segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Córdoba de Novo

Olá pessoal.

Infelizmente este foi o último capítulo da minha viagem. Geralmente os últimos dias de viagem acabam sendo meio melancólicos, e não foi diferente nesta viagem, ainda mais passando mal do ouvido como eu estava.

O Ônibus saiu de Salta a noite, e dei muita sorte pois dormi umas 10 das 12 horas de viagem. Quando acordei no ônibus e faltavam uns 50km para a chegada nem acreditei. Comi o lanche que ganhei no ônibus (sanduíche tipo mixto-frio, um biscoito com recheio de doce de leite verdadeiro "cremoso" e um alfajor) enquanto vencia os últimos kms.

Parei para um café na própria rodoviária para acabar de acordar e conferir nos folders de albergues que coletei por todo o noroeste argentino quais poderiam me servir agora. Enquanto olhava chega um cara e me entrega mais um folder de albergue na cidade.

Pelo menos nesta região da Argentina, o número de albergues é enorme, e os mais ativos acabam indo buscar clientes na rodoviária. Comigo foi assim em Cafayate, Córdoba e em uma das chegadas a Salta também. Somente em Córdoba não fui para o novo local apresentado.


Mesmo com este número enorme de albergues e também de residenciales (acomodações simples ou casas de família), estes estabelecimentos muitas vezes ficam lotados, pois esse modo de viagem é muito usado por aqui. Geralmente onde tem muito gringo os albergues sempre fazem sucesso. Um francês que conheci em Salta disse que não se hospedava em nenhum lugar que custasse mais que cinco ou seis dólares, estava fora do seu orçamento.

Segui caminhando ao albergue que escolhi. Ficava meio longe, mas estava indicado em meu guia, o que não deixa de ser alguma referência. Aliás, este foi um dos albergues lotados da primeira noite de viagem. Ao chegar descobri que os quartos ficam abaixo do solo, exagerando um pouco seria um estilo “bunker” de segunda guerra mundial. Aqueles corredores sem janelas e as portas de ferro, tudo muito impessoal. O banheiro bem pequeno, com o chuveiro molhando tudo quando usado, já que parece ter sido colocado lá depois, sem fazer parte do projeto inicial.

Geralmente os próprios hóspedes é que mantém o albergue em ordem. Claro que alguém contratado dá uma faxina de vez em quando, mas via de regra o povo é que mantém a ordem ou desordem do lugar, enxugando o banheiro, lavando as panelas que sujou, arrumando a própria cama, etc. Claro que a maioria não faz isso direito.


Depois de me acomodar saí para bater perna no centro da cidade e ver sua arquitetura, praças e igrejas. As ruas estavam muito tranquilas, pois era domingo e pouco do comércio estava funcionando. O centro da cidade é plano (possivelmente o resto também), o que facilita percorrer longas distâncias. Depois de umas dez quadras cheguei ao centro. Muitas igrejas antigas e de estilos e épocas completamente diferente se espalham pela cidade.

No hipercentro, próximo a catedral, uma série de peatonais (quarteirões fechados) permitem caminhar de forma muito prazeirosa sob estruturas metálicas usadas como base para plantas trepadeiras que sombreiam todo o caminho. Neste domingo pelo menos, várias destas quadras foram tomadas pelos ambulantes, vendendo bugigangas sobre panos estendidos no chão.

Parei em um café para tomar um suco de laranjas e aproveitar o excelente clima da manhã, e como já se aproximava da hora do almoço decidi provar uma pasta. Pedi um capeletti e recebi três panquecas. Não reclamei, achei até melhor na verdade.

Voltei a praça principal para conhecer a ainda com cara de inacabada catedral de Córdoba. Por dentro não era tão bonita como a igreja de Salta, mas vale uma visita. Na saída, uma espécie de urna para que se deposite moedas para manutenção da igreja. Como não tinha centavos de pesos comigo, deixei a contribuição em reais mesmo.

Fui andando sem rumo pelo centro, com o mapa que ganhei do albergue, e sem querer encontrei um shopping. Tinha a intenção de trazer Alfajores para o Brasil, e como na rodoviária não os encontrei da marca que queria decidi trazer o famoso (e não tão bom) Havana mesmo. Custava aproximadamente o dobro do meu preferido.

Uma coisa fica evidente em Córdoba. Em relação a alimentação, os preços ficam em média o dobro do noroeste argentino. Sanduíches, pizzas, cafés e sucos muito caros. Me sentis roubado e com dó de gastar tamanha diferença de preço. Comprei o lanche da tarde em supermercado. em relação aos serviços (albergue, internet) os preços não haviam mudado tanto.

O espanhol nesta cidade (a segunda maior do país) também já é mais corrido, e acabei não me dando tão bem na comunicação por aqui. O cara da recepção do albergue era o mais desesperado, dava até preguiça de perguntar alguma coisa, apesar de ser um sujeito prestativo.



Como não tinha programa noturno fiquei de papo com um argentino de Tucumán, se chamava Matias, e era um tipo moreno, diferente tanto dos índios do noroeste como da maioria do povo de Córdoba. Conversamos muito antes que ele saísse, e fiquei sabendo de dois aventureiros de Tucumán que partiram de bicicleta com apenas vinte pesos no bolso, sem rumo, e acabaram chegando ao Alaska. Depois de toda esta aventura, um deles ficou morando por lá, se casou, e o outro trabalhou por um tempo e conseguiu uma caminhonete para voltar a Argentina. Um deles escreveu um livro, "Pedaleando América", vou ver se encontro aqui no Brasil.

