terça-feira, 21 de abril de 2015

Estrada Real - Caminho Sabarabuçu - Trecho Sabará / Raposos

Vista após a longa subida inicial. Mar de Minas.
 Apesar de ser mineiro e ter a Estrada Real no meu quintal, ainda não havia percorrido, caminhando, um único trecho deste longo caminho. Como todo mundo que faz turismo em Minas, já havia topado com vários dos famosos marcos da Estrada Real em minhas andanças, mas tratava-se apenas de puro acaso.

Decidi fazer, na medida que o tempo permitir, os trechos do caminho secundário de Sabarabuçu, que interliga o pequeno municipio de Cocais (não confundir com Barão de Cocais) a Glaura, e consequentemente ao caminho velho. Cidades importantes historicamente compõem este roteiro, como Sabará e Caeté, além de outras cidades e distritos menores, como Raposos e Rio Acima, este último rico em atrativos naturais, especialmente cachoeiras.

Decidi começar pelo trecho que está mais perto de casa: Sabará a Raposos. Como já conheço bem o centro de Sabará e os primeiros quilômetros da trilha que seguiria até Raposos, decidi iniciar a partir do Arraial Velho. Desta maneira eliminamos (eu e minha esposa) o centro histórico da cidade, muito conhecido por nós, e os subúrbios que estão entre ele e o arraial velho. Com este corte, reduzimos 3,6km da caminhada, que de acordo com a planilha oficial tem 12,3km.

Ao iniciar a trilha a partir da igrejinha de Santana, no arraial velho de Sabará, o desafio é o morro interminável que deve ser vencido, e que se inicia poucos metros a frente da igreja. Para quem não está com bom condicionamento, talvez seja o pior trecho de todo o percurso. De acordo com a planilha, tem 2km. Não é a única subida, mas é, com sobras, a pior.

Vencida este primeiro obstáculo, o caminho prossegue exigindo menos do caminhante e sem surpresas para quem tem a planilha do trecho (clique aqui para imprimir a planilha atualizada no site oficial da estrada real). Se puder marcar a distância com o GPS de um celular, GPS de pulso ou algum produto similar, melhor ainda, para evitar alguma sensação de insegurança ao acreditar que já andou demais e um marco esperado ainda não apareceu.

Ruínas de casa de Pedra.

Depois da subida, o trajeto não exige muito do caminhante por algum tempo, e é possível seguir em um ritmo um pouco melhor.

Curto trecho de trilha fechada. Carros não passam.
Tivemos dúvidas apenas nos marcos 2033 - km 7,3 - e 2034 - km 7,5 - (todos os marcos são numerados - informação extremamente útil para não se confundir). Estes estão respectivamente na porta e dentro de uma propriedade particular. O correto é entrar no terreno da casa onde a estrada termina e entrar na trilha a esquerda do caminhante, praticamente colada a esta casa. Aí começa um curto trecho de trilha fechada, inacessível para quem está de carro. Desça com cuidado pois o trecho é escorregadio, tem bastante lodo nas pedras. Tomei um tombo nesta descida, mas que não causou maiores problemas.

Apesar de longos trechos de sol, existe um trecho sombreado e cercado de água.

Vencida a trilha fechada, é hora de percorrer a parte mais bonita deste percurso, com um trecho sombreado e duas travessias de água: um córrego e um ribeirão. Ambos podem ser atravessados a vau, e quem não tem bota impermeável pode tirar os calçados e atravessar com tranquilidade. Ambos tem a água cristalina, e pode ser que você encontre gente nadando na segunda travessia.
Uma observação em relação ao marco 2036 - km 7,7: Ele está após a travessia do córrego, ao contrário da descrição que consta na planilha.

Travessia de ribeirão. Água cristalina e muito fresca.

Após este trecho, a estrada passa a ter um visual mais parecido com o do início da trilha, e a cidade de Raposos vai se aproximando. Não encontramos o penúltimo marco, número 2043 - km 10,9 - que constava como "marco caído" na planilha. Mas este marco não fez falta nenhuma, pois dizia apenas para seguir em frente. Seguimos até o último marco e chegamos a cidade de Raposos, seguindo praticamente em linha reta até a igreja matriz.

Encerramos aí o dia, mas para quem está fazendo o caminho sem interrupções, pode ser interessante andar um pouco mais, fazendo o trecho seguinte, Raposos - Honório Bicalho, que tem extensão de 13km. Espero fazer este trecho em breve. Aguardem.


Trecho Arraial Velho de Sabará - Raposos
Distância percorrida: 8,68 km.
Tempo gasto: 2:40, seguindo em ritmo médio e com pausas frequentes para fotos.
Site oficial do caminho de Sabarabuçu: http://www.estradareal.tur.br/caminho-sabarabucu

Kit Essencial: Água, Protetor solar, Frutas, Chapéu ou Boné.

