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Basílica do Sacre-Coeur |
Montmartre foi, desde muito tempo, um bairro artístico. No fim do século XIX, o bairro era frequentado por vários artistas reconhecidos hoje mundialmente, como Renoir, Van Gogh, Toulouse-Lautrec, Degas e muitos outros. Ainda assim, impressiona encontrar a Place du Tertre, principal praça do bairro, lotada de pintores e desenhistas tentando lhe vender um trabalho ou fazer seu retrato (pintura, não confundir com fotografia) ali, no meio da rua. Apesar da praça ficar lotada no meio do dia, é um lugar muito peculiar, autêntico e interessantíssimo para quem tem algum interesse por arte. Eu queria voltar com um retrato para casa, e não perdi a chance. Mas, caso você queira fazer o mesmo, não vá contratando qualquer um dos desenhistas. Observe-os trabalhando e escolha aquele que lhe agradar em estilo e que tenha técnica suficiente para fazer um desenho onde você se reconheça, o que nem sempre ocorre. Mas lembre-se que o desenho não é fotografia, e que parte do trabalho que você vai levar para casa é a forma de expressão do artista. O preço parte de oito e pode ultrapassar cinquenta euros. De todas as quinquilharias que trouxe de minha viagem, o retrato feito em Montmartre foi o mais bacana.
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Posando para um retrato. |
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Os artistas da Place du Tertre |
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Lanchinho de rua em Montmartre. |
Além da Place du Tertre, Montmartre tem a segunda igreja mais visitada de Paris, a Sacre-Coeur, belissíma por dentro mas principalmente por fora, com suas cúpulas podendo ser vistas a certa distância, já que Montmartre fica na única colina de Paris e está em nível acima do resto da cidade. Da frente a igreja é possível ter uma vista panorâmica da cidade nos dias que o tempo está aberto. Após visitar a igreja, você pode descansar um pouco nos gramados e escadaria logo em frente ou no pequeno parque meio escondido atrás da igreja, um bom lugar para fazer um lanche (que você deve comprar no meio do movimento do bairro ou levar do supermercado) e aproveitar para tirar boas fotos da igreja.
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Rua Lepic: Galerias, moinhos e cafés. |
Mas não restrinja o passeio apenas ao lado tumultuado do bairro. Caminhar um pouco pela área menos turística pode ser muito bom para sentir a atmosfera do lugar. Uma opção é começar o passeio pela rua Lepic, onde Van Gogh morou. Depois da confusão das primeiras quadras, a cara da rua vai mudando. Os turistas ficam mais escassos e o passeio fica bem sossegado. Após o primeiro morro, esta rua faz algo como um "U" afastando-se e depois voltando para o lado mais turístico do bairro. Antes de voltar ao amontoado de turistas, porém, você passará por dois moinhos de vento (sendo um deles o moinho onde funcionava o baile do moinho de la galette, imortalizado em uma tela de Renoir), alguns cafés e restaurantes intercalados com pequenos ateliês e galerias de arte muito interessantes. Me chamou a atenção o ateliê de um artista português que faz retratos compostos exclusivamente de coisas como corpos, legumes, livros, etc. Ao lado, você vê um ateliê onde o artista só pinta gatos. Para quem quer levar algo bem original para casa, vale a pena dar uma olhada.
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As duas princiais igrejas de Montmartre, lado a lado. |
Para quem quer ainda conhecer algum museu no bairro, existem várias opções nas redondezes, como o Museu de Montmartre (www.museedemontmartre.fr), Dali espace Montmartre (www.daliparis.com) e Museu de la vie Romantique (www.vie-romantique.paris.fr). Este último em Pigalle, bairro vizinho, mas com visita grátis ao acervo permanente.
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Sacre-Coeur a partir do bairro Pigalle |
Ainda em Pigalle, próximo a esta estação de metrô estava ocorrendo uma feira de antiguidades (domingo). Uma opção legal para complementar o passeio. A extremidade da feira se localizava na rue des Martyrs.
Por último, Montmartre está lotada de lojinhas de souvenir. Se você quer trazer miudezas para um monte de gente, reserve um tempo para as compras que lá é o lugar.
Cuidado com os espertalhões
Assim como as mocinhas (mudas?) que te cercam na região do Louvre pedindo dinheiro ou os vendedores de chaveiros de Torre Eiffel de Versailles e toda Paris, em Montmartre também tem um punhado de espertalhões na base das escadarias de acesso a basílica do Sacre-Coeur, que já chegam tentando lhe empurrar uma pulseira, uma lembrança, etc. Não tivemos nenhum problema, mas ouvimos relatos de tentativas de furtos ou extorsão. Então, para evitar esse tipo de situação, se lhe oferecerem qualquer coisa, agradeça com um mercy e um sorriso e siga em frente. Se insistirem, continue dizendo mercy e pule fora. Desde que você não tenha demonstrado interesse pelo que estão vendendo, eles desistem em um instante.
Como chegar
A melhor estação de metrô é a Absesses (lhe deixa no meio da colina), mas a estação Pigalle também atende, apenas será necessário subir um pouco mais. Como o bairro é extremamente turístico, recomendo chegar cedo. Mas se não conseguir, não desanime ao ver os ônibus de excursão desovando turistas as dezenas por ali. Essa chegada em massa de pessoas, junto as lojas de souvenires e artigos baratos espalhadas por todo lado, além dos edifícios nem sempre bem conervados podem dar uma primeira impressão ruim, mas insista. Encare as ladeiras de pedra calçada com disposição, pois Montmartre merece.
Bom passeio.
Thiago Rulius.
Um comentário:
Parabéns,Thiago, pela maravilhosa viagem de lazer, cultural e pelo blog, viajar é tudo de bom, desde q o destino tb seja...
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