Fui dormir e deixei o relógio programado para acordar na madrugada. O vôo saia muito cedo e acordei no meio da noite com o despertador. Devo ter acordado o resto da turma do dormitório também, que estava cheio (três beliches). Recuperei meus dez pesos com a devolução das Sábanas (roupa de cama - neste albergue cobravam AR$10 até que se devolvesse as peças). peguei um táxí chamado pela recepção e fui para o aeroporto, com aquele sentimento triste de viagem que acabou.

Na hora do check-in me cobraram uma taxa de embarque (cara) que não fazia a menor idéia que teria de pagar e por pura sorte tinha ainda alguns pesos comigo. Depois desta extorsão me sobraram apenas AR$20,50 pesos. A bebida deliciosa e que não tenho idéia dos ingredientes comprada em Cafayate foi barrada lamentavelmente no aeroporto, teria de pagar para levá-la, e o pior, teria de ir com minha mochila, arriscando se romper ou vazar e comprometer todo o resto da bagagem. Acabei deixando-a por lá (voltei e presenteei um sujeito mais quebrado que trabalhava no aeroporto embalando produtos).

Embarquei e sofri durante as subidas e descidas do avião, pois meu ouvido continuava muito ruim e eu muito gripado. A dor era quase insuportável nas descidas. A conexão em Porto Alegre durou cinco minutos, o outro avião já estava nos esperando e com todos os outros passageiros já embarcados. Uma escala no Rio de Janeiro e estava de volta as montanhas de BH.

Peço desculpas pelo atraso impressionante deste post. Depois vou postar os custos para ajudar quem pretende se aventurar nesta região tão bacana da Argentina.

Beijos e abraços
Thiago rulius

sábado, 8 de novembro de 2008

Puna

Olá pessoal. Postagem super atrasada, mas vamos lá.

Vou chamar este "capítulo" de Puna, que é como chamam a região de altitude por aqui, já que o passeio foi uma excursão com uma mistura de lugares, em vários momentos beirando ou ultrapassando os 4.000 metros.

Saímos cedo de Salta, me buscaram em um novo albergue que consegui, muito bom. A Argentina está lotada de albergues, e muitas vezes vale a pena ficar nesses que não são da Hostelling International. São mais baratos e na maioria das vezes são tão bons quanto.

A van da excursão atrasou um pouco e me buscou as 08:00. Saímos e pararam a van para que todos pudéssemos comprar folhas de coca para a altitude num bar ainda em Salta!!! Não comprei, já tinha subido uma vez e passei muito bem, fora que dá um bafo o negócio. Só não levei em conta que estava muito gripado desta vez.

Começamos a subida pela estrada, muito bonita, que leva a San Antonio de los Cobres, que está a cerca de 3800 metros de altitude. O caminho é legal, alguns trechos também do estilo "Estrada na Bolivia". Fizemos uma parada em um boteco para usar o banheiro e tomar um chá de coca. Esse eu não recusei, até desceu beleza. O banheiro quando entrei fiquei até em dúvida se tinha entendido direito o caminho, lugar muito esquisito. Fazer no mato é mais negócio. Olhem a foto:


Conheci também as ruínas de Tastil, que estão em bom estado e, dizem, originais (sem restauração). Estão melhores de as de Coctaca. Nao sei se porque desta vez estava cheio de gente ao redor, várias vans e turistas batendo fotos, mas achei Coctaca mais bacana pelo isolamento: ruínas e ruinas para você explorar sozinho.Fotos de Tastil:




Depois continuamos, vimos algumas dezenas de lhamas pelo caminho soltas, foi muito legal. Chega uma certa altura, acima de 3500 metros de acordo com a guia, que nem os Cardones (cactos) aparecem mais, apenas uns tufos de mato ressecado, um visual muito desolado mas bonito também.

Almocamos em San Antonio de los Cobres, cidade muito pacata e a mais alta de toda a minha viagem. Algumas poucas indias vendendo umas bonecas de pano e artesanato. No restaurante não tinha cardápio. Eles vinham e te falavam: "Vai querer o quê?". Sei lá ué... Explicaram que o cardápio completo com sopa, prato e sobremesa era AR$25. pedi só a sopa a AR$10 com um pãozinho que estava na mesa para dar uma consistência. Já não me sentia muito bem nessa hora. Depois comi duas empanadas de carne assadas (al horno) para acabar de tampar o buraco. As bebidas estavam em uma prateleira e quando um casal belga da excursão pediu um Sprite ela pegou e colocou lá para eles, quente, e nao tinha gelo nem nada. Pedi uma água. Paguei com uma nova de AR$100 e o cara me voltou parte do troco e disse que ia arrumar outros AR$50 e ficou de papo lá. Ele tinha uma voz chata demais esse cara. Tomo mundo levantou e eu lá esperando o cara, acho que ele queria que eu esquecesse. Aí chamei ele e disse algo como "señor, mi cambio!", com aquela cara de canseira pra ele.



Seguimos para as Salinas Grandes, que já conhecia. Esse trecho de estrada foi legal, todo de rípio a 4000 metros e tudo completamente plano, mas com centenas de lhamas a todo momento, e as vezes algumas vicuñas correndo.



A guia também comentou umas coisas legais sobre os Cardones: De acordo com ela crescem de 1 a 4 cm por ano, de acordo com as condições do local (altitude, umidade, etc), e vivem por cerca de 400 anos. Retêm muita água e as vezes uns passaros conseguem furá-los, e pode até matá-los.

A parte de Salinas Grandes, Cuesta del Lipan e Purmamarca, restante do passeio, não vou comentar pois já falei sobre esses lugares em outros tópicos, ok? Só posso dizer que passei mal e foi foda aguentar até a noite. Na descida da Cuesta del Lipan senti muitas dores de ouvido devido a pressão e saí para Córdoba quando cheguei a Salta esgotado.