Abraços
Thiago Rulius

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Zaanse Schans

Alguns dos moinhos de Zaanse Schans




Uma mistura de museu a céu aberto com cidade cenográfica. Acho que isso serve como definição para Zaanse Schans, um lugar bacana para quem quer ver os tradicionais moinhos de vento holandeses.

A primeira coisa que se avista durante a caminhada da estação de trem até Zaanse Schans são os moinhos, que são a maior atração do local. Mas existem outras atrações, algumas interessantes, então não deixe de retirar um mapa na máquina esquisita localizada logo após atravessar a ponte que dá acesso ao lugarejo.

Os moinhos estão dispostos ao longo do rio. Visitei apenas dois deles, já que, com exceção do primeiro (mais próximo da ponte que dá acesso a Zaanse Schans) todos os outros cobram entrada, e pelo que pude perceber, não tem muita variação no que oferecem.


Cada um dos moinhos é utilizado para tarefas diferentes: O primeiro, por exemplo, é usado para moer especiarias. Quando o visitamos, estava moendo canela (e o cheiro estava delicioso). O outro que visitamos moía pigmentos para fabricação de tintas a óleo, e sei que um outro é usado para serrar madeira. Então, o tipo de utilização dos moinhos pode variar muito, apesar do principio de funcionamento ser o mesmo.

Todos eles tem uma mini loja, onde oferecem os produtos produzidos junto a centenas de souvenirs, como chaveiros, canecas, tamancos em miniatura, etc. No moinho de especiarias, compramos um biscoito de canela maravilhoso. Já no moinho de tintas, haviam apenas os pigmentos a venda (em pó), mas não a tinta pronta para uso, infelizmente.

Zaanse Schans é um lugar bacana para caminhar. Tudo está perto, e você pode ir seguindo tranquilamente para as atrações que mais lhe agradarem depois de visitar os moinhos. Mas lembre-se que, se o lugar está cheio de moinhos de vento, é porque venta! Então, não vá sem uma boa blusa de frio.

Algumas das outras atrações de Zaanse Schans se intitulam museus, mas não passam de lojas sem um atrativo que faça valer a visita. Valeram a visita apenas o Zaans Museum e a loja de tamancos.

Zaans Museum (www.zaansmuseum.nl): Um museu que não tem um foco muito definido, acaba sendo uma miscelânea de temas, com curiosidades regionais, pinturas, maquetes,  mobília antiga e a reprodução de uma pequena fábrica de chocolates(?). Não é uma visita muito demorada, e a única coisa que me faz pensar se vale ou não a pena é o preço do ingresso, que acho caro (preços do fim de 2013): Eur$9 para adultos, Eur$7,50 para idosos e Eur$5 para crianças e adolescentes (4 a 17 anos). Se você tem o MuseumKaart, o cartão que dá acesso a centenas de museus em toda a Holanda, a visita sai de graça.

Fabricando um Tamanco
Loja de tamancos: Acho que chamam esta grande loja de tamancos de museu, o que ela não é. Mas diferente das outras lojas espalhadas por Zaanse Schans, esta tem um atrativo bacana demais, que é a demonstração ao vivo da fabricação destes tamancos de madeira, que eram usados pelos camponeses até o fim do século XIX. É tão bacana que você pode ficar tentado a levar um par destes tamancos para casa, ainda mais depois de ver um vídeo onde mostram alguns holandeses usando em situações do nosso cotidiano, como em um churrasco, por exemplo. Visitação gratuita, e os tamancos mais simples não são muito caros.

OBS: Para quem se interessou pelos tamancos e quiser vê-los retratados em imagens do passado, experimente ver as pinturas de Jean Françoise Millet, onde eles aparecem com alguma frequência. Van Gogh, em seu livro de cartas a seu irmão Théo, cita seus tamancos nos anos em que trabalhava e viveu entre mineiros na região do Borinage.

Então, se você quer ver os moinhos de perto e em pleno funcionamento, o lugar para isso é Zaanse Schans. Com uma tarde é possível conhecer o que realmente importa no lugar sem muita correria.

Compras: Em toda porta que você entrar, vai haver uma loja com um monte de badulaques. Pense bem antes de comprar as tradicionais bugigangas de turista, sempre mais baratas em Amsterdã.

Como chegar: Na estação central de Amsterdã, pegar um trem para Koog-Zaandijk (Eur$ 2,90 no fim de 2013). Tempo de viagem: 17 minutos. Ao desembarcar, mais 10 minutos de caminhada. Fiquei sabendo que tem gente que vai de bicicleta desde Amsterdã. Que tal?

Para saber mais sobre Amsterdã e o MuseumKaart, citados neste artigo, leia os dois artigos sobre Amsterdã: Amsterdã parte 1 e Amsterdã parte 2. Se está planejando uma viagem a Europa, veja também os vários artigos sobre Paris e Arredores

Abraços,
Thiago Rulius.