domingo, 16 de junho de 2013

Rio de Janeiro - Cultura e praia

Vista do Pão de Açucar. A visibilidade não estava das melhores

Finalmente voltei ao Rio. Tinha ido até a cidade uma unica vez, em uma excursão bate e volta, de ônibus, para assistir a Plebe Rude na terceira edição do Rock in Rio. Daquela viagem eu trouxe a experiência de ir a um show com publico próximo a duzentas mil pessoas e uma hepatite que me deixou de molho no carvanal daquele ano. Mas do Rio mesmo, eu não trouxe nada. Só que agora finalmente pude conhecer um pouco da mais famosa das nossas cidades.

Seriam apenas três dias, e queria, na medida do possível, dividir o tempo entre cultura e praia, e o dia da chegada ficou para a cultura. Depois de deixar as malas no hotel, seguimos de metrô até a estação candelária. Desembarcamos praticamente na porta do MNBA, ou Museu Nacional de Belas Artes, para onde fomos logo após almoçar no famoso e meia-boca bar amarelinho, que também fica ali.

Museu Nacional de Belas Artes
Estava ansioso para ver pessoalmente a impressionante coleção de obras do século XIX, com pinturas de Belmiro de Almeida, Vitor Meirelles e Rodolfo Amoedo. Algumas telas darão ao visitante a sensação de já serem velhas conhecidas, e não por acaso. Telas como Primeira missa no Brasil (Vitor Meirelles) e Batalha no Avaí (Pedro Américo) costumam, ou costumavam, ilustrar nossos livros de história. No caso da batalha do Avaí, o tamanho da tela é impressionante: 11x6m. Se você é um aficionado por pintura e escultura, programe meio dia para conhecer este museu, com as galerias dos séculos XIX, XX e XXI. E acredite: o tempo será curto.

Teatro Municipal
Ao lado do museu, visitamos o Teatro Municipal. O lugar é muito bonito, e parte das explicações dos guias tem algum interesse histórico. O prédio foi restaurado não faz muito tempo, e a maioria dos ambientes mostrados estão bem conservados. Existem pinturas e vitrais belissímos no interior do edifício, além das escadarias e esculturas. Um passeio muito interessante, mas que não dá acesso a todo o prédio, e por ser uma visita guiada, não lhe permite explorar o prédio no seu próprio tempo, o que é sempre muito chato. Para quem tem esta possibilidade, melhor seria conhecer o teatro indo a um espetáculo. Mas se não for possível, esta visita guiada quebra o galho. Se você pretende assistir a um espetáculo por lá, melhor reservar com antecedência.

Para fechar o dia, um café na tradicional Confeitaria Colombo. Lugar bonito e aconchegante, mas não muito barato e nem muito gostoso. Vale mais pelo ambiente que pela comida. Se voltar para lá me contento só com um café e mais nada.

Vista do Pão de Açucar
No dia seguinte fomos para a zona sul, lado oposto ao centro para quem está no Flamengo. Seguimos de onibus para a Urca, onde subiríamos o famoso bondinho do pão de açucar. Mais turístico, impossível, mas já que não iria até o Cristo devido a baixa visibilidade (mesmo com o dia relativamente ensolarado) não queria perder o segundo mirante da cidade. Não me arrependo. A vista é muito bonita mesmo do morro da Urca, onde o bonde faz sua primeira parada. Também vale andar por aqui antes de subir até a estação mais alta: o espaço é maior que no pão de açucar e com locais com cadeiras e mesas para descanso e contemplação. Depois de aproveitar o morro da urca, é hora de subir para o ponto mais alto do passeio e aproveitar a vista. Para quem quiser mais, dá para fazer uma caminhada que eles chamam "bosque", também no pão de açucar. O início da trilha fica bem próxima ao local de embarque do bondinho.

Subir o pão de açucar é um passeio bacana, apesar de caro (veja detalhes técnicos no fim do artigo). Mas vale a pena, pelo menos uma vez. E deixo uma dica: chegue cedo, porque com o passar das horas as filas aumentam muito, e o lugar fica tão cheio que vai ser dificil sair em uma foto sozinho, além do tempo perdido esperando a sua vez de subir.