Beijos e abraços
Thiago rulius

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Ruínas de Quilmes

Olá.

Acordei gripado e saí para encontrar o casal que me acompanhou as ruínas de Quilmes, um Argentino e uma Italiana, namorados. Pegamos o táxi, um renault ano 87 estilo opala (forçando um pouco) bem detonado. O cara foi conversando com o Argentino e eu pescando a conversa deles, quando entendia. Estava já me comunicando bem com os Argentinos a essa altura, mas quando falam entre eles são muito rápidos e fica difícil para mim acompanhar.

Chegamos rápido as ruínas, não é longe e a estrada é plana, em bom estado e muito vazia. Pgamos AR$5 para entrar (cada um) e fomos caminhar um pouco pelo lugar. O taxista ia esperar por uma hora, já estava combinada essa permanência.


As ruínas, como foram parcialmente reconstruídas estão bem melhores que as de Coctaca, com os muros super bem conservados e indo mais ou menos até a cintura. Começam no plano e vão "subindo o morro", sempre com muitos Cardones pra todo lado, alguns bem grandes. Depois de já ter caminhado bastante, topamos com 4 lhamas lá no alto, pastando tranquilamente, bem mansas. Encontramos alguns "morteros" na pedra, que são os buracos que usavam como pilão, e alguns outros trabalhos na pedra também.


O lugar é bonito, valeu o passeio. Uns 30 minutos a mais seria o ideal, mas 1 hora ficou de bom tamanho, deu para andar legal pelo lugar.

De volta a Cafayate, comprei a passagem de volta para a próxima manhã a Salta, e comprei algumas lembranças. Tomei um locro saideira a noite. O Locro é tipo uma sopa regional, e vai muito bem para um gripado.

Beijos e Abraços
Thiago rulius

Cafayate de Novo

Olá.

Antes de sair de Cachi, fiz um mini trekking até um dos mirantes da cidade para poder ver o nevado de Cachi, e até que tinha ainda um resto de neve no topo da montanha, muito bonita. Olhem só:

Cachi está a 2280 metros de altitude de acordo com meu guia de viagem, e o nevado de Cachi tem 6.380 metros, se não me engano o mais alto da América após o Aconcágua. E vejam as nuvens de Cachi que legal:

Depois disso fui a Salta somente para pegar um outro onibus a Cafayate, que já conheço, mas entrou de novo no roteiro por servir de base para conhecer as ruínas de Quilmes. Fui chegando na rodoviária e uns 20 minutos depois já estava no onibus a Cafayate. Cheguei e consegui um Hostel (Albergue) a AR$25. Não é muito bom, nem muito ruim.

Saí para ver como é o esquema para as ruínas de Quilmes. Fui a uma agência de turismo de Cafayate e estavam cobrando AR$70 por pessoa. Por sorte, bem na hora tinha mais um casal na agência tentando esta mesma excursão. Como eles não fecharam na saída propus de vermos quanto ficaria um remis (tipo táxi) dividido. Olhamos no quiosque das informações turísticas e descobrimos que ficava a AR$100, e dividido para três!!! Ficou marcado para o próximo dia, as 08:30.
Beijos e Abraços
Thiago rulius

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Cachi

Pessoal, Nao vou comentar o novo dia que passeo em Salta, já que mostrei a cidade em um post anterior. O que posso dizer é que visitei mais um museu com a história da província e é muito legal.

A viagem para Cachi começou as 13:30 e foi fantástica, acho que até melhor que o passeio da Cuesta del Lipán. O visual é muito legal, muitas montanhas e uma estrada com muitas curvas e chegando a uns 3.400 metros de altitude.

Nao se pode calcular o tempo de viagem aqui na argentina pela distância como fazemos aí no Brasil. As estradas variam muito em qualidade, e os onibus também. Esta viagem a Cachi é relativamente curta, menos de 200km desde Salta, mas leva 4:30. Agora olhem o onibus que faz o trajeto:


A estrada em alguns momentos é de Rípio (cascalho) e em outros asfalto. Alguns trechos tem guard-rail (é assim que se escreve?) em outros nao, entao passa essa furreca aí cheia de gente, inclusive com passageiros em pé e lotado de sacolas pelo corredor, e você vendo só aquele precipício abaixo. Lembram daquele email "estrada na Bolivia"? Em alguns trechos é assim, mas nao com aquele fluxo de caminhoes.


A maior parte do tempo em que a estrada é de Ripio para passar dois onibus tem que sem bem devagar e calculado para caber. Isso só aconteceu uma vez. outra coisa legal da estrada e que várias corredeiras passam sobre a estrada, entao tem que freiar e passar lentamente sobre o leito do rio. Por isso essa estrada tem fama de complicada na época das chuvas, o volume de água deve subir bastante.

Mais a frente, depois da subida começa o parque nacional Los Cardones, para preservar aqueles cactus gigantes que vocês já viram em outra foto. O visual nesta parte alta é muito legal, nada de árvores, somente uns tufos de mato de uns 60 centimentos de altura no máximo. Vi Vicunhas, ou Guanacos, três vezes, um estava correndo bem próximo a estrada. Foi muito legal mesmo, ver um animal bonito desses correndo naquele lugar enorme, livre! O detalhe é que tem longos trechos completamente planos nesta altitude, e aí você nao vê mais nenhuma montanha, é como se estivesse no topo do mundo.

Cachi também nao decepcionou. Diferente do que eu esperava, a cidade é bem diferente de Tilcara ou Humahuaca, um pouco menor, mas muito bonita, bem cuidada, toda pintada de branco com uma linda praça e sem lixo pelas ruas. As ruas sao mais largas e o clima da cidade é muito "do bem". Queria ficar um pouco mais, mas nao vai ter jeito.



