terça-feira, 21 de abril de 2015

Estrada Real - Caminho Sabarabuçu - Trecho Sabará / Raposos

Vista após a longa subida inicial. Mar de Minas.
 Apesar de ser mineiro e ter a Estrada Real no meu quintal, ainda não havia percorrido, caminhando, um único trecho deste longo caminho. Como todo mundo que faz turismo em Minas, já havia topado com vários dos famosos marcos da Estrada Real em minhas andanças, mas tratava-se apenas de puro acaso.

Decidi fazer, na medida que o tempo permitir, os trechos do caminho secundário de Sabarabuçu, que interliga o pequeno municipio de Cocais (não confundir com Barão de Cocais) a Glaura, e consequentemente ao caminho velho. Cidades importantes historicamente compõem este roteiro, como Sabará e Caeté, além de outras cidades e distritos menores, como Raposos e Rio Acima, este último rico em atrativos naturais, especialmente cachoeiras.

Decidi começar pelo trecho que está mais perto de casa: Sabará a Raposos. Como já conheço bem o centro de Sabará e os primeiros quilômetros da trilha que seguiria até Raposos, decidi iniciar a partir do Arraial Velho. Desta maneira eliminamos (eu e minha esposa) o centro histórico da cidade, muito conhecido por nós, e os subúrbios que estão entre ele e o arraial velho. Com este corte, reduzimos 3,6km da caminhada, que de acordo com a planilha oficial tem 12,3km.

Ao iniciar a trilha a partir da igrejinha de Santana, no arraial velho de Sabará, o desafio é o morro interminável que deve ser vencido, e que se inicia poucos metros a frente da igreja. Para quem não está com bom condicionamento, talvez seja o pior trecho de todo o percurso. De acordo com a planilha, tem 2km. Não é a única subida, mas é, com sobras, a pior.

Vencida este primeiro obstáculo, o caminho prossegue exigindo menos do caminhante e sem surpresas para quem tem a planilha do trecho (clique aqui para imprimir a planilha atualizada no site oficial da estrada real). Se puder marcar a distância com o GPS de um celular, GPS de pulso ou algum produto similar, melhor ainda, para evitar alguma sensação de insegurança ao acreditar que já andou demais e um marco esperado ainda não apareceu.

Ruínas de casa de Pedra.

Depois da subida, o trajeto não exige muito do caminhante por algum tempo, e é possível seguir em um ritmo um pouco melhor.

Curto trecho de trilha fechada. Carros não passam.
Tivemos dúvidas apenas nos marcos 2033 - km 7,3 - e 2034 - km 7,5 - (todos os marcos são numerados - informação extremamente útil para não se confundir). Estes estão respectivamente na porta e dentro de uma propriedade particular. O correto é entrar no terreno da casa onde a estrada termina e entrar na trilha a esquerda do caminhante, praticamente colada a esta casa. Aí começa um curto trecho de trilha fechada, inacessível para quem está de carro. Desça com cuidado pois o trecho é escorregadio, tem bastante lodo nas pedras. Tomei um tombo nesta descida, mas que não causou maiores problemas.

Apesar de longos trechos de sol, existe um trecho sombreado e cercado de água.

Vencida a trilha fechada, é hora de percorrer a parte mais bonita deste percurso, com um trecho sombreado e duas travessias de água: um córrego e um ribeirão. Ambos podem ser atravessados a vau, e quem não tem bota impermeável pode tirar os calçados e atravessar com tranquilidade. Ambos tem a água cristalina, e pode ser que você encontre gente nadando na segunda travessia.
Uma observação em relação ao marco 2036 - km 7,7: Ele está após a travessia do córrego, ao contrário da descrição que consta na planilha.

Travessia de ribeirão. Água cristalina e muito fresca.

Após este trecho, a estrada passa a ter um visual mais parecido com o do início da trilha, e a cidade de Raposos vai se aproximando. Não encontramos o penúltimo marco, número 2043 - km 10,9 - que constava como "marco caído" na planilha. Mas este marco não fez falta nenhuma, pois dizia apenas para seguir em frente. Seguimos até o último marco e chegamos a cidade de Raposos, seguindo praticamente em linha reta até a igreja matriz.

Encerramos aí o dia, mas para quem está fazendo o caminho sem interrupções, pode ser interessante andar um pouco mais, fazendo o trecho seguinte, Raposos - Honório Bicalho, que tem extensão de 13km. Espero fazer este trecho em breve. Aguardem.


Trecho Arraial Velho de Sabará - Raposos
Distância percorrida: 8,68 km.
Tempo gasto: 2:40, seguindo em ritmo médio e com pausas frequentes para fotos.
Site oficial do caminho de Sabarabuçu: http://www.estradareal.tur.br/caminho-sabarabucu

Kit Essencial: Água, Protetor solar, Frutas, Chapéu ou Boné.

Abraços
Thiago Rulius

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Zaanse Schans

Alguns dos moinhos de Zaanse Schans




Uma mistura de museu a céu aberto com cidade cenográfica. Acho que isso serve como definição para Zaanse Schans, um lugar bacana para quem quer ver os tradicionais moinhos de vento holandeses.

A primeira coisa que se avista durante a caminhada da estação de trem até Zaanse Schans são os moinhos, que são a maior atração do local. Mas existem outras atrações, algumas interessantes, então não deixe de retirar um mapa na máquina esquisita localizada logo após atravessar a ponte que dá acesso ao lugarejo.

Os moinhos estão dispostos ao longo do rio. Visitei apenas dois deles, já que, com exceção do primeiro (mais próximo da ponte que dá acesso a Zaanse Schans) todos os outros cobram entrada, e pelo que pude perceber, não tem muita variação no que oferecem.


