visual muito desolado mas bonito também.

Almocamos em San Antonio de los Cobres, cidade muito pacata e a mais alta de toda a minha viagem. Algumas poucas indias vendendo umas bonecas de pano e artesanato. No restaurante não tinha cardápio. Eles vinham e te falavam: "Vai querer o quê?". Sei lá ué... Explicaram que o cardápio completo com sopa, prato e sobremesa era AR$25. pedi só a sopa a AR$10 com um pãozinho que estava na mesa para dar uma consistência. Já não me sentia muito bem nessa hora. Depois comi duas empanadas de carne assadas (al horno) para acabar de tampar o buraco. As bebidas estavam em uma prateleira e quando um casal belga da excursão pediu um Sprite ela pegou e colocou lá para eles, quente, e nao tinha gelo nem nada. Pedi uma água. Paguei com uma nova de AR$100 e o cara me voltou parte do troco e disse que ia arrumar outros AR$50 e ficou de papo lá. Ele tinha uma voz chata demais esse cara. Tomo mundo levantou e eu lá esperando o cara, acho que ele queria que eu esquecesse. Aí chamei ele e disse algo como "señor, mi cambio!", com aquela cara de canseira pra ele.



Seguimos para as Salinas Grandes, que já conhecia. Esse trecho de estrada foi legal, todo de rípio a 4000 metros e tudo completamente plano, mas com centenas de lhamas a todo momento, e as vezes algumas vicuñas correndo.



A guia também comentou umas coisas legais sobre os Cardones: De acordo com ela crescem de 1 a 4 cm por ano, de acordo com as condições do local (altitude, umidade, etc), e vivem por cerca de 400 anos. Retêm muita água e as vezes uns passaros conseguem furá-los, e pode até matá-los.

A parte de Salinas Grandes, Cuesta del Lipan e Purmamarca, restante do passeio, não vou comentar pois já falei sobre esses lugares em outros tópicos, ok? Só posso dizer que passei mal e foi foda aguentar até a noite. Na descida da Cuesta del Lipan senti muitas dores de ouvido devido a pressão e saí para Córdoba quando cheguei a Salta esgotado.

Beijos e abraços
Thiago rulius