Infelizmente cheguei aqui as 18:00 e já vou sair as 09:00. Nao existem onibus aqui para Angastaco, entao para chegar a Cafayate terei de voltar a Salta. Vou de Remis, que é tipo um taxi dividido, vai sair pelo preço do onibus. Amanha a noite já estarei em Cafayate, para poder conhecer as ruínas de Quilmes e Angastaco, mas vou passar o dia todo na estrada.
Beijos e Abraços
Thiago rulius

Jujuy e Lagunas Yala

Olá!

Bem, como era de se esperar nao ia dar tudo certo nessa viagem. Esse foi um dia perdido...
Comprei a passagem a Jujuy em Purmamarca as 10:00. Purmamarca é tao pequena que nao tem rodoviaria, apenas um quiosque que só abre quando faltam 10 minutos para o horário do onibus. Já estava lá a mais tempo, conversando com um Argentino de Jujuy que se chama Guillermo, ele estava mascando umas folhas, nao sei se sao de coca ou o quê, mas tinham um cheiro muito forte (pelo hálito dele) e deixavam os lábios meio amarelos. Conversamos sobre várias coisas relacionadas aos nossos países e um pouco de turismo também. Viemos juntos no onibus conversando até Jujuy e peguei os contatos dele.

Nao fui a Salta direto porque Purmamarca só tem onibus para Jujuy, e também porque queria visitar as Lagunas Yala. Cheguei a Jujuy em cerca de 1 hora, fui a um hotel próximo a rodoviária. Atendimento simpático, mas o lugar era um lixo. Para amenizar o tanto que o lugar era um buraco, peguei o quarto com banheiro a AR$35, o segundo mais caro até agora e com certeza o pior hotel.

Fui até o ponto de onibus próximo a rodoviária, como tinham me instruído, pegar o coletivo municipal até Yala, cerca de 15 ou 20km de distância. O onibus levou quase uma hora para passar, já estava quase desistindo. A verdade é que sempre estive em dúvida em relaçao a Yala, devia ter confiado no meu pressentimento.

Mas, depois de uma meia hora eu desci no final do onibus e comecei a caminhada rumo as lagoas, 5km de pura subida. Fui de uns 1450 metros a 2100 metros. levei 1:20min mas cheguei morto lá em cima, e o visual foi decepcionante, nao tem nada demais, é um lugar para os ricos de Jujuy, que tem casas pelo caminho, fazer pique-nique, um lugar meio farofa no meu ponto de vista. Nao fiquei vinte minutos e comecei a descida.

Jujuy é uma cidade feia e nao tirei nenhuma foto. Tem até uma praça legal, mas já vi melhores e nao perdi tempo. Como já tinha pago o hotel dormi por lá mesmo e saí cedo, as 09:00 para Salta.
Estava tao fechado que quando fui tomar banho (de porta aberta, o banheiro nao tinha luz) o sabonete escorregou da minha mao, voou até o quarto e foi parar debaixo da cama de casal, bem no meio.... É mole???

Abaixo uma fotinha de uma das Lagunas Yala. É até bonito, mas qualquer das nossas cachoeiras de minas ganham com de dez. Esse dia vai me fazer falta no fim.


Beijos e Abraços
Thiago rulius

domingo, 24 de agosto de 2008

Salinas Grandes e Cuesta del Lipan

Olá!

Saímos de Purmamarca para as Salinas e Lipán, acho que eram umas 13:00, na van de um cara de Purmamarca. Eu, três argentinos e uma familia: 9 pessoas.

Foi mais tranquilo que uma excursao, pois como estavamos apenas ¨dividindo a corrida¨ da van, nao tinha aquela coisa de guia explicando, e aquela papagaiada tradicional. De Purmamarca até as Salinas sao 60 km, e a Cuesta del Lipan está pelo caminho.

O passeio foi ótimo. A subida da Cuesta del Lipan é impressionante, saímos de uns dois mil e poucos metros para 4.170 metros de altitude. Aquela foto tradicional das curvas, que também tirei e está aí, nao mostra nem um terço das curvas. É um negócio impressionante, uma subida que leva muitos kms para acabar, e a cada curva a vista fica mais bonita. A subida foi muito legal mesmo, mas deve ser ainda mais se alugar um carro e subir dirigindo.


No fim da subida uma surpresa: Um bando de vicuñas pastando livres em uma colina próxima. Para quem nao sabe a Vicuña é da familia da Lhama, nao tem tanto pelo, mas é mais bonitinha e mais esguia. Podem procurar no google que deve vir alguma foto legal... Se quiserem conhecer toda a família, os camelideos da América do Sul sao: Lhama, Vicuña, Guanaco e Alpaca. As roupas mais nobres sao feitas com os pelos da Alpaca.

Seguimos em frente e saímos nas Salinas Grandes. Para dizer a verdade eu as imaginava ainda maiores, mas nao deixou de ser impressionante, todo aquele branco a mais de 4.000 metros de altitude, um vento muito forte e gelado o tempo inteiro, era tao forte que era até meio complicado andar contra. O chao de sal é duro como concreto, e ficam uns caras trabalhando lá, fazendo esculturas de sal, deve ser uma vida muito dura passar o dia todo lá em cima, sendo castigado pelo sol, vento e sal. Tanto que eles cobrem o rosto todo e ainda colocam óculos escuros, nao conseguimos ver os rostos deles.



O pessoal sai da estrada e anda sobre as salinas, o cara da van fez o mesmo. É muito diferente o lugar. Ficamos lá só 40 minutos, pensei que era pouco mas o clima é tao detonante, com todo aquele sal, vento e frio que foi mais que suficiente.

Entao é isso. Obrigado a todos que colocaram mensagens no blog até agora, elas sao ótimas para quem está sozinho, é o mais próximo de uma conversa com os amigos.