Cada um dos moinhos é utilizado para tarefas diferentes: O primeiro, por exemplo, é usado para moer especiarias. Quando o visitamos, estava moendo canela (e o cheiro estava delicioso). O outro que visitamos moía pigmentos para fabricação de tintas a óleo, e sei que um outro é usado para serrar madeira. Então, o tipo de utilização dos moinhos pode variar muito, apesar do principio de funcionamento ser o mesmo.

Todos eles tem uma mini loja, onde oferecem os produtos produzidos junto a centenas de souvenirs, como chaveiros, canecas, tamancos em miniatura, etc. No moinho de especiarias, compramos um biscoito de canela maravilhoso. Já no moinho de tintas, haviam apenas os pigmentos a venda (em pó), mas não a tinta pronta para uso, infelizmente.

Zaanse Schans é um lugar bacana para caminhar. Tudo está perto, e você pode ir seguindo tranquilamente para as atrações que mais lhe agradarem depois de visitar os moinhos. Mas lembre-se que, se o lugar está cheio de moinhos de vento, é porque venta! Então, não vá sem uma boa blusa de frio.

Algumas das outras atrações de Zaanse Schans se intitulam museus, mas não passam de lojas sem um atrativo que faça valer a visita. Valeram a visita apenas o Zaans Museum e a loja de tamancos.

Zaans Museum (www.zaansmuseum.nl): Um museu que não tem um foco muito definido, acaba sendo uma miscelânea de temas, com curiosidades regionais, pinturas, maquetes,  mobília antiga e a reprodução de uma pequena fábrica de chocolates(?). Não é uma visita muito demorada, e a única coisa que me faz pensar se vale ou não a pena é o preço do ingresso, que acho caro (preços do fim de 2013): Eur$9 para adultos, Eur$7,50 para idosos e Eur$5 para crianças e adolescentes (4 a 17 anos). Se você tem o MuseumKaart, o cartão que dá acesso a centenas de museus em toda a Holanda, a visita sai de graça.

Fabricando um Tamanco
Loja de tamancos: Acho que chamam esta grande loja de tamancos de museu, o que ela não é. Mas diferente das outras lojas espalhadas por Zaanse Schans, esta tem um atrativo bacana demais, que é a demonstração ao vivo da fabricação destes tamancos de madeira, que eram usados pelos camponeses até o fim do século XIX. É tão bacana que você pode ficar tentado a levar um par destes tamancos para casa, ainda mais depois de ver um vídeo onde mostram alguns holandeses usando em situações do nosso cotidiano, como em um churrasco, por exemplo. Visitação gratuita, e os tamancos mais simples não são muito caros.

OBS: Para quem se interessou pelos tamancos e quiser vê-los retratados em imagens do passado, experimente ver as pinturas de Jean Françoise Millet, onde eles aparecem com alguma frequência. Van Gogh, em seu livro de cartas a seu irmão Théo, cita seus tamancos nos anos em que trabalhava e viveu entre mineiros na região do Borinage.

Então, se você quer ver os moinhos de perto e em pleno funcionamento, o lugar para isso é Zaanse Schans. Com uma tarde é possível conhecer o que realmente importa no lugar sem muita correria.

Compras: Em toda porta que você entrar, vai haver uma loja com um monte de badulaques. Pense bem antes de comprar as tradicionais bugigangas de turista, sempre mais baratas em Amsterdã.

Como chegar: Na estação central de Amsterdã, pegar um trem para Koog-Zaandijk (Eur$ 2,90 no fim de 2013). Tempo de viagem: 17 minutos. Ao desembarcar, mais 10 minutos de caminhada. Fiquei sabendo que tem gente que vai de bicicleta desde Amsterdã. Que tal?

Para saber mais sobre Amsterdã e o MuseumKaart, citados neste artigo, leia os dois artigos sobre Amsterdã: Amsterdã parte 1 e Amsterdã parte 2. Se está planejando uma viagem a Europa, veja também os vários artigos sobre Paris e Arredores

Abraços,
Thiago Rulius.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Amsterdam - Parte 2

Início de noite em Amsterdam.

Não deixe de ler o post Amsterdam - Parte 1 antes de prosseguir.

Bairro da luz vermelha

Acho que a maioria dos brasileiros que vai a Amsterdam segue para a cidade interessada em ver o bairro da luz vermelha ou aproveitar a liberdade de poder entrar em um coffeeshop e fumar "o que quiser" com toda a tranquilidade.

Não foram estes os motivos que me levaram até lá, mas não podia deixar de conhecer o bairro. Chegamos até ele meio sem querer, estávamos andando pelo centro, decidimos conhecer uma igreja, a Oude Kerk (coberta pelo Museum Kaart) e ao sair, surpresa: algumas vitrines na porta da igreja com moças bondosas se exibindo nas famosas vitrines. Você reza e já pode voltar a pecar a vinte metros dali. Detalhe: além do tipo holandês padrão, existem profissionais com outro perfil: gordinhas, morenas, coroas e outras que visivelmente não são nativas do país.

O bairro da luz vermelha.

Se continuar se embrenhando no bairro, outras vitrines vão surgindo a beira dos canais. A região do Erotic Museum parece ser o epicentro da prostituição, com vitrines por todos os lados. Se você é homem e tem a intenção de experimentar os serviços e quer saber quanto é, vi uma moça sensacional passando o preço para um cara: E$50. Me falaram que é tabelado. Não sei se é mesmo, mas essa de E$50 era de primeira linha, então acho que disso não passa.

Para quem vai visitar o bairro acompanhado da esposa ou namorada e preferir caminhar por lá de manhã, vai encontrar um bairro mais tranquilo. Se não chegar muito cedo, parte das moças já estarão em suas vitrines lendo uma revista e esperando algum cliente com fuso horário desregulado.

