Chegada (de ônibus) e
primeira noite
Após
um cochilo no hostel que estávamos, seguimos para a rodoviária de El Calafate,
de onde o ônibus partiria as 03:00 para Rio Gallegos, onde faríamos uma
baldeação e seguiríamos então para Ushuaia. Desembarcamos as 07:30 em Rio
Gallegos e comemos boas medialunas na deprimente rodoviária da cidade antes de
embarcar novamente, as 08:30, em um ônibus bem inferior ao anterior.
Quando
partimos novamente nos serviram um café da manhã muito ruim no ônibus, dois biscoitos
com goiabada e outro biscoito com passas, que não comemos aquela hora. Pouco
depois, ainda em Rio Gallegos, o motorista encostou, foi até o fundo do ônibus
e começou a encher vários copos de café, saindo depois com uma bandeja e
servindo a todos! Ficamos uns dez minutos parados tomando café. Vai entender.
Seguimos
viagem e finalmente saímos de Rio Gallegos. Ao chegar a fronteira chilena
encostaram o ônibus, e um ajudante do motorista recolheu os documentos de todos
e foi resolver os trâmites na aduana (só não entendi porque esse infeliz também
não serviu o café?). Após mais de uma hora de espera, tivemos de ir até lá do
mesmo jeito. Quando fomos, a polícia chilena aproveitou para vasculhar o ônibus
com um cão farejador.
Assim
que passamos a aduana, o motorista ligou o som do ônibus, altíssimo, que tocava
musicas internacionais antigas (poucas) intercaladas com musicas argentinas
horríveis. Estas pareciam uma mistura de Calypso, Amado Batista e Sérgio
Malandro, cantadas (claro) em espanhol. Um sofrimento que duraria horas. Minha
esposa pediu várias vezes que abaixassem o som, o que faziam mas logo
aumentavam de novo. Em um determinado momento, não abaixaram mais. Só nos
restou ficar procurando guanacos (parentes da lhama) e ñandus (emas) a beira da
estrada. Ñandus e flamingos vimos somente uma ou duas vezes, enquanto os
guanacos, felizmente, apareceram com certa freqüência.
Após
a travessia do canal de beagle (onde aproveitamos para comer ponchos a AR$12 ou
CH$1000 na balsa) seguimos viagem. As travessias de fronteira foram um pouco
mais fáceis para sair do Chile e entrar na Argentina. Chegamos a Rio Grande,
onde a maioria dos passageiros desceu. Vi que colocaram nossas mochilas para
fora e fui para lá recolocá-las no ônibus, quando descobri que aquele ônibus
não passaria dali, tínhamos de trocar de ônibus. Voltamos para dentro para
pegar nossa bagagem de mão e avisamos a uma gringa que estava lá dentro. Ela
ficou meio assustada, não estava entendendo nada, mas nos seguiu, e embarcamos
em outro ônibus ainda pior! A viagem seguiu na mesma até bem próximo a Ushuaia,
onde finalmente surgiram montanhas nevadas, em um visual muito bonito.
Chegando
a Ushuaia, o ônibus nos deixou em uma calçada a beira do canal de Beagle, sob
uma fina garoa. Parecíamos abandonados no meio de lugar nenhum. Haviam duas
pessoas com folders oferecendo habitações. Escolhemos o hostel que oferecia
quarto de casal. Eles se ofereciam para pagar o taxi, mas como não passava
nenhum seguimos a pé. No caminho conhecemos o hostel Haush, mas seguimos até o
outro. Não gostamos muito e voltamos ao Haush, ficando a uma quadra da Av. San
Martin, a principal rua e centro comercial da cidade, similar a calle Mitre em
Bariloche.
Fechamos
o dia jantando no restaurante Bodegon Fueguino. Eu comi um gostoso cordeiro
assado com fritas e minha esposa um abadejo ao molho roquefort com purê de
abóboras (muito bom). Vinho San Telmo malbec a AR$40.
Informações
turísticas e compras
Tiramos
o dia seguinte para nos estruturar para os passeios dos próximos dias: sacar
dinheiro, ver horários dos ônibus para o parque nacional Tierra Del Fuego e
contratar o passeio de barco, seguindo a dica dos brasileiros que conhecemos no
ônibus para o parque Torres Del Paine. Depois veríamos as lojas da Avenida San
Martin.
Para
facilitar todo o trabalho, seguimos primeiro até o guichê de informações
turísticas junto ao porto, onde conseguimos um mapa da cidade, além da
indicação dos locais para sacar dinheiro e informações sobre os passeios que
iríamos fazer, em português.
Sacar
dinheiro foi a tarefa mais difícil. As filas dos caixas rápidos dos bancos eram
enormes, algumas vezes saindo rua afora por vários metros.
Caminhamos
por quase toda a Avenida San Martin, vendo roupas e outros artigos para venda,
ignorando apenas as lojas do tipo free-shop de aeroporto, onde sabíamos que não
encontraríamos nada de nosso interesse. Para quem quer comprar equipamentos
para mochilar, existem lojas da Columbia, Montagne, The North Face e Salomon,
entre outras. Lojas de lembranças e bugigangas estão espalhadas por todas as quadras,
além de algumas poucas chocolaterias e livrarias.
Contratamos
o passeio de barco recomendado pelos brasileiros que conhecemos, na empresa
citada por eles, que administra os barcos Tango e Che. Os quiosques que vendem
estes passeios estão logo atrás do guichê de informações turísticas, e o
ingresso pode ser comprado na primeira cabana a direita, por AR$250 por pessoa.
Com um pequeno chororô conseguimos baixar para AR$225, 10% de desconto. No dia
seguinte teríamos de pagar mais AR$7 por pessoa, como uma espécie de “taxa de
embarque” do porto.
Para
fechar o dia fizemos compras para preparar o jantar no hostel: macarrão,
salsicha, cebola, água, vinho, doce de leite e queijo (para comer com pão) e
pão. Os vinhos nacionais (no caso, argentinos) estavam muito baratos, decidimos
comprar alguns no ultimo dia para levar para o Brasil nas mochilas, além de
alguns doces de leite La Salamandra.
Abraços
Thiago Rulius
Um comentário:
Olá Thiago, pode passar mais informações sobre o ônibus que leva até o Parque Nacional?
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