Beijos e Abraços
Thiago rulius

Purmamarca

Olá Pessoal!

Cheguei a Purmamarca pela manha, nao tinha mais o que fazer em Tilcara e fui embora. Em Purmamarca, procurava uma pousada de nome Vera Zulma, mas me confundi e caí em um residencial. Fui recebido por um cara chamado Hugo. Falei que estava procurando o Vera Zulma e ele me indicou onde era, mas antes conferi as suas acomodaçoes. O Hotel Vera Zulma, que se chama agora Passos Chicos, ou coisa parecida, era bem melhor, mas custava AR$45 contra AR$16 do Hugo. Voltei para lá e fechei essa barbada, AR$16 sao menos de R$10.


Fui dar uma volta pela cidade mas nao dei muita bola para a feira artesanal, pois os produtos se repetem bastante e já comprei todos os presentes que queria. Fui ver o cierro de las siete colores, uma montanha que enfeita a cidade e tem várias cores (nao sei se sao mesmo sete).
Enquanto andava topei com um perueiro que levava as pessoas a Cuesta de Lipán e Salinas Grandes a AR$30, como tinham me dito os dois argentinos em Tilcara. Acabei fechando com ele, que me disse para dar umas voltas pela cidade enquanto ele completava a lotaçao.


Voltei a praça da feira e fiquei enrolando por lá, já que Purmamarca tem só 500 habitantes e nao tem muito para onde andar. Como eram perto de meio dia ia ficar sem almoço e comprei umas empanadas de frango de um cara na feira, estavam ótimas, 3 por AR$2. Como estava muito bom comprei dele um Tamal também, que é uma comida típica que ainda nao tinha provado, a AR$2,50.

O Tamal parece com a nossa pamonha, mas recebe recheio de carne e vegetais, como batata picada em cubinhos, e a palha em que é enrolada é amarrada dos dois lados, fica como uma bala. Estava uma delícia também, muito bem temperada.

Vou contar sobre a Cuesta de Lipán e as Salinas Grandes em outro tópico, ok? Quanto a Purmamarca, quando voltei das Salinas fiz a volta ao Cierro de Siete Colores, numa estradinha de uns 3km, sem atrativos, e fechei o dia fotografando a igreja.

Beijos e Abraços
Thiago rulius

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Tilcara

Olá pessoal.

Saí de Humahuaca as 10:00. A mulher da viaçao Balut nao quis me vender a passagem no dia anterior, disse que só no dia da partida. Entao cheguei e agora nao tinha mais cambio (troco) e a mala nao quis aceitar, tive de sair para trocar. Tilcara é muito perto e a passagem custou AR$4,50 apenas.

Na hora da saída do onibus eu mesmo coloquei a mala no bagageiro, para economizar a tal propina que eles cobram. O sujeito ficou me olhando e eu nem dei moral, já saí fora.

Viagem tranquila de meia hora e já estava em Tilcara. Esqueci de comentar antes, somente Humahuaca e Coctaca estao entre os trópicos na minha viagem. Agora estou fora da área tropical novamente. Tem um marco para dizer onde é o trópico de Capricórnio na estrada.

Tilcara se parece muito com Humahuaca, mas nao é plana, tem algumas ladeiras e está mais próxima as montanhas. Cheguei e fui direto ao hostel Malka, que está no meu guia. O lugar é excelente. Nao se fica em quartos como em outros albergues, e sim em cabanas, com banheiro proprio e uma cozinha/sala muito agradável. O teto é alto e revestido de uma espécie de bambu, talvez Totora, nao sei, e o teto é de barro. Muito bacana mesmo, mas para chegar lá tem que subir um morro que nao é nada facil, ainda mais para mim, que nao tenho preparo nem para jogar pingue-pongue. Preço do albergue: AR$40.

A feira da cidade tem produtos parecidos com os de Humahuaca, mas encontrei algumas novidades, e comprei um chapéu muito legal. Custou AR$20. O artesanato aqui tem bom preço assim como em Humahuaca, em Salta fica um pouco mais caro, mas nada demais. A feira aqui acontece na praça, e nao espalhada pela cidade como em Humahuaca. As barracas sao cheias de cores, é muito legal, e a musica regional fica tocando por todos os lados.


Almocei em um restaurante mais escondido, que nao é para turistas, com mesas divididas etc. Comi o almuerzo do dia, purê de batatas com almondegas passadas no ovo e fritas, nao sei como isso se chama no Brasil. A propósito, batatas aqui se chamam Papas, Batata para eles é batata-doce. Na minha mesa ficamos eu e mais dois, pai e seu filho de uns 5 anos.

As refeiçoes aqui nao vem só o prato e pronto. Primeiro vem uma entrada, depois o almoço e no final pode vir uma sobremesa ou uma sopa tb. No meu caso foi uma empanada de carne de entrada (delicia), depois o almoço que contei e depois seria a sopa, mas troquei por outra empanada, e ainda levei mais duas para comer depois. O almoço era AR$8, e paguei mais AR$2 pelas duas empanadas. Foi muito barato. Em restaurantes turisticos se paga uns AR$20.

Tilcara também é um sitio arqueológico. A tarde fui conhecer o Pucara (pronuncia: pucará) de Tilcara. Pucara é o alto de um morro onde os indios podiam ver a aproximaçao de inimigos e se defender melhor também. Esta visita foi ainda melhor que a de coctaca, pois estas ruinas foram parcialmente restauradas. As casas tem telhado, pátios e tudo o que deveria ter. Pode-se entrar nelas também. É muito legal mesmo. Além disso você ainda conhece com o mesmo ingresso o Jardim botanico de altura (com os vários cactus e outras plantas) e tira fotos de algumas lhamas que eles tem por lá. O pucara fica a mais ou menos 1 km da cidade.