Um pouco de praia


Praia de Ipanema
Resolvemos então descansar em uma das praias do Rio. Deixamos o Pão de açucar próximo ao meio dia e seguimos para as praias da zona sul. Existem onibus diretos a partir dali. Passamos direto por Copacabana e descemos em Ipanema. A idéia era pegar uma tarde de praia e depois voltar parte do caminho pelas praias em direção ao Flamengo, onde estávamos hospedados.

Ficamos na barraca do Uruguai. Por conhecer o Uruguai, achei que seria legal ficar na barraca e ver se tinham algo tipico para nos servir (e acabei comendo uma espécia de choripán - pão com linguiça, cebola e molho chimichurri). Ficamos por lá, alugamos cadeiras e guarda-sol, o que rola fácil em qualquer barraca por ali. Passamos uma tarde agradável na praia, que estava relativamente cheia mas sem tumulto. Foi uma tarde agradável e uma ótima idéia para descanso, o que é sempre bom no meio de uma viagem onde as vezes ficamos procurando conhecer coisas demais e acabos nos estressando.

No fim da tarde saímos caminhando para uma rápida olhada na lagoa Rodrigo de Freitas (não me impressionou) e terminamos a caminhada comendo uma moqueca no restaurante Peixe-Vivo em Copacabana, já de noite. Depois da comilança fora de hora, desistimos de conhecer a Lapa, o programa noturno que estava planejado para aquela noite e que ficou para a próxima viagem.

Ultimo dia: Cultura e praia.


Praia de Copacabana
Como não deu para ver Copacabana no dia anterior, voltamos para lá no domingo de manhã. pegamos o metrô no Flamengo e chegamos a praia passando ao lado do Copacabana Palace. Uma curta caminhada e repetimos a estratégia do dia anterior. Cadeiras e guarda-sol alugados e mais algumas horas de ócio dos bons. As maiores diferenças das vizinhas Ipanema e Copacabana: Preços (Copacabana é mais barato, ou a barraca do Uruguai é que era cara demais) e o mar (que pareceu mais perigoso em Copacabana).

Palácio do Catete

Os jardins do palácio do Catete
A tarde, nossa ultima parada antes de voltar para casa. Palácio do Catete, onde moraram vários presidentes da república e onde se matou Getulio Vargas. Gostei mais deste passeio que da visita ao Teatro Municipal. Ambos os prédios são ricamente decorados, mas o palácio do Catete lhe permite explorar sem pressa, observando todos os detalhes: Maçanetas de formas elaboradas, pinturas e esculturas espalhados por todo o palácio, mobiliário de época e jardins maravilhosos, com pontes, lagos, coreto. Imperdível. Quanto ao quarto onde Getulio Vargas se matou, masmo que ache esse tipo de coisa meio lúgubre, vá sem medo. Não achei que o clima pesou tanto quanto outros lugares que visitei onde tragédias ocorreram no passado.

Então é isso: Se o Rio está perto de você, um período curto dá para conhecer muita coisa, e nem precisa correr tanto assim. Programe lugares próximos em um mesmo dia para não perder tempo com deslocamentos, pegue uma praia para relaxar e quando puder, volte para conhecer o que ficou para trás.

Abraços
Thiago Rulius

Informações


Museu Nacional de Belas Artes
Entrada: R$8 (inteira) ou R$4 (meia). Ou R$8 para famílias de até 4 pessoas.

Teatro Municipal: R$10 (inteira) ou R$5(meia) para visita guiada.
Agenda: http://www.theatromunicipal.rj.gov.br/

Confeitaria Colombo:
Salgados a partir de R$5,50.
Pastel de Belém: R$7,00.
Café expresso: R$4,50.

Pão de açucar:
Preços: R$53 (inteira) e R$26 (meia - somente para estudantes do RJ e idosos).

Praia de Ipanema (barraca do Uruguai):
Pão com linguiça: R$9
Cerveja e Coco: R$5
Cadeiras: R$5
Guarda-sol: R$10, mas deixaram por R$5.

Praia de Copacabana (barraca a esquerda do Copacabana Palace e em frente ao posto Salva Vidas):
Cerveja e Coco: R$4
Cadeiras: R$3
Guarda-sol: R$3

Palácio do Catete
Acesso pelo metrô, estação Catete.
Grátis aos domingos.

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