Começamos
o circuito W! Saímos cerca de 09:30 do refúgio Paine Grande, após deixar as
mochilas no improvisado “depósito de equipaje” e fazer nosso café na “cozinha”
liberada para hóspedes. Seguimos a trilha para o glaciar Grey, inicialmente
queimada até alcançarmos a bonita laguna dos patos, sob muito vento. A partir
dali a trilha se torna mais agradável, já que a vegetação está menos comprometida.
Com 1:55 de caminhada chegamos ao mirador Grey, ponto alto desta perna do W.
Paramos para sacar fotos apenas por alguns minutos, pois ficar parado muito
tempo significa esfriar o corpo e as mãos. Seguimos adiante por mais de uma
hora, sem muita mudança na paisagem, apenas a lenta aproximação do glaciar.
Cerca de quinhentos metros após a travessia sobre o caudaloso rio Olguin, sem
perspectivas de ver alguma novidade e com a intenção de dormir no campamento
Italiano (e de não pagar novamente o refúgio Paine Grande), retornamos,
chegando ao refugio as 16:00, debaixo de chuva. Creio que com menos de meia
hora atingiríamos o fim desta perna do W. O sol que havia aparecido mais cedo
sobre o glaciar Grey havia ido embora, e não voltou naquele dia. Vestimos os
anoraks e as capas de chuva nas cargueiras e partimos para o Italiano as 16:30
(estava anoitecendo entre 19:30 e 20:00). Como a trilha Paine Grande – Italiano
é a única considerada de nível fácil pelo mapa oficial do parque, acreditamos
não haver dificuldade em vencê-la. Porém, subestimamos a chuva, o cansaço dos
cerca de 20km já caminhados e o peso das cargueiras. Com uma hora e quinze de
caminhada para o Italiano encontramos um Guarda-parque na trilha, que nos deu
uma colada por termos entrado na trilha demasiado tarde. Seguimos penosamente
sob chuva e chegamos ao Italiano as 19:10, tendo ainda de montar acampamento.
Arrumamos tudo no menor tempo possível, debaixo de chuva, e entramos para
dentro da barraca. Eu estava congelando e com muito frio, e fui logo colocar
roupas secas. Um Guarda-parque havia pedido que registrássemos entrada assim
que montássemos acampamento, o que acabamos não fazendo. Simplesmente entramos
nos sacos de dormir naquele mesmo instante, sem comer, escovar os dentes ou
qualquer outra coisa. Estávamos exaustos.
Segundo Dia: Campamento Italiano - Valle del Francês - Campamento Italiano
Acordamos
cedo, mas como chovia ficamos muito tempo na barraca. Finalmente saímos para
cuidar da higiene pessoal e fazer o café. O campamento (assim mesmo, sem o a)
Italiano tem banheiros (somente vasos sanitários - estavam limpos), uma bica
d’água e uma cozinha, que na verdade é um cômodo rústico e sem luz com chão de
terra e sempre emporcalhado pelos viajantes. Eu tinha algum receio do
campamento Italiano, já havia lido comentários ruins na internet, mas gostamos
de lá. O lugar é muito bacana, dentro de um bosque com o rio correndo ao lado.
Além disso, o fato de ser uma área arborizada torna o camping bem protegido do
vento.
Após
o café (muito tarde), finalmente saímos para conhecer o Valle Francês. Após um
trecho enjoado de trilha sobre pedras o caminho se torna muito prazeroso, com
trechos longos sob os belos bosques de lengas (espécie de conífera) do parque.
O sol apareceu, deixando o dia perfeito. Após parada para fotos no mirador
francês seguimos adiante, e chegamos ao campamento britânico, que está fechado
para acampar (talvez por não ter estrutura alguma), mas que achei muito bacana
e astral, é como um campamento italiano mais agreste. Depois subimos até o
mirador britânico e conseguimos ótimas fotos das montanhas circundantes, com
bonita vista. Como estávamos sem as cargueiras, conseguimos completar as
trilhas abaixo do tempo estimado no mapa do parque, a volta mais rápida que a
ida. Retornamos no fim da tarde, com o dia ainda claro e fizemos uma janta
antes de voltar para a barraca para a segunda noite no campamento italiano.
Abraços
Thiago Rulius
Um comentário:
Essas fotos estão muito show! Realmente parece estes fundos de Windows. Mas que perrengue hein no primeiro dia?
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