Reparem que na foto acima os troncos sao todos furados. Isso é porque eles usam a madeira dos cactos para as construçoes, já que aqui nao tem muita madeira. Até mesmo nas igrejas alguns santos sao talhados na madeira dos Cardons.

A noite finalmente provei a tal parrillada argentina. Chouriço, linguiça, carne de boi e porco (picanha?) e costela de boi. Muito bom.

Agora a pouco (23/08) visitei o museu arqueologico de Tilcara, que é muito bom, e também com o mesmo ingresso de ontem, do pucara (custou AR$15). Tem algumas peças de vestuário e cerâmicas das principais culturas indigenas que existiram: Tiahuanaco, Moche, Chavin, Nazca. Além disso muitas peças de cerâmica, crânios, vstuários e peças em ossos dos indios desta regiao (quebrada de Huamhuaca). No final um setor destinado aos indios e uma frase do tipo ¨Apesar de continuarmos sofrendo com a dominaçao de outros povos, continuamos a resistir¨. Esse museu vale muito a pena.

Hoje é meu segundo e ultimo dia em Tilcara, amanha vou a Purmamarca conhecer o Cierro de las siete colores, a Cuesta del Lipán e também as Salinas Grandes, a mais de 4.000 metros de altitude. Inclusive as Salinas chegam a temperatura de -10ºC a noite, as vezes até menos.

Aqui na noite passada deve ter chegado a 5ºC ou menos. Foi a primeira vez que usei as duas blusas de frio ao mesmo tempo. A mao e o pé ficam gelados o dia inteiro. Para sentir frio ao meio dia, é só sair do sol.

Até mais gente.

Beijos e Abraços
Thiago rulius

Coctaca

Buenas!

Humahuaca deveria ser a cidade mais ao norte que visitaria, mas acabei decidindo visitar Coctaca, mais 9 km acima. A cidade de Coctaca nao tem nada, so existem duas ruas, as outras casas estao espalhadas ¨por aí afora¨. Nem a tradicional praça ela tem, apenas a igreja e um espaço aberto. As duas ruas passam por este espaço, uma de cada lado e paralelas, formando uma espécie de H.


O que atrai em Coctaca sao as ruínas de um antigo povoado indigena. Nao tem muito o que ver, somente paredes de pedras até a altura da cintura e algumas superficies (degraus) para plantio, mas a área que estas ruinas ocupam é enorme. Andei muito lá e nao vi nem a metade. O guia que trago comigo fala em 40 hectares. O lugar acaba sendo bonito devido ao monte de cardones (cactus) que tem por lá, alguns enormes, de uns 10 metros.


Nao fui para dormir, até porque a cidade nao tem uma lanchonete sequer. Foi um passeio de umas 3 horas, fui de coletivo (onibus comum, passagem AR$2) e acabei voltando de carona em uma caminhonete que tinha levado um medico para examinar algumas crianças num posto de saude por lá. O legal é que nao é umlugar turístico e estava somente eu e os nativos.


Foi legal. Para fechar o dia, já em Humahuaca, uma Hamburguesa (com a no final mesmo), e o cara ainda me gozou da derrota do Brasil no futebol.

Proxima parada, Tilcara.

Beijos e Abraços
Thiago rulius

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Humahuaca

Olá!

Peguei o onibus cedo em Salta para vir a Humahuaca. No caminho aquela tradicional moleza do onibus, e ainda por cima parando em toda cidade que aparece. Levou um pouco mais de 5 horas para andar apenas 240km. As paradas nas rodoviárias sao uma bagunça. Em algumas o povo entra dentro do onibus vendendo comida, em outros apenas gritam da porta o que tem a vender. As rodoviárias parecem feiras, e os guichês das companhias sao sempre com cara de improvisados.


O caminho até aqui nao foi tao bonito quanto o da quebrada de Cafayate, é um pouco mais normal o visual, esta quebrada (de Humahuaca) tem um espaço maior entre as montanhas.

Quando já estava nos ultimos 80km, mais ou menos, começam a aparecer os vilarejos da regiao. Sao muito pequenos. As casas as vezes só no reboco, várias delas sao de adobe, com os tijolos de barro a vista. Visto da estrada, já dava para imaginar a pobreza. A beira da estrada as indias com suas roupas coloridas caminhando, muitas bem velhinhas. Os bebês carregados nas costas, em umas tiras de pano colorido também.


Estava achando o visual das cidades meio deprimente, mas quando o onibus entrou em uma das cidades, Tilcara (que vou visitar depois) gostei do estilo. E realmente é muito legal o visual aqui em Humahuaca.

Cheguei as três e já nao era possível almoçar, os restaurantes já tinham encerrado as atividades. Comi um pao com bife a milanesa e tomate, estava muito bom, comprei de uma senhora na rodoviária.

A procura por Hotel / albergue / qualquer coisa começou dificil, muitas vagas mas com preço de AR$70 para cima. Comecei a procurar os mais detonados e consegui um por AR$25 com café da manha. Mas estava com cheiro de mofo o quarto, procurei um pouco mais e achei um de AR$20 sem café e fiquei por lá. Até que o quarto era médio, mas os colchoes eram muito ruins e o banheiro nao trancava. Para usar tinha que escorar a porta com um rodo.



Depois foi só ficar passeando pela cidade, vendo as lojas de artesanato (muito legal), tudo muito colorido. E ficar de bobeira na praça. A noite tomei um Locro (sopa de feijao, milho, abobora e uns tres tipos de carne) e concluí o dia, que foi excelente.

O frio aqui é muito, a mao nao esquenta de jeito nenhum. Deve chegar a uns cinco graus.

Ainda fico mais um dia aqui em Humahuaca, vou fazer algum passeio legal.

Beijos e Abraços
Thiago rulius

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Cafayate

Ola pessoal.

A quebrada de Cafayate foi um passeio legal. Quebrada é o lugar onde corre um rio entre uma cadeia de montanhas, a parte baixa entre elas.



O lugar é bem desértico, com montanhas de cores vermelhas muito bonitas. Infelizmente as fotos nao mostram direito as cores e formas das pedras, era muito mais bonito que isso.

E vi as primeiras lhamas, de uma familia que vive a margem da estrada e vende artesanato. Uma delas era tao mansa que rolou até uma foto.

Nao posso contar muito mais agora, vou a uma vila com ruinas indigenas de nome Coctaca. Mas vou tentar voltar a noite para mostrar Humahuaca, onde estou agora. Esse lugar é demais.



Para concluir, Existe uma cidade que se chama Cafayate (pronuncia: Cafajate), fica logo após a quebrada. Queria ter ficado lá um pouco mais, mas essa é a desvantagem de excursao, nao se pode fazer as coisas no seu tempo. O guia era muito bom, agora as musicas para turista na van estavam me matando.

Mando novas em breve.
Beijos e abraços
Thiago rulius.

domingo, 17 de agosto de 2008

Salta

Ola novamente. Hoje foi um dia legal.

Desta vez acordei limpo (tomei banho assim que entrei no residencial, as 03:00 da manha). Fui ao supermercado comprar o café da manha: Iogurte (ainda nao achei o do tipo frutado, com pedaços de morango como no Uruguai), uma torta de choclo, que é uma espécie de milho, ou o proprio milho brasileiro, nao sei bem. Uma garrafa 2 lts de agua mineral e duas mexericas.
Andei muito na cidade, sempre com o casaco, acho que a temperatura nao passou de uns 17 graus em nenhum momento aqui hoje, e deve ter chegado a uns 12 graus nos momentos mais frios, como agora a noite.

Mas depois da compra e do café fui dar uma volta na plaza 9 de julio, a principal por aqui. Foi muito legal. Conheci a igreja, que é a mais bonita que já vi por dentro, muito linda mesmo, foi construída no seculo 19. Tinha tanta gente tirando fotos no meio da missa que o padre parou e pagou um pau pra galera tirando aquelas fotos todas. Eu estava batendo sem flash entao sou inocente.



Outra coisa dessa igreja é que tinha quatro confessionarios, uns dois funcionando, será que tem tanto padre nessa igreja ou sao uma especie de ¨estagiarios¨?

Depois estava tirando as fotos da fachada da igreja e começa uma gritaria, fui ver o que era e morri de rir. Uma corrida de garçons, com a bandeja na mao, e em cima uma garrafa de um litro de cerveja e um copo cheio. Consegui tirar uma foto. Foi muito engraçado mesmo, eles equilibrando e correndo, cada um com um tipo de cerveja. Dei a volta na Igreja e fiquei sabendo dos detalhes. Todo ano tem essa competiçao neste dia, uma especie de dia dos profissionais do turismo, sei lá. Começou a entrega dos troféus e um cara recebeu a taça. Na entrega disseram que era o quarto ano consecutivo que ele ganhava na categoria até 35 anos (tem até categorias a corrida). Depois chegaram com uma empanada (que é uma especie de pastel assado, mas com massa mais gostosa e mais recheado, se comprado em um bom lugar). Foi a maior risaiada da populaçao aqui. Para completar uma banda tocou duas musicas regionais, com sanfonas e violoes, foi muito legal mesmo.




Depois disso bati perna pelo centro, almocei um cordeiro com batatas fritas em rodelas deliciosas, tinham um nome proprio, me esqueci qual é.

Para fechar uma visita ao museo de arqueologia de alta montanha, legal, mas caro, AR$15 para nao argentinos. Os filminhos que passam lá foram legais, e tem uma criança inca que foi sacrificada no vulcao aqui da regiao (o nome dele é muito dificil), está em perfeitissímo estado, é impressionante, mesmo a pele está 90%. Só para esclarecer, o topo deste vulcao era sagrado e eles faziam sacrificios de criancas lá. tem toda uma historia, eles acreditavam em outra vida após a morte aqui, nao era crueldade ou coisa parecida, tanto que na maioria as crianças eram da nobreza. Fui em uma feirinha depois, estava legal, comi empanadas e vi muitos produtos regionais bonitos com bom preço, mas vou esperar conhecer Humahuaca e Tilcara, onde sao fabricados, talvez seja ainda mais interessante comprar por lá.


Amanha farei um passeio de dia inteiro a Cafayate, com certeza voltarei com lindas fotos.

Beijos e abraços.
Thiago rulius

Cordoba e chegada em Salta

Olá pessoal!

Bom, estou aqui em Salta já, acabei me antecipando devido a situacao lamentável em Cordoba. Mas vamos do começo...

Tudo correu bem no aviao, aquelas conexoes todas, etc. Só nao aguentei aquelas barras de cereais o dia inteiro, cruz credo. Troço mais enjoativo!

Quando cheguei em Cordoba, as 02:30 da madruga mais ou menos, peguei um taxi para o centro. Sairia cerca de AR$30 até o albergue, mas ele estava com cara pessima, nem sei se existia, a unica referencia era a internet e desisti, fui para outro, indicado pelo meu guia. Estava lotado. Me indicaram outro, lotado. Rodei por mais dois ou tres lotados, e como o taximetro estava correndo, pedi ao motorista que deixasse na rodoviaria. Paguei a ele AR$50 e fui dormir em um banco lá dentro. Tinha policia lá dentro, mais algumas pessoas (a maioria nao era mal encarada). E ficou assim. Clima pra lá de deprê, e eu desanimado depois de várias horas de viagem, fedorento e com uma mochila pesada.

As cinco da manha acordei do meu sono de duas horas e comecei a perambular pela rodoviaria. Alguns guiches de passagem abertos e vitrines de lojas. Nao rolou o banheiro, que estava trancado.

Fiquei nesse impasse até umas 08:00, quando os guiches abriram. Fui pesquisando e consegui uma passagem para Salta as 11:00, mas nao gostei, queria sair mais cedo, mas estava impossivel, tudo vendido. Mau sinal.

A viagem levou 13 horas e foi bastante cansativa. Toda em pista simples, com retas de dezenas de kilometros, nao acabavam nunca. Tudo completamente plano, somente pastos, as vezes com um pouco de vegetacao nativa baixa. Varias pequenas fazendas criando principalmente cabras, as vezes carneiros e galinhas, e alguns porcos uma vez tb. Todos soltos a beira da estrada. Varios filmes velhos passando no onibus, que pelo menos, tinha um lanchinho incluso na passagem.

O onibus foi um capitulo a parte: de dois andares, bem estragado (a porta tinha um ¨reforço¨ daqueles de fita de colar caixa de geladeira). O cara que colocava a bagagem no onibus colocou a minha mochila, eu disse ¨Gracias¨ e fui saindo e ele me falou algo como ¨E la propina?¨. Fiquei olhando pra ele com aquela cara de ¨Vai se fuder¨, mas aí chegou outro cara, um argentino, deu uma mala e pagou a propina. Aí paguei também, deve ser costume por aqui.

Durante a viagem só posso dizer que o visual é muito diferente, nao mais bonito, mas diferente. As cidades pelo caminho muito desoladas, onde o onibus parava ficava aquele vento sem parar, muita poeira, um lugar meio triste. Me chamou a atençao uma cidade que o onibus parou, se chama Santiago del Estero, é capital de uma provincia daqui (estado). Por ser capital impressiona a pobreza do lugar. Só casebres, pessoas com caras muito sofridas. A rodoviária parecia um galpao do Ceasa, tudo muito improvisado e pobre. Quando o onibus parou varias pessoas vinham a porta do onibus vendendo doces, salgados, queijos. Uma senhora que vendia queijos me viu olhando, vi a esperança de uma venda em seu rosto, falou para mim, fiz sinal que nao queria, ele fez uma cara de boazinha mas muito triste. É uma visao totalmente diferente do nosso mundo mesmo...

Depois, ainda no onibus, jà bem tarde, umas 23:30, o onibus para num lugar, especie de garagem da companhia, o trocador grita para todos que forem para Salta trocarem de onibus. Muito estranho, mas fui para o outro, junto com um outro rapaz e uma vó com o neto, acho. Mais uns 50 minutos e chegamos a rodoviária de Salta, la linda, como dizem por aqui.

Fiquei desde umas 00:30 até as 03:00 procurando albergues, residenciais ou hoteis para dormir e nada, tudo lotado de novo. Nao estava acreditando. Passei em um barzinho antes de voltar a rodoviaria para mais uma pessima noite. Comprei uma Mirinda e fiquei de papo com o dono, chama-se Horacio. Quando viu que eu era de outro pais começamos a conversar. Expliquei minha situaçao e ele se propos de imediato a me ajudar. Me indicou a policia, disse que lá me indicariam algo, mas se nao resolvesse, para que eu voltasse e ele me ajudaria. Fui, nao adiantou e voltei. Entao ele me disse da hospedaria de um amigo, fui com ele por duas quadras e chegamos a um residencial meio escondido na peatonal florida (peatonal é uma rua de pedestres, em BH quarteirao fechado). Tinha uma vaga, fechei na hora feliz da vida, mesmo sendo uma bela espelunca. Passou uns vinte minutos chegou um cara procurando vaga e ouvi a moça da recepçao dizendo que nao tinha, escapei por muito pouco.

Depois disso me tranquilizei. Espero mais sorte nos proximos dias. E, assim como no Uruguai fui salvo no problema da carteira de identidade perdida, novamente alguem veio e me ajudou agora. Sao essas pessoas que fazem toda a diferença e valorizam a viagem.

Uma foto do meu lindo quarto abaixo.



Beijos e abraços
Thiago rulius.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Nova Viagem - Mochilão - Noroeste Argentino

Olá pessoal.

Acompanhem aqui o dia a dia da minha viagem mochilão pelo noroeste argentino. De 15/08 a 01/09 de 2008.

Roteiro: Cordoba, Salta, Humahuaca, Tilcara, Purmamarca, San Antonio de Los Cobres, Cuesta del Lipan, Salinas Grandes, Cafayate, Cachi, Parque los Cardones, Ruínas de Quilmes e Lagunas Yala.

Abraços
Thiago rulius

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Recomeçando...

Pois é pessoal.
Depois de cancelar minha conta no Terra, deixei de ter acesso ao meu blog http://motoviagem.blog.terra.com.br/

Agora estou ativando esta conta aqui. Vou incluir novamente as minhas viagens que estão no outro fórum e passar a postar somente por aqui. Lamentável apenas perder os depoimentos de todos no outro site, mas não tem outro jeito.

Aproveitando, em breve (inicio do segundo semestre de 2008) espero iniciar um relato direto do noroeste argentino, onde pretendo conhecer a região indigena do nosso vizinho, junto a cordilheira dos andes. Roteiro a definir, mas com certeza: Salta, Humahuaca, Cachi, Ruínas de Quilmes e a Cuesta del Lipán.

mais notícias em breve!
Abraços

Thiago Rulius