Caso prefira ir a noite, vai ver o bairro fervilhando de gente, na maior parte das vezes bandos de homens. Não ficamos até muito tarde, mas nas primeiras horas da noite andamos por lá sossegados, não é um lugar que passa uma impressão de insegurança. Claro que você vai ver uns adolescentes ou adolescentes tardios gritando como se nunca tivessem visto mulher pelada na vida, mas é só.

Quanto aos coffeshops, podem ser encontrados por toda a cidade. Mas no bairro da luz vermelha eles aparecem aos montes. Não posso dizer muito, já que não frequentei. Mas eles tem uma variedade que extrapola a maconha: narguilê e balinhas de coca do Perú, por exemplo. De maconha, tem dezenas de produtos: balas e pirulitos, bolinhos tipo cupcake, etc. Só não vá (se for homem) ficar doido demais e torrar todo o seu dinheiro nas tias.

Este bairro se mistura com o centro de Amsterdam, que nao é grande. Faça o seguinte: reserve um dia para conhecer os dois de uma só vez. Só não perca tempo com o ridículo Sex Museum, que só tem bobagens e fotos de mulher pelada do século passado.


Casa de Anne Frank

A casa de Anne Frank permite ao visitante conhecer um pouco da perseguição sofrida pelos judeus durante a segunda guerra mundial. Foi lá, no chamado "anexo secreto" que oito judeus, quatro da família Frank e outros quatro amigos, se esconderam dos nazistas de 6 de julho de 1942 até 4 de agosto de 1944. Neste longo tempo, não puderam sair do esconderijo, e deviam manter as cortinas fechadas e evitar barulhos que levantassem suspeitas nos vizinhos.

Dos oito judeus, apenas Otto, o pai de Anne Frank, sobreviveu. Foi ele quem apoiou a criação do museu casa de Anne Frank e publicou o diário da filha, que foi guardado por uma das mulheres que os auxiliaram de fora do esconderijo. Os judeus, antes de serem descobertos, acompanhavam por rádio o avanço dos aliados contra os nazistas. Infelizmente, a ajuda não chegou a tempo para a maioria deles.

Alguns amigos que visitaram o museu sentiram um clima pesado no anexo, que foi mantido por Otto até se tornar museu. Apesar de não ter me sentido assim, a visita é mesmo triste, especialmente devido ao final tão triste. Mas acho que vale a pena conhecer.

E para quem se interessar em ler o diário, ele pode ser comprado na loja do museu. Existe tradução para o Português.

Este museu aceita o Museum Kaart. Para quem não tem, o preço é E$9.
Site oficial: http://www.annefrank.org/en/

Se achar o passeio muito pesado, faça um passeio de barco pelos canais (veja abaixo) ou alugue um pedalinho. Ambos os serviços podem ser contratados logo em frente ao museu Anne Frank.


Passeio de barco nos canais

O passeio de barco é uma opção bacana para quem não tem muito tempo em Amsterdam, ou que apenas quer conhecer a cidade a partir dos canais.

Com a empresa que contratamos, é possível embarcar em vários pontos da cidade, como o Museu Anne Frank, O Hermitage Museu, a feira de Flores, entre outros. Porém, é necessário se informar no ponto de embarque sobre os roteiros que os barcos fazem, pois existe mais de um. Os pontos de embarque citados acima (Anne Frank e Hermitage) atendem a ambos os roteiros.

Optamos por fazer um passeio de uma hora e quinze minutos (uma volta completa até o ponto de partida, sem desembarcar), por E$15. Porém, é possível comprar um ticket de um dia, e desembarcar para conhecer cada uma das regiões onde o desembarque é permitido, continuando com o passeio nos barcos que vierem depois. O ticket de um dia custa um pouco mais, E$20.

Veja mais detalhes em www.seeamsterdam.nl


Museu Rembrandt

Um dos atrativos de Amsterdam  que mais me atraía era justamente o museu do Rembrandt, o maior dos pintores holandeses, batendo mesmo Van Gogh e Vermeer.

Este museu foi montado na casa em que Rembrandt viveu entre os anos 1639 e 1656. Todo o ambiente foi preservado e o museu foi restaurado, mostrando não somente as peculiaridades da profissão e do modo de trabalho do pintor, mas também curiosidades das casas da época e da forma que viviam os holandeses mais abastados.

Não deixe de pegar o audioguia na recepção do museu, pois ele enriquece muito a visita. A primeira coisa que chama a atenção são as curtas camas dentro de armários, onde todos dormiam com as pernas penduradas para fora. De acordo com explicação do audioguia, as pessoas acreditavam que deviam dormir apenas escorados e não deitados, para que o sangue não subisse para o cérebro, o que poderia matá-los.

É isso mesmo. Eles dormiam nos armários.
A casa está mobiliada, e os aposentos relacionados ao trabalho de Rembrandt são fascinantes: o ateliê do artista (possível de ser reconhecido em parte de suas obras), o aposento com suas coleções de bustos de gesso, estampas e objetos exóticos, como animais empalhados e fósseis. A sala de impressão artesanal (onde um funcionário faz demonstrações a intervalos regulares), e o quarto onde Rembrandt dormia com a esposa Saskia, que morreu jovem e está enterrada sob a Oude Kerk (é possível ver o túmulo no assoalho da igreja).
O ateliê de Rembrandt.

As impressões realizadas como demonstração podem ser adquiridas pelos visitantes.

É um museu menos concorrido e mais tranquilo de visitar. É coberto pelo MuseumKaart. Para quem não tem o cartão, o ingresso custa E$12,50.

Site oficial: http://www.rembrandthuis.nl/

Arredores do museu Rembrandt:

Aproveite que já está no bairro e explore a região. Vá até a Rembradt Plein, uma praça repleta de bares e restaurantes, muito boa para almoçar ou curtir um fim de tarde. No meio da praça, esculturas reproduzindo os personagens da Ronda Noturna, possivelmente o quadro mais famoso do pintor e que está exposto no Rijksmuseum. Você pode tirar uma foto entre estas estátuas.

A uma quadra do museu-atelier de Rembrandt está a feira da Waterlooplein, com suas antiguidades, roupas, cds e livros usados.


Hermitage Museum

O Hermitage de Amsterdam é uma espécie de extensão do grande museu Hermitage Russo, e recebe deste as belas exposições temporárias que exibe. Enquanto estávamos por lá, tivemos a oportunidade de ver uma belissima mostra dos artistas Gauguin, Denis e Bonnard.

O museu é muito bonito, bem montado, e permite a entrada com o MuseumKaart. Preço para quem não tem o cartão: E$15.

Vale a pena visitar, se a exposição em cartaz no momento da visita a Amsterdam lhe interessar. Consulte o calendário em: http://www.hermitage.nl/en/


E as bicicletas??

É inacreditável, mas não alugamos bicicletas em Amsterdam. Não por preguiça. Para quem está acostumado a uma boa pernada, Amsterdam também é um lugar legal para caminhar. Plana, não tem trânsito pesado, e as atrações não estão tão distantes. Então, saíamos do bairro Pijp e íamos a pé até o centro ou Niewmarkt numa boa. Pode parecer perda de tempo para alguns, mas pelo menos uma vez não acho que seja. Vejo como uma oportunidade para descobrir a cidade.


No mais, avalie se as atrações da cidade lhe interessam. Para quem gosta de museus, feiras e passar uma tarde inteira descansando em um parque, a cidade exige mais tempo. Para quem que apenas ver o bairro da luz vermelha, visitar a Heineken experiente e nada mais, pode ser que um fim de semana seja o suficiente. No meu caso, fiquei oito dias e precisava de um pouco mais.

Abraços
Thiago Rulius.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Amsterdam - Parte 1

Um dos canais de Amsterdam. Caminhar na cidade é puro prazer.

Chegamos a Amsterdam pela Centraal Station, a estação ferroviária da cidade. Tão grande e cheia quanto as estações (gare) de Paris, o que não era para se entusiasmar. Do lado de fora, uma certa confusão nos pontos de tram, que são os bondes responsáveis por levar e trazer todo mundo aquela estação que possivelmente é a mais importante da Holanda.

Apesar de sempre fazer um planejamento da viagem, não sabia qual tram devia pegar para chegar ao hotel. O quiosque de informações turísticas estava fechado, funcionava apenas uma máquina onde era possível comprar um mapa da cidade por um euro (o mapa é bom). Compramos na tentavida de descobrir nele qual era o nosso bonde. Enquanto tentava olhar o mapa no meio de uma ventania ferrada e já pensava em pegar um táxi, vimos um escritório da companhia que administra os trams e fomos até lá. Conseguimos então descobrir que o nosso tram era o número 25, onde deveríamos pegá-lo, e onde descer.

Sarphatipark, no bairro Pijp. Pequeno, bonito e fora da rota turística.
Foi só embarcar e tudo mudou. O tram estava muito tranquilo, e assim que percorreu umas poucas centenas de metros, a cara do lugar mudou. Ali mesmo, antes de desembarcar, já notamos a diferença no ritmo da cidade em relação a Paris. As ruas bem mais tranquilas, e as bicicletas mostrando muito claramente qual era o principal meio de transporte na cidade. Desembarcamos em frente ao Sarphatipark no bairro Pijp e caminhamos uma pequena distância até o nosso hotel, simples mas aconchegante.

Após deixar as malas no hotel, apenas fizemos um curto passeio no Sarphatipark e logo a noite chegou (havíamos deixado Paris no início da tarde). Fomos até a esquina comer em uma pizzaria. Nos chamou a atenção o atendimento extremamente cordial dos holandeses, muito diferente das caras amarradas em Paris. Entramos no clima jovial daquele bar/pizzaria/pub, tomamos alguns chopps e finalmente comemos uma pizza. Detalhe: Quando pedimos um prato para dividir a pizza, estranharam. Lá, cada cliente pedia uma pizza inteira. Ficamos impressionados, a pizza devia ter cerca de 35cm de diâmetro! Comemos e fomos dormir, com uma grande expectativa para os dias seguintes. Amsterdam tinha nos deixado a melhor das impressões.


As atrações do bairro Pijp

No dia seguinte, primeiro dia inteiro em Amsterdam, queríamos descansar das correrias de Paris. Agora com café da manhã incluso na diária do hotel, acordamos mais tarde, comemos e fomos correr no Sarphatipark, a cerca de duzentos metros do nosso hotel. É um parque muito bonito apesar de pequeno (ocupa uma quadra grande). O parque é muito sossegado, pois de vários pontos não se vê a rua, e como o trânsito em Amsterdam é muito tranquilo, normalmente também não se ouvem os "barulhos da cidade" com muita frequência. É um parque com árvores frondosas, lago, chafariz e ampla área gramada, cortada por trilhas de cascalho com banquinhos pintados de verde espalhados por estes caminhos. O parque é muito bonito e nos atendeu muito bem na nossa corrida matinal, pois possui também uma espécie de academia a céu aberto onde pudemos fazer alguns alongamentos. O parque estava muito tranquilo, pois além do horário e da temperatura, não é um local que está na rota turística.

Peixes frescos na Albert Cuypmarkt

Após voltar ao hotel para um banho, saímos para conhecer a Albert Cuypmarkt, uma grande feira livre do bairro de Pijp, e até onde sei a maior feira de Amsterdam. Gosto muito de visitar as feira dos países que estou visitando, é sempre uma grande oportunidade de ver um pouco da cultura local, e na Albert Cuypmarkt não foi diferente.

Flores na Albert Cuypmarkt
É uma feira sem temática definida, pois vende de tudo: Frutas e legumes, peixes frescos, castanhas, ervas, roupas, malas, acessórios para bicicletas, bijouterias, sucos, queijos, carteiras e bolsas, flores, entre outros. Pensando apenas nas compras, é uma feira muito mais voltada para os locais, mas pode ser interessante para o turista que quer comprar roupas baratas, comida e miudezas. Acabei comprando camisa e calça "exóticas", além de algumas cuecas, que eram de ótima qualidade e muito baratas (5 cuecas por E$10). Com isso resolvi o problema de "reciclagem das cuecas" que estava para começar.

Também fizemos uma boquinha por lá. Tomamos suco natural por E$1,50 o copo. Uma caixa grande de morangos custou E$2. Assim como no Brasil, os de cima eram maravilhosos e os do fundo estavam estragados. Como almoço compramos bandeijas de papel com contra-asa de frango, ou coxinha da asa, como dizem alguns. Uma bandeija com 5 unidades custava E$2,50. Uma delícia. Gostamos muito da feira, a vontade de levar queijos para o hotel era enorme, mas assim como em Paris não tinhamos frigobar no quarto, e acabamos postergando a compra. Recomendo a feira para quem tem bastante tempo na cidade, mas não é algo que se possa chamar de atração turística.

No fim da tarde, fomos caminhar a beira do canal que marca o fim do bairro Pijp, onde estávamos hospedados. Caminhamos pela Ruysdaelkade, sem destino definido, apenas relaxando. Como nestas caminhadas sem rumo muitas vezes descobrimos um cantinho bacana da cidade, acabamos encontrando a pequena galeria de arte Tiller Galerie e depois, surpreendentemente, encontramos algumas das famosas vitrines com as famosas "moças bondosas" se exibindo para aqueles que passavam por ali apenas de roupa íntima. Algumas mandando beijinho, outras lixando as unhas ou lendo uma revista, despreocupadas. Minha esposa encarava com uma certa desconfiança o meu interesse em conhecer estas vitrines, e este encontro casual serviu para que ela visse como era interessante esta peculiaridade do país. Ficamos os dois olhando com interesse aquelas vitrines convivendo ao lado de outros comércios mais tradicionais, e também as profissionais que se exibiam ali. Acho que para quem quer conhecer estas cabines por dentro, este cantinho do bairro Pijp pode ser uma opção legal para fazer isso com mais discrição. E para quem tem namoradas que não querem conhecer o bairro da luz vermelha, uma passadinha sem querer por esta parte da cidade pode fazer milagres.


Museumplein

Fim de tarde na Museumplein
Era dia de começar a conhecer a Museumplein, espécie de praça onde se concentram os maiores museus de Amsterdam. Como não fica muito longe do Pijp e o dia estava ensolarado, seguimos caminhando para lá.

Dos três museus da Museumplein, o mais famoso no Brasil sem dúvida é o museu Van Gogh, mas ainda estão por lá o Rijksmuseum, que cobre a arte dos países baixos desde a idade média com mais de oito mil trabalhos expostos em oitenta salas, e o Stedelijk museum, voltado para arte moderna e contemporânea. 

Antes de conhecer os museus, é importante dizer que aqueles turistas que tem a intenção de conhecer muitos museus na cidade devem considerar a compra do Museumkaart, um cartão que permite passe livre a dezenas de museus em toda a Holanda no período de um ano. Mas basta visitar meia duzia de museus que aceitam o Museumkaart e o dinheiro investido (E$54,90) será recuperado. Outra informação importante é que o Museumkaart permite furar a fila e entrar diretamente em alguns museus, como é o caso no museu Van Gogh, e isso se reflete em economia de tempo, o que pode garantir a visita a uma outra atração na cidade, ou passar mais uma hora caminhando a beira de um canal (ou andando dentro de um deles de pedalinho, quem sabe).


Rijksmuseum

Rijksmuseum a partir da Museumplein
Em nosso primeiro dia de Museumplein conhecemos o Rijksmuseum, que é como se fosse o Louvre da Holanda. Apesar de ser enorme e impossível de se conhecer inteiro em um único dia, ainda assim é menor e mais aconchegante que o Louvre. Ainda assim, decidimos adotar a mesma estratégia usada nos museus visitados na França: conhecer o que era de nosso maior interesse e ignorar o resto. Passamos no guichê de informações e pegamos um guia de visitação em português antes de seguir em frente.

Rijksmuseum. Imperdível para quem gosta de arte.
A coleção do Rijksmuseum é variada e certamente interessará a todo tipo de público. Não será difícil encontrar o setor escolhido para visitação, pois as coleções são divididas de maneira cronológica, com exceção das interessantissímas coleções especiais, que estão todas concentradas no térreo (piso zero). Fazem parte desta coleção várias maquetes de navios maravilhosas, além de armas e armaduras, jóias, roupas de época, instrumentos musicais e as famosas porcelanas de Delft.

No piso dois, a chamada galeria de honra também é imperdível. Nela se concentram as principais obras primas da pintura holandesa de todos os tempos, incluindo pinturas de Rembrandt, Vermeer, Hals, Ruysdael e outros. Ao fim da galeria, alguns dos mais importantes quadros de milícia já pintados, incluindo a Ronda Noturna, de Rembrandt. É um setor que você se sente perdido, sem saber para onde olhar no meio de tantas obras primas.

Metade do piso um apresenta as obras do século XIX, com coleções belíssimas da chamada escola de Haia, com suas paisagens em sua maioria escuras mas muito belas, e alguns poucos quadros de Van Gogh, que domina o museu Van Gogh, logo ao lado.

Café do Rijksmuseum. Essencial para passar o dia todo por lá.
Diria que quase todo o museu merece ser visitado. Considero de menor interesse apenas o piso três, onde estão as obras a partir do ano de 1900. Estas, no meu ponto de vista, não se comparam as obras expostas nos pisos inferiores.

Porém, para conhecer tudo pode ser necessário mais de um dia, o que pode não ser possível para quem não tem muito tempo na cidade.

O museu tem uma ótima loja no térreo, com livros, posteres e souvenires variados além de café. Chegue cedo e ao sair, se der tempo, descanse e tome um pouco de sol na Museumplein ou no Vondelpark.


Museu Van Gogh

Amendoeiras em flor. Pintado para o filho de seu irmão Théo.
No dia planejado para conhecer Zaanse Schans o dia amanheceu muito nublado e decidimos adiantar a visita ao museu Van Gogh. Não chegamos muito cedo ao museu e pela primeira vez na Holanda encontramos uma fila realmente grande. Nossa alegria é que havíamos comprado o Museumkaart em nossa visita ao Rijksmuseum, e com ele pudemos não só entrar sem pagar, mas entrando diretamente sem sequer enfrentar a fila! Deixamos nossas coisas no guarda-volumes e em poucos minutos já estávamos vivendo a experiência de conhecer boa parte da obra deste grande artista que só foi reconhecido após sua morte.

Telas de Van Gogh. Explosão de cores.

O acervo é muito grande e cobre todas as fases da carreira de Van Gogh. As pinturas mais escuras da fase holandesa, as pinturas acadêmicas da Antuérpia, a mudança no contato com os impressionistas e pós-impressionistas em Paris e a explosão de cores em Arles, Saint-Remy e Auvers-sur-Oise. Várias obras primas do artista estão expostas no museu como Os comedores de batatas, Íris, Amendoeiras em flor e um dos quadros de girassóis. Outros pintores que tiveram contato mais próximo com Van Gogh tem obras em seu acervo, como Paul Gauguin, Émile Bernard, John Peter Russel (que pintou um belissímo retrato de Van Gogh), entre outros. Também compõem o acervo do museu as cartas de Van Gogh a seu irmão Théo e amigos. Algumas estão expostas e são interessantes por mostrar esboços de desenhos maiores ou pinturas.
Um dos desenhos de Van Gogh

A coleção de desenhos tem um setor exclusivo e mostram a evolução técnica do artista. Ainda é possível ver um pouco do trabalho de restauração e conservação das obras pelo museu, e no subsolo é exibido um vídeo de aproximados vinte minutos sobre o artista. Também no subsolo funciona a livraria do museu, com algumas (poucas) opções de livros em Português. A loja com centenas de quinquilharias fascinantes fica próxima a saída. Os rendimentos da livraria e loja são utilizados para compra de novas obras para compor o acervo do museu (segundo informações divulgadas por eles).

Acho que uma medida que devia ser tomada por todos os grandes museus do Brasil era abrir lojas como as que encontramos nos museus de Paris e Amsterdam. Impressionante como vendem produtos tão variados e super disputados pelos visitantes. Gostaria de ver lojas como estas no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, por exemplo, que tem telas simplesmente espetaculares e nao exploram este potencial.

Retrato do pintor por John Peter Russell

Outro exemplo: nestes museus eles vendem cópias das telas mais atrativas por cerca de E$13. No nosso museu Inimá de Paula, em BH, temos apenas uma unica opção de gravura (serigrafia), e o pior: ao custo de R$300 a cópia.


Vondelpark

Fim de tarde no Vondelpark
Saindo do museu Van Gogh, comemos um sanduíche na Museumplein, que também tem lojinha de camisetas alternativas e uma loja de souvenires ligados aos museus. Depois de cinco horas no museu Van Gogh, já era fim de tarde, mas como o tempo havia melhorado fomos conhecer o Vondelpark, que fica perto dali.

O Vondelpark tem uma beleza parecida com o do nosso pequeno vizinho Sarphatipark, mas com muito mais cenários, já que deve ser umas dez vezes maior. Claro, por ser um parque que oferece mais, estava bem mais cheio. De qualquer jeito, é um parque lindo e que merecia ao menos uma tarde inteira, com um piquenique incluído. Caminhamos por boa parte do parque e sentamos em um gramado aproveitando os últimos minutos de sol antes de encerrar o dia.

Vondelpark, merecidamente o mais famoso parque de Amsterdam
Em breve: próximos posts de Amsterdam com bairro da luz vermelha, outros museus, e a vila-cenário de Zaanse Schans.

Abraços
Thiago Rulius

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Dicas de Paris

Revista Pariscope: Guia cultural a E$0,50.

  • Tome muito cuidado com os furtos nos pontos turísticos mais procurados e no metrô, onde podem tentar lhe furtar algo. Não precisa deixar de ir, mas não facilite. Até mesmo dentro do Louvre existem placas de advertência próximas a Monalisa. Tentaram tirar algo da mochila da minha esposa enquanto ela comprada bilhetes no metrô.
  • Para visitar as atrações mais procuradas que exigem ingresso, existe a opção de compra antecipada nas livrarias FNAC. Você paga a taxa de comodidade, mas não enfrenta filas, o que pode significar visitar mais uma atração, por exemplo.
  • Se está acompanhado compre um lote de dez bilhetes de metrô. Assim você economiza algum dinheiro (pois o preço unitário cai) e não precisa ter sempre moedas a mão para comprar novos tickets em cada estação. Importante: em uma das estações que utilizamos havia apenas máquina para compra de tickets com moeda, sem opção de dinheiro ou cartão. Se não estivéssemos prevenidos íamos passar aperto.
  • Se pretende seguir de Paris para Amsterdam de trem, comece a buscar seu bilhete com boa antecedência no site da companhia thallys. Assim que abriram para venda comprei cada um dos bilhetes por E$30 mas eles podem ultrapassar os E$100 para quem deixa para última hora.
  • O dia que for a Versailles compre ainda em Paris o bilhete de volta, ou na pior das hipóteses assim que chegar em Versailles. Como todos vão embora no mesmo horário, a estação de metrô da cidade fica com filas enormes e muito lentas na hora de voltar a Paris.
  • Para descobrir a agenda cultural da semana em Paris, procure em bancas de revistas ou nas livrarias FNAC as revistas Pariscope ou L'officiel des Spectacles. Assim vc descobre tudo o que vai acontecer nos próximos dias, incluindo exposições, shows, cinema, concertos, etc. Também apresentam opções nas cidades da região metropolitana. Cada uma das revistas custa E$0,50. 
  • Comer bem exige entender o cardápio, então vai bem aprender um pouco de francês ou andar com um dicionário de bolso. Uma comida que me agradou por lá foi a coxa de pato (cannard). Comemos no Le Saint Germain: fica no Boulevard Saint Germain esquina com Rue du Bac (em frente a estação de metrô rue du Bac). Fica relativamente perto do museu D'Orsay.
  • Aproveite o dia que os museus ficam abertos até mais tarde para visitá-los, otimizando assim o tempo de viagem. O Louvre vai até mais tarde as quartas e sextas-feiras, enquanto o D'Orsay funciona cm horário extendido as quintas-feiras. Verifique os horários dos museus que pretende visitar.
  • Se quiser comprar material artístico, conheci duas grandes lojas que deixam qualquer um doido. A Geant des Beaux Arts (http://www.geant-beaux-arts.fr/), na rue de La Roquette e próxima ao Cemitério do Père-Lachaise e a Rougier & Plé (http://www.rougier-ple.fr/magasin/rougier-ple-paris-6.r.html), no Boulevard Saint Germain. A primeira é mais barata, mas fica mais longe e é uma verdadeira guerra: bagunçada e com poucos atendentes. Ambas as lojas tem outros endereços (veja links).
Abraços,
Thiago Rulius.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Os Jardins de Paris

Jardin des Tuileries e Louvre ao fundo

Além de atração da cidade, os jardins na região mais turística de Paris são um oásis no meio desta metrópole bonita e cheia de atrativos, mas ainda assim lotada de gente, carros e todos os problemas que as grandes cidades têm. Então, a sugestão é montar roteiros por região, onde você possa conhecer estes jardins entre outros atrativos, descansando um pouco no meio do dia e tornando o seu passeio mais agradável.

Os jardins citados neste artigo (Jardin des Tuileries e Jardin du Luxembourg) não cobram entrada.


Jardin des Tuileries

Certamente você vai passar em frente a este jardim durante suas férias em Paris. Sua localização é privilegiada: está a beira do Rio Sena, em frente ao Louvre


Jardin des Tuileries e Louvre ao fundo

. Do outro lado do rio, o museu D'Orsay, e em uma de suas extremidades, o museu de L'Orangerie (caso vá visitar museus, prefira os outros dois, o Orangerie é bem inferior). Quem vem do Arco do Triunfo em direção ao Louvre, também encontra este grande e bonito jardim antes de alcançar o museu.

Já no jardim, o negócio e encontrar uma das concorridas cadeiras disponível, achar um lugar aprazível e ficar vendo o tempo passar, vendo os patos nadando em uma de suas fontes ou sentindo o cheiro de flores em suas passagens.

Quando quiser se movimentar um pouco, veja as esculturas espalhadas pelo parque, ou vá até uma das lanchonetes/restaurante e faça uma boquinha. O negócio é ir sem pressa e relaxar um pouco para que as férias não sejam no ritmo um tanto acelerado da cidade.

Uma opção bacana para conhecer este jardim é visitar um dos museus citados acima. Ambos permitem sair e voltar com o mesmo ingresso (desde que seja no mesmo dia). Então, você pode explorar o museu por algumas horas, descansar e comer no jardim e voltar para o segundo tempo. Ou se vc prefere visitar os museus de uma maneira mais "objetiva", conhecer um museu, descansar no jardim e encarar outro, ou seguir caminhando pela avenida Champs-Élisées até o Arco do Triunfo.


Jardin du Luxembourg

Jardin du Luxembourg
Em uma região não tão central quanto a do Jandin des Tuileries, mas ainda assim bastante turística, o jardon du Luxembourg está localizado na região do Quartier Latin e Invalides. Existem atrações nas redondezas, mas nenhuma está tão colada no parque. De qualquer maneira, o metrô de Paris te leva a todo lugar e você pode chegar até lá saltando na estação Luxembourg.

O jardim tem as mesmas cadeiras espalhadas pelos canteiros e ao redor do lago. No fundo, ajudando a compor o cenário, está o palácio do Luxemburgo. Saindo do epicentro do parque, existem trilhas de caminhada e um carrossel antigo ainda em funcionamento.

Para os mochileiros, existem lojas de mochilas e tênis para viajantes em lojas no boulevard Saint Germain, perto dali. Para os artistas, uma das melhores lojas de material artístico da cidade está neste mesmo boulevard, a Rougier Plé.

Não deixe de aproveitar pelo menos um dos jardins depois de alguns dias de pernada intensa pela cidade. Parar em um lugar assim não é perder tempo, e sim sentir um pouco mais o ar da cidade. Se possível, visite-os em dia de sol, quando ficam muito mais bonitos.


Outros Jardins

Existem atrações em Paris que contam com jardins maravilhosos, como o museu Rodin, que tem um belo jardim com esculturas do artista espalhadas por todos os lados. Um pouco mais afastados existem os grandes bosques da cidade, o Bois de Boulogne (com 845 hectares) e Bois de Vincennes com seu castelo. Talvez sejam opção para quem vai ficar mais tempo na cidade.

E em Versailles, o enorme jardim do palácio com suas fontes, canais e flores. Este, em dia de sol, é imperdível. Após se estressar com as hordas de turístas no castelo, revigore-se no jardim.

Abraços
Thiago Rulius

domingo, 8 de dezembro de 2013

Museu D'Orsay

Panorâmica do museu D'Orsay

Um close nos dois primeiros pisos do Museu
Não pude conhecer todos os museus de Paris que gostaria nos oito dias qe passei por lá. Primeiro porque a cidade tem dezenas deles, e segundo pelas outras atrações da cidade, como igrejas, jardins e bairros que merecem uma boa pernada (como Montmartre), além das cidade nos arredores, como Versailles e Auvers-sur-oise. Então, o negócio é priorizar o que se quer conhecer./

Muita gente coloca como obrigatório em Paris subir no "terraço" do Arco do Triunfo, subir a Torre Eiffel e conhecer o Louvre. Destes só fui ao Louvre, já que mirante de cidade não me atrai como os de natureza (que adoro). Quanto ao Louvre, é ótimo, mas prefiro o D'Orsay.

Acho que quem tem tempo e interesse não deve deixar de conhecer os dois museus, talvez aproveitando que os dois funcionam a noite (Louvre: quartas e sextas - D'Orsay: quinta). É uma oportunidade de otimizar o tempo de viagem, mas faça programas mais leves nestes dias que ficarão puxados. Se não costuma ir a museus, pode acreditar: é uma visita que vale a pena, mas cansa.
A fachada mo museu
Agora falando do motivo da minha preferência pelo Orsay: Como o meu foco era conhecer pinturas, ese museu traz uma coleção mais próxima ao nosso tempo, com seu acervo impressionista, pós impressionista e também acadêmico do século XIX. Vários dos artistas que aparecem na coleção do Louvre, como Delacroix e Daubigny, por exemplo, também estão no Orsay. Já o Louvre tem um grande acervo do renascimento e de pinturas européias em geral, mas mais antigas, onde são comuns os retratos e as temáticas mais focadas em situações históricas e religiosas, enquanto no Orsay temos com mais frequencia temas do cotidiano. Mas se o seu foco não são pinturas e sim artefatos e antiguidades, então o seu museu é mesmo o Louvre.

Pintura de Millet, o ídolo de Van Gogh

Conhecendo o Museu

Pintura de Bouguereau
O Orsay foi criado em uma estação de trem a beira do rio Sena. Como a estação não comportava mais os trens modernos (que cresceram em comprimento) estava abandonada e corria o risco de ser demolida. Com a criação do museu a estação foi salva e transformada neste museu espetacular e muito acolhedor.

Como toda atração de Paris, possivelmente você enfrentará uma fila na bilheteria, então não chegue muito tarde, e não fique achando que vai conhecer o museu em uma hora. Três horas é um tempo mais realista, ou o dia inteiro se você é tarado por arte.

Logo ao entrar você passa por uma livraria onde é possível comprar suvenires e livros do museu (existe outra loja maior junto a galeria dos impressionistas, no piso 5). Passando pela livraria encontrará uma escada central. Descendo por ela, estará na ala central das esculturas, o corredor principal do maior dos pisos do museu (piso 0). Seguindo pela ala central vão surgindo portas dos dois lados, onde as pinturas estão agrupadas por artista, escola ou região. Você vai encontrar, entre outros, Courbet, Manet, Daumier, Degas, Ingres, Delacroix e Bouguereau.

Se não quiser descer a escadaria que dá acesso a ala central das esculturas, existe uma escada a direita que dá acesso ao piso 2. Este piso tem como circulação o terraço das esculturas, e em suas salas é possível ver Van Gogh, Gauguin, os pontilhistas Seurat e Signac, entre outras coleções.

Pintura de Renoir
Por último, no piso 5, está a galeria dos impressionistas, onde estão as obras que atraem a maioria dos visitantes do museu. Renoir, Monet, Manet e Cezanne estão por todo lado, e também os impressionistas que não atingiram o mesmo sucesso, como Pissarro, Sisley, Caillebotte e outros. As obras impressionistas da coleção do doutor Gachet de Auvers-sur-oise também estão lá.

O que você não pode perder

Bom mesmo é ver tudo, mas se o tempo é curto posso tentar recomendar o que considerarem o mínimo.

1) A pintura acadêmica das salas 1, 2 e 3 do piso 0. As telas de Bouguereau são impressionistas.
2) Escola de barbizon nas salas 4 e 6.
3) A origem do mundo, de Courbet, na sala 20.
4) Van Gogh (inclui a tela Noite Estrelada) e Gauguin nas salas 70, 71 e 72.
5) Toda a galeria dos impressionistas.

Outras informações

Ingressos a E$ 9 (somente acervo permanente), E$12 (incluindo também as exposições temporárias).
Horário: 9:30 as 18:00
Livraria: 9:30 a 18:30, quintas até 21:30
Audioguias em Espanhol, Inglês, Italiano, Alemão, Português, Japonês Chinês e Russo.
Café (piso 0), Restaurantes (piso 2 e 5).
Site do Museu: www.musee-orsay.fr

Noite Estrelada, de Van Gogh
* As fotos das obras foram retiradas da internet. O museu D'Orsay não permite fotos em suas instalações, exceto em uma espécie de mirante nos andares superiores.

Abraços
Thiago Rulius