quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ushuaia

Chegada (de ônibus) e primeira noite



      Após um cochilo no hostel que estávamos, seguimos para a rodoviária de El Calafate, de onde o ônibus partiria as 03:00 para Rio Gallegos, onde faríamos uma baldeação e seguiríamos então para Ushuaia. Desembarcamos as 07:30 em Rio Gallegos e comemos boas medialunas na deprimente rodoviária da cidade antes de embarcar novamente, as 08:30, em um ônibus bem inferior ao anterior.
      Quando partimos novamente nos serviram um café da manhã muito ruim no ônibus, dois biscoitos com goiabada e outro biscoito com passas, que não comemos aquela hora. Pouco depois, ainda em Rio Gallegos, o motorista encostou, foi até o fundo do ônibus e começou a encher vários copos de café, saindo depois com uma bandeja e servindo a todos! Ficamos uns dez minutos parados tomando café. Vai entender.
    Seguimos viagem e finalmente saímos de Rio Gallegos. Ao chegar a fronteira chilena encostaram o ônibus, e um ajudante do motorista recolheu os documentos de todos e foi resolver os trâmites na aduana (só não entendi porque esse infeliz também não serviu o café?). Após mais de uma hora de espera, tivemos de ir até lá do mesmo jeito. Quando fomos, a polícia chilena aproveitou para vasculhar o ônibus com um cão farejador.
    Assim que passamos a aduana, o motorista ligou o som do ônibus, altíssimo, que tocava musicas internacionais antigas (poucas) intercaladas com musicas argentinas horríveis. Estas pareciam uma mistura de Calypso, Amado Batista e Sérgio Malandro, cantadas (claro) em espanhol. Um sofrimento que duraria horas. Minha esposa pediu várias vezes que abaixassem o som, o que faziam mas logo aumentavam de novo. Em um determinado momento, não abaixaram mais. Só nos restou ficar procurando guanacos (parentes da lhama) e ñandus (emas) a beira da estrada. Ñandus e flamingos vimos somente uma ou duas vezes, enquanto os guanacos, felizmente, apareceram com certa freqüência.
      Após a travessia do canal de beagle (onde aproveitamos para comer ponchos a AR$12 ou CH$1000 na balsa) seguimos viagem. As travessias de fronteira foram um pouco mais fáceis para sair do Chile e entrar na Argentina. Chegamos a Rio Grande, onde a maioria dos passageiros desceu. Vi que colocaram nossas mochilas para fora e fui para lá recolocá-las no ônibus, quando descobri que aquele ônibus não passaria dali, tínhamos de trocar de ônibus. Voltamos para dentro para pegar nossa bagagem de mão e avisamos a uma gringa que estava lá dentro. Ela ficou meio assustada, não estava entendendo nada, mas nos seguiu, e embarcamos em outro ônibus ainda pior! A viagem seguiu na mesma até bem próximo a Ushuaia, onde finalmente surgiram montanhas nevadas, em um visual muito bonito.
      Chegando a Ushuaia, o ônibus nos deixou em uma calçada a beira do canal de Beagle, sob uma fina garoa. Parecíamos abandonados no meio de lugar nenhum. Haviam duas pessoas com folders oferecendo habitações. Escolhemos o hostel que oferecia quarto de casal. Eles se ofereciam para pagar o taxi, mas como não passava nenhum seguimos a pé. No caminho conhecemos o hostel Haush, mas seguimos até o outro. Não gostamos muito e voltamos ao Haush, ficando a uma quadra da Av. San Martin, a principal rua e centro comercial da cidade, similar a calle Mitre em Bariloche.
      Fechamos o dia jantando no restaurante Bodegon Fueguino. Eu comi um gostoso cordeiro assado com fritas e minha esposa um abadejo ao molho roquefort com purê de abóboras (muito bom). Vinho San Telmo malbec a AR$40.

Informações turísticas e compras

    Tiramos o dia seguinte para nos estruturar para os passeios dos próximos dias: sacar dinheiro, ver horários dos ônibus para o parque nacional Tierra Del Fuego e contratar o passeio de barco, seguindo a dica dos brasileiros que conhecemos no ônibus para o parque Torres Del Paine. Depois veríamos as lojas da Avenida San Martin.

      Para facilitar todo o trabalho, seguimos primeiro até o guichê de informações turísticas junto ao porto, onde conseguimos um mapa da cidade, além da indicação dos locais para sacar dinheiro e informações sobre os passeios que iríamos fazer, em português.
     Sacar dinheiro foi a tarefa mais difícil. As filas dos caixas rápidos dos bancos eram enormes, algumas vezes saindo rua afora por vários metros.
      Caminhamos por quase toda a Avenida San Martin, vendo roupas e outros artigos para venda, ignorando apenas as lojas do tipo free-shop de aeroporto, onde sabíamos que não encontraríamos nada de nosso interesse. Para quem quer comprar equipamentos para mochilar, existem lojas da Columbia, Montagne, The North Face e Salomon, entre outras. Lojas de lembranças e bugigangas estão espalhadas por todas as quadras, além de algumas poucas chocolaterias e livrarias.
      Contratamos o passeio de barco recomendado pelos brasileiros que conhecemos, na empresa citada por eles, que administra os barcos Tango e Che. Os quiosques que vendem estes passeios estão logo atrás do guichê de informações turísticas, e o ingresso pode ser comprado na primeira cabana a direita, por AR$250 por pessoa. Com um pequeno chororô conseguimos baixar para AR$225, 10% de desconto. No dia seguinte teríamos de pagar mais AR$7 por pessoa, como uma espécie de “taxa de embarque” do porto.
      Para fechar o dia fizemos compras para preparar o jantar no hostel: macarrão, salsicha, cebola, água, vinho, doce de leite e queijo (para comer com pão) e pão. Os vinhos nacionais (no caso, argentinos) estavam muito baratos, decidimos comprar alguns no ultimo dia para levar para o Brasil nas mochilas, além de alguns doces de leite La Salamandra.

Abraços
Thiago Rulius

Um comentário:

Unknown disse...

Olá Thiago, pode passar mais informações sobre o ônibus que leva até o Parque